sexta-feira, 31 de julho de 2015

RIMA POBRE, RIMA RICA, RIMA RARA



             Na poesia, bem como na música, sua irmã de ritmo, há uma teoria, um estudo que classifica a arte num segmento que vai do mais simples ao mais complexo.

           Apenas no que diz respeito à rima, que o senso comum a considera como essência do gênero poético, todo texto pode ser classificado qualitativamente. A rima pobre é feita com palavras da mesma classe gramatical, geralmente com verbos no infinitivo (cantar–sonhar, beber–viver, sorrir–partir). A rima rica, ao contrário, ocorre com palavras de classe gramatical diferente. A rima rara (e preciosa) intercorre com palavras de terminações incomuns (estrelas–vê-las, múmias–resume-as, deuses–elêusis).

            A partir dessa referência, constata-se que 99% da produção textual no Brasil (para ser musicada) apresenta uma pobreza rímica – em decorrência da limitação vocabular que a precede.

           Não há exagero em generalizar a baixa qualidade das diversas expressões poéticas, que acompanham a música (também de um compasso simples, do forró nordestino ao tradicionalismo gaúcho).

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