Hoje
liguei para a Erilaine, cumprimentando-a pelo trabalho com os gêneros textuais
realizado com alunos do 9º ano do Instituto Professor Isaías. Ela e uma aluna
(representante da turma) estarão em Porto Alegre amanhã, para o Encontro do
Movimento Pedagógico Latino Americano.
Algumas pessoas em Santiago, sabedoras
de nossa separação, procuram a Erilaine para falar mal de mim (como se isso
fosse agradá-la). Pessoas que conhecíamos na rua, ou nos lugares que
frequentávamos. Disse-me que se indigna com a tentativa de difamação,
rejeitando-a de imediato.
Essas pessoas, na maioria cristãs ou
espíritas, crentes num deus infinitamente bom, que preceitua o “amar uns aos
outros”, não sabem que o fim da relação entre mim e Erilaine aconteceu sem
briga. Não falamos mal um do outro, para justificar o injustificável. A propósito,
há nove anos, no princípio do nosso relacionamento, propus a ela que
colocássemos a seguinte frase na entrada da casa: “Aqui não se fala mal dos
outros”.
Essa ética até parece um tanto estranha
num ateu, num anticristão. Não o é, todavia. O mesmo posso dizer dos ateus que
conheço em minha cidade: a maledicência não os caracteriza antiteticamente.
Todos nós temos falhas (algumas
incorrigíveis). Ninguém é perfeito, malgrado a condição de perfectibilidade.
Gostaria de saber que falhas esses maledicentes – que a Erilaine já não
soubesse depois de nove anos.
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