terça-feira, 1 de setembro de 2015

31 DE AGOSTO

O calendário constitui uma ordem imaginada, intersubjetiva, que auxilia enormemente o homo sapiens nos últimos milênios. Assim como a escrita, a descrição numérica do ciclo anual foi decisiva para ampliar o sistema de cooperação - desde a Suméria ao presente.
Hoje somos inteiramente dependentes do calendário, cuja importância ainda é suscetível de mitificação sobre dias, meses e anos. Ontem, por exemplo, vivemos o dia 31 de agosto. Para muitos indivíduos, a data teve uma significação especial, de aniversário, até merecendo uma comemoração com a família e amigos. Ainda se crê firmemente nas informações fornecidas pela astrologia, pseudociência que atribui um destino exclusivo para os nascidos a cada dia do ano. A crença nela só é possível se associada à ignorância. 
O imperador romano Júlio César, com a colaboração de um matemático chamado Alexandrino Sosígenes, fez grandes alterações no calendário (cujo 1º do ano já fora mudado de março para janeiro em 154 a. C.). O quinto mês, Quintilis, passara a ser o sétimo, adquirindo uma nova denominação: Julius. Os senadores resolveram fazer uma homenagem ao imperador. 
Eis que quatro décadas mais tarde, outro imperador, César Augusto, exigiu igual deferência dada a Júlio. Para isso, foi necessário um pequeno ajuste: o mês Sextilis, subsequente a Julius, ganhou um dia a mais, doravante com o nome de Augustus (agosto). Não havia o 31 de agosto antes dessa homenagem política dos senadores romanos, reconhecidos bajuladores. 
Não existe outra explicação para responder por que os meses julho e agosto, na sequência, contam com 31 dias cada. Graças ao conhecimento histórico (possível a todo indivíduo), a astrologia é tornada sem sentido, para não dizer que ela consiste num sistema de informações não verdadeiro.   

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