terça-feira, 15 de setembro de 2015

AS IGREJAS (NEO)PENTECOSTAIS RESOLVEM O DUALISMO DEUS VERSUS RIQUEZA MATERIAL


Um dos dualismos ao qual o homem ocidental é forçado a vivenciar nos últimos dois milênios, a divisão do mundo em material e espiritual, parece chegar ao fim nestes dias.
A princípio, o pensador grego chamado Platão instituiu a oposição no âmbito filosófico, o inteligível, associado à alma, versus o sensível, associado ao corpo. Aquela é potencializada como eterna; este, material e transitório. 
Essa filosofia deu a Paulo de Tarso o fundamento para uma nova "ordem imaginada", que cativou corações e mentes da nossa civilização.
Os evangelhos já haviam professado esse problema dualístico, especialmente Mateus, 6:24: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um um e amar ao outro, ou de devotará a um e desprezará ao outro". Não se poderia buscar a Deus e às riquezas materiais a mesmo tempo. 
O enunciado é de uma claridade meridiana, que não permite qualquer outra interpretação que não a objetivada por seus termos. 
Um bispo brasileiro, chamado Edir Macedo, por volta do ano de 1977, ao criar sua Igreja Universal do Reino de Deus, todavia, cria a doutrina da prosperidade. 
Essa doutrina se desenvolve a partir da "lei de reciprocidade", que expressa mais ou menos o seguinte: se o homem for bom para com Deus, Deus é 'obrigado' a ser bom de volta". 
Como eu gostaria que o leitor já conhecesse A essência do Cristianismo, de Ludwig Feuerbach, para entender que esse deus obrigado a retribuir é muito pequeno, constituindo-se numa alteridade humana. 
Depois de quase quarenta anos, as demais igrejas pentecostais e neopentecostais do Brasil deixaram-se atrair pelo "sucesso" da doutrina do pastor bilionário. 
Tais organizações religiosas conseguiram resolver o dualismo fundamental Deus versus riqueza. Não faltam provas disso. A última é paradigmática: um pastor levou seu carro importado para dentro da igreja, para que os fiéis tocassem o bem e recebessem uma unção de prosperidade.




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