terça-feira, 24 de novembro de 2015

CASOS DE FÉ (I)


Sócrates, o “Pai da Filosofia”, era religioso. Platão não faltaria com a verdade no princípio de A República: “Fui ontem ao Pireu com Glauco, filho de Aríston, para orar à deusa”.
A fala de Sócrates denuncia um dos motivos por que o condenaram á morte: a apresentação de ouros deuses à juventude de Atenas. Essa atitude do filósofo foi considerada um desrespeito aos deuses oficiais da pátria, Zeus e Cia.
A deusa, referida acima, tratava-se de Bêndis, levada à Ática pelos trácios. O povo grego a identificou com Ártemis, como ocorreria dois milênios mais tarde, no Brasil, com a Nossa Senhora dos Navegantes (catolicismo) e Iemanjá (candomblé).
A forma de conhecimento sistematizada por Sócrates e Platão (não necessariamente nessa ordem), somando-se à ciência fundada por Aristóteles, criariam um paradigma novo, que continua a excluir os deuses criados por todas as religiões.
Hoje sabemos que Zeus e sua trupe olimpiana não passavam de mito, de ficção. Bêndis, a deusa cultuada por Sócrates também uma criação da fantasia religiosa (que ainda dizem ser necessária ao homem). Há 25 séculos, todavia, caso um cidadão afirmasse a não existência desses deuses, sua vida valeria uma taça de cicuta.
Por que Nossa Senhora dos Navegantes, Iemanjá, santos e orixás continuam sendo cultuados como reais? Por que Jeová ainda vige? Por que Alá? Eles seriam animados pela fé de bilhões de pessoas? 
No futuro, saberemos que sim. 

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