O
eleitor brasileiro amadurece com as crises políticas, malgrado o
desconhecimento ou a subestimação daqueles que se candidatam a um cargo público
– em Brasília ou em Confins do Campo. Ele não mais se deixa engambelar pelo sorriso,
pelo cumprimento, pelo gesto afetuoso, pela promessa mirabolante, fora da
realidade, como a de industrializar Confins do Campo agropastoril em plena
crise econômica. Ele não mais acredita nas promessas, embora responda ao
sorriso, ao cumprimento, ao gesto afetuoso (como recomenta uma boa educação). Ele
se cansou do assédio em sua casa, na rua, no clube, sabendo ser sua importância
provisória, com data de validade definida. Ele sabe agora que depois das
eleições não receberá sorriso, cumprimento e gesto cordiais. No máximo, será um
número a dar legitimidade democrática e carta branca ao candidato eleito. As
promessas de campanha não serão cumpridas, uma verdade manjada de que está
consciente o eleitor agora. Os projetos com objetivos sociais se reduzem aos interesses
particulares dos eleitos. A reeleição é um desses interesses pessoais, porque,
além dos vencimentos generosos pagos pela União, estados e municípios, o
carreirista político ganha notoriedade. Tardiamente, essa notoriedade começa a
diminuir, na medida em que o eleitor evolui com os próprios equívocos. Hoje o
cidadão comum clama por uma reforma política, constitucional, que seja acompanhada
de uma revolução moral, de norte a sul deste país.
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