sábado, 3 de setembro de 2016

EM DEFESA DO ELEITOR

O eleitor brasileiro amadurece com as crises políticas, malgrado o desconhecimento ou a subestimação daqueles que se candidatam a um cargo público – em Brasília ou em Confins do Campo. Ele não mais se deixa engambelar pelo sorriso, pelo cumprimento, pelo gesto afetuoso, pela promessa mirabolante, fora da realidade, como a de industrializar Confins do Campo agropastoril em plena crise econômica. Ele não mais acredita nas promessas, embora responda ao sorriso, ao cumprimento, ao gesto afetuoso (como recomenta uma boa educação). Ele se cansou do assédio em sua casa, na rua, no clube, sabendo ser sua importância provisória, com data de validade definida. Ele sabe agora que depois das eleições não receberá sorriso, cumprimento e gesto cordiais. No máximo, será um número a dar legitimidade democrática e carta branca ao candidato eleito. As promessas de campanha não serão cumpridas, uma verdade manjada de que está consciente o eleitor agora. Os projetos com objetivos sociais se reduzem aos interesses particulares dos eleitos. A reeleição é um desses interesses pessoais, porque, além dos vencimentos generosos pagos pela União, estados e municípios, o carreirista político ganha notoriedade. Tardiamente, essa notoriedade começa a diminuir, na medida em que o eleitor evolui com os próprios equívocos. Hoje o cidadão comum clama por uma reforma política, constitucional, que seja acompanhada de uma revolução moral, de norte a sul deste país. 

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