segunda-feira, 7 de novembro de 2016

RAZÃO, PARA QUÊ?

Diferente de Zaratustra (de Nietzsche), que desceu da montanha para ir ao encontro dos homens carentes de sabedoria, deixo a cidade e me refugio no campo – onde o canto dos pássaros contraponteia o silêncio destas manhãs azuis. 
Por longos anos a observar a realidade de centros urbano (Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, Santiago, entre outros), constatei, com certa tristeza, que os homens não necessitam de saber para levar a vida que escolheram para si próprios. Da forma como a vivem, bastam-lhes as pulsões, os desejos e as crenças. As pulsões não os diferenciam dos outros animais (irmãos de ADN). As crenças os tornam vulneráveis à ilusão de uma vida além da morte. Os desejos os prendem, todavia, a esta vida, ao desfrute dos bens terrenos, à vaidade e ao consumismo. 
A razão não se desenvolveu suficientemente para o controle das forças instintuais e concupiscentes. A propósito, essa incapacidade se revela inclusive na maneira de pensar da maioria dos homens, ainda dependente de emoção. 
O sol que subia à caverna do sábio nietzschiano me ilumina na mesma janela, por intermédio da qual o contemplava nos primeiros momentos do dia. 
Não vim para acrescentar algo ao que já sei, senão para esvaziar a taça com esse mel que as abelhas não fazem (rejeitado por aqueles que se diziam meus próximos, no entanto). 

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