domingo, 8 de novembro de 2015

EVOLUÇÃO VERSUS DESIGNER INTELIGENTE

As pessoas que não entendem o evolucionismo recorrem ao argumento de que o homem é muito inteligente para ser o resultado do acaso (ou ter descendido do macaco). Elas respondem, em coro, que todo design complexo requer a existência de um designer - deus.
Essas pessoas tomam o modelo presente e o transportam para um passado nunca suficiente, uma vez que o cérebro humano, nas palavras de Richard Dawkins, só é capaz de lidar com "processos que se desenrolam em segundos, minutos, anos ou, no máximo, décadas". Em alguns casos, alongo esse recuo temporal (por minha conta) para séculos e milênios.
Nesse passado, o homem já possui uma linguagem (falada), já domesticou plantas e animais etc., tal como o é representado pelo mito bíblico (por exemplo).
Antes da Revolução Agrícola, o homo sapiens perambulou pelo planeta por um tempo vinte vezes superior ao estabelecido pela narrativa mítica. Sua espécie evoluiu de uma outra muito semelhante, que sobreviveu por milhões de anos.
Exceção à regra, como sei disso?
Os fósseis, a medição do Carbono 14 e o registro de cientistas honestos me levam a entender a evolução humana como um todo. 
A Revolução Agrícola ocorreu há 10 mil anos. Quem era o homem anterior a ela? Coletor e caçador. Entre 10 mil e 70 mil anos AP, quais eram as nossas principais realizações? Representações pictóricas da realidade (feita na parede das cavernas), linguagem verbal, armas de lançamento à distância... Um recuo ainda maior, antes da chamada Revolução Cognitiva, o homo sapiens é física e cerebralmente um protótipo mal acabado de seu descendente atual.
Os criacionistas, caso viajassem no tempo, ainda sustentariam o design complexo para seu ancestral de 200 mil anos AP? E 200 mil é pouco, considerando-se os 6/7 milhões de anos em que surgiram os primeiros hominídeos. 
Como negar a evolução? A posição ereta, o machado de pedra, a descoberta e o domínio do fogo, a capacidade de organização social cada vez maior, a linguagem, a domesticação de plantas e animais, a roda, o emprego do metal, da eletricidade, do motor, da nave espacial, da internet... Tudo acontecendo em tempos distintos. 
A descoberta do fogo, por exemplo, provavelmente tenha ocorrido de uma forma acidental, mas tornou o homem mais inteligente (com a percepção do fenômeno e o seu domínio). 
A inteligência se desenvolveu gradual e cumulativamente. GRADUAL e CUMULATIVAMENTE. Não há necessidade de um designer que justifique sua manifestação no atual estágio evolutivo.
A evolução continuará atuando (com algum objetivo desta vez, diga-se de passagem), e o homem do futuro será cada vez mais inteligente - a ponto de rir do que seus ancestrais acreditavam num tempo passado (o atual). 

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