segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

SUNITAS VERSUS XIITAS


Após ataques terroristas neste século, adeptos moderados do islamismo saem em defesa de suas crenças, negando qualquer imputação de culpa ao Corão. Geralmente, como estrangeiros no Ocidente, eles juram que a religião criada por Maomé é da paz, malgrado o exemplo contrário dado pelo próprio profeta em vida e os 164 versículos jihadistas do livro.
Os autores dos atentados são homens de fé. Isso é inegável. Eles desejam ardentemente alcançar a condição de mártires da causa (mais religiosa que política). Seus “atos heroicos”, matar civis inocentes de culturas mais evoluídas moralmente, franqueiam-lhes o acesso direto para o céu, ao lado de Alá. No paraíso, terão o direito especial de convidar outras pessoas para fazer-lhes companhia.
O ódio contra o “imperialismo” experimenta seu próprio veneno nestes dias, numa demonstração indisfarçável de sua malignidade excedente. Sunitas e xiitas passam a matar entre si (agora por uma causa mais política que religiosa). Não se trata tanto de impor qual a linhagem verdadeira do Profeta, mas de assegurar o que resta do grande império muçulmano. Em torno dos últimos espólios, a violência é institucionalizada.
Os atores, o tempo e o cenário são outros, mas a história se repete. Sunitas e xiitas, século XXI, Oriente Médio. Católicos e protestantes, século XVI, Europa. O enredo se assemelha: uma guerra entre “irmãos”, que professam o mesmo deus. Os ocidentais cristãos já a vivenciaram, com algumas feridas ainda mal cicatrizadas, por isso a impressão etnocêntrica sobre os outros (além do Mediterrâneo).
Mesmo que os moderados defendam o contrário, o segmento fundamentalista do Islã ainda acredita e atua como se o paraíso ficasse “à sombra da espada”.  

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