quarta-feira, 5 de outubro de 2016

AJUDANTE IMAGINÁRIO

O candidato a um cargo público é eleito e agradece a Deus em primeiro lugar, em segundo lugar aos eleitores que "depositaram" confiança em sua proposta de governo (ou melhor, em suas promessas).
O candidato não é eleito e também agradece a Deus em primeiro lugar, em segundo lugar aos eleitores que "depositaram" confiança em sua proposta de governo (ou melhor, em suas promessas).
Ambos são demasiadamente honestos em afirmar que não gastaram muito com a campanha, que o voto recebido foi por confiança pura em sua pessoa, podendo ser qualificado como voto politicamente correto.
Fico matutando... como é possível eles acreditarem num deus que interfere no processo eleitoral, independentemente do resultado ser positivo ou negativo. 
Não foi Deus que os interpelou, dizendo: "Fulano, te candidata nas próximas eleições! Pela fé com que todos agradecem, a impressão é que Deus os interpelou realmente. 
No lugar de Deus, pergunto do alto (ou do baixo) de meu ateísmo, não foi uma decisão pessoal, avalizada pelo seu partido. Antes de a decisão pessoal ser expressa e colocada para aprovação, não foi um ego?
Desde a descoberta do inconsciente por Freud, como é possível o homem continuar mentindo para si mesmo, colocando um deus no meio (no papel de um ajudante imaginário)?  

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