segunda-feira, 7 de março de 2016

JUNG E O PIXULECO

No espaço-tempo criado pelo (in)consciente coletivo dos brasileiros, o ex-presidente Lula da Silva ocupa duas posições diametral e inevitavelmente conflitivas. 
Não há possibilidade para a indiferença, ou ele é execrado, ou é cultuado como o grande líder. 
Os militantes petistas, que o amam, sabem por que ele é execrado pelos demais. Por outro lado, poucos dos demais, que o execram, sabem por que ele é amado.
Por esse aspecto é que a crise ética (propalada pelos arautos da desgraça) também atinge a sociedade (não apenas a instituição do Estado). 
C.G.Jung diria que Lula representa um arquétipo, uma ideia primordial ainda compartilhada por aqueles que impunham uma bandeira vermelha nestes dias. 
Sabedor disso, o marqueteiro responsável pela criação teratológica do lulismo apresentou o homem outra vez numa calça jeans, camisa simples, despenteado, suado, com o mesmo discurso falacioso e agressivo dos anos oitenta. 
No lugar da falácia, a mentira sem-vergonha, debochada, arrogante. 
Qual é a ideia arquetípica personalizada pela figura do Lula? A do operário que chega ao poder (meme marxista que ainda contagia a mente dos que sabem (os intelectuais) e dos que não sabem (os próprios operários). 
Todos eles são atraídos pelo líder, independentemente de seu comportamento após constituir o governo, como o de enriquecer de uma forma ilícita. 
Dependentemente desse mesmo comportamento, todavia, ele se torna o alvo da odiosidade da outra parte dos brasileiros. 
O país continua dividido, com o pixuleco inflado na berlinda, ganhando cada vez mais altura. 

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