sexta-feira, 22 de abril de 2016

REALISMO VERSUS OTIMISMO

A autocrítica me faz ver com uma claridade meridiana a diferença que me separa da maioria de meus contemporâneos. 
Como aficionado em futebol, sou um torcedor realista, que não se deixa iludir ingênua e apaixonadamente pelo seu time. 
Noventa e nove por cento dos gremistas, por exemplo, expressam um otimismo quase irritável. Penso que isso também caracteriza diretoria e comissão técnica do tricolor porto-alegrense. 
No dia 6 de março deste ano, postei o seguinte comentário neste blog: 
"Grenal hoje. Uma incógnita. A despeito da boa apresentação do Tricolor contra a LDU na quarta-feira, ainda estou com um pé atrás em relação ao Grêmio, de poupar jogadores no Gauchão para priorizar a Libertadores. Meu pessimismo advém de experiências passadas. Não ganharemos a Libertadores e corremos o risco de perdermos o campeonato gaúcho".
Chamo a atenção para a última frase do comentário: Não ganharemos a Libertadores e corremos o risco de perdermos o campeonato gaúcho.
O sonho com a Libertadores, que interfere numa prática lastimável (como explicarei a seguir), fará com que, mais uma vez, não ganhemos o Campeonato Gaúcho - conquista que dá sustentação interna para avançar além do Mampituba, além-fronteiras do Rio Grande do Sul. 
Conduzido por esse sonho de grandiosidade extrema, o Grêmio escalou o time principal para jogar na terça-feira contra o Toluca. Já classificado, o jogo apenas definiria um ou outro adversário. Contra o Juventude ontem, foi de reservas, como Everton, que estava fora há muito.
Mais uma vez, menosprezou-se o adversário. Mais uma vez, menosprezou-se o Gauchão (que não tem nada de charmoso). Ontem o Grêmio concordou previamente em aumentar a vacância de títulos, para a felicidade colorada. 
O realismo me traz mais dissabor que a paixão (cuja intensidade é passageira). 

Nenhum comentário: