Na condição de internauta
assíduo, penso sobre o ethos que
emerge das redes sociais online, especialmente as de relacionamento. Essa
predisposição intelectual não exclui a autocrítico, fazendo-me evoluir do
solipsimo para a alteridade.
Solipsismo e
alteridade.
Eis as duas palavras,
dois significantes.
Primeiramente,
transcrevo seus significados (de acordo com Houaiss):
solipsismo s.m.
1 FIL doutrina segundo a qual só
existem, efetivamente, o eu e suas sensações, sendo os outros entes (seres
humanos e objetos), como partícipes da única mente pensante, meras impressões
sem existência própria 2 P. EX. vida
ou conjunto de hábitos de um indivíduo solitário.
alteridade s.f. 1 natureza ou condição do que é outro, do que é distinto 2 FIL situação, estado ou qualidade que
se constitui através de relação de contraste, distinção, diferença.
O indivíduo solipsista
constrói o mundo ao seu redor a partir de suas experiências pessoais, não
necessitando do outro para a afirmação do próprio eu. O outro e tudo mais
representam o segundo o segundo termo da relação sujeito–objeto, oposição que
acaba em conflito entre dois solipsistas. O (auto)isolamento é uma saída para
esse tipo de indivíduo, geralmente atenuado com algum bichinho de estimação.
A alteridade, ao contrário,
caracteriza o indivíduo que se coloca no lugar do outro, que o considera como
definidor de sua individualidade, “espelho” ontológico da interdependência. O
outro também é sujeito, condição mínima para a sociabilidade, para o diálogo
(respeitando-se as diferenças). Essa qualidade se aproxima de outras duas, que
são fundamentais para um relacionamento humano saudável: empatia e altruísmo.
Em vista do acima
exposto, penso contribuir com meus amigos internautas em dois aspectos: a
apresentação elucidativa de solipsismo e alteridade; e a (auto)crítica em
relação ao comportamento nas redes sociais, questionando-o sobre uma inclinação
solipsista.
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