segunda-feira, 29 de junho de 2015

ASSUNTO POLÊMICO

O papel das novas tecnologias como articuladoras do processo informativo está longe de chegar a um consenso. Elas têm propiciado o letramento digital em massa, por intermédio das "redes sociais". Todavia, a rápida constituição do sujeito discursivo vem gerando uma babel (a partir da mesma interface).
"O sucesso do Facebook", escrevi em meu Palavras de fogo, decorre da ação que catapulta o usuário do site em autor do enunciado, que passa a dominar a interlocução não mais como mero anônimo, sem visibilidade alguma. "Num mundo em que se valoriza o parecer (como possível síntese entre o ser e o ter), o Facebook é o último recurso da aparência", onde o solipsismo se projeta como hipertextualidade.
Por outro lado, essa condição recém-adquirida de sujeito, conclui Umberto Eco, dá o direito à palavra a uma "legião de imbecis". O grande intelectual italiano é contundente: "O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade".
Ainda que já me manifestara sobre o excesso de opiniões, com suposto estatuto de verdade, preferi, numa análise inicial,  ver o lado bom desse salto da simples alfabetização ao uso generalizado da escrita eletrônica. 

Nenhum comentário: