Ao
fazer 80 anos, Luis Fernando Veríssimo repete um chavão anticapitalista:
"socialismo ou barbárie?". Socialista caviar, o escritor faz em
Paris seus passeios mais regulares (onde tem um apartamento, frequenta a boa
mesa, visita exposições, assiste a concertos).
Depois
de Rosa Luxemburgo, ISTVÁN MÉSZÁROS, filósofo húngaro marxista, intitulou um de
seus livros de O século XX - Socialismo ou Barbárie?. O autor reúne as mais
estapafúrdias teorias conspiratórias contra o "imperialismo"
norte-americano, contra o capital, em favor do socialismo.
Fiz
várias anotações às margens do livro, quando o li em 2006, todas contrárias às
ideias do filósofo.
Alguns
absurdos produzidos por István:
"O
capital não vai ajudar nem fazer tamanho favor à classe trabalhadora pela
simples razão de que é incapaz de fazê-lo";
"O
extermínio da humanidade é um elemento inerente ao curso do desenvolvimento
destrutivo do capital "...
Catastrofista,
István relaciona a destruição a uma possível hecatombe nuclear, não a uma
degradação ambiental (por exemplo).
Conclui
seu livro em dezembro de 1999 desta forma: "Por isso, o século à nossa
frente deverá ser o século do 'socialismo ou barbárie'".
Hoje
Zero Hora publicou um artigo de opinião de Denis Lerrer Rosenfield (professor
de Filosofia),que baixa a lenha nesse dualismo criado por Rosa Luxemburgo. O
articulista pergunta ironicamente se a Alemanha dividida do século XX poderia
ser exemplo desse dualismo: a ocidental como bárbara (errada), e a oriental,
socialista (correta). Quem tem mais de 40 anos de idade sabe como terminou a
separação pelo Muro de Berlim. Os trabalhadores da Ásia e África, com a
desculpa de fugir da guerra, querem ir para a Alemanha ultracapitalista.
Por
que será?
A
esquerda caviar deveria saber a resposta.
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