quarta-feira, 30 de novembro de 2016

LEIO HOJE

Do livro A arte de questionar, de A.C. Grayling:
"O que as pessoas religiosas querem dizer com a palavra 'deus' nada significa para mim, exceto um emaranhado incoerente de conceitos cujos diversos subgrupos mais convenientes são escolhido por diferentes apologistas religiosos com distintos objetivos.
"Porém a palavra traz à mente o fenômeno das religiões criado pelo homem, cujo efeito na humanidade, tanto agora quanto ao longo do tempo, tem sido, com uma margem considerável, negativo. Bastaria pensar na falsidade ideológica e nas consequentes distorções de comportamento acarretadas pela ideia de que existem agentes sobrenaturais que criaram este mundo tão imperfeito e que eles têm um interesse em nós que abrange até nossa vida sexual e o que devemos ou não comer ou vestir em certos dias.
"Trata-se de uma fonte frequente de conflito e crueldade. Em seu nome, foram cometidos crimes que não teriam sido perpetrados por nenhum outro motivo: o assassinato daqueles que 'blasfemam' ou são 'heréticos' [...]
"As doutrinas básicas das principais religiões têm suas raízes nas superstições e fantasias de camponeses analfabetos que viveram há milhares de anos. É surpreendente que essas crendices, sob a forma parcial de versões sofísticas posteriores, continuem a ter alguma credibilidade. [...]
"Eu gostaria que as pessoas vivessem sem superstição, governassem suas vidas pela razão e conduzissem seus relacionamentos com base em princípios reflexivos acerca do que devemos uns aos outros como semelhantes  que estão viajando através da condição humana - com gentileza e generosidade sempre que possível e justiça em todas as ocasiões. Nada disso requer religião ou o nome vazio de 'deus'".

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