sábado, 21 de fevereiro de 2015

UMA ABORDAGEM FREUDIANA

Um fato noticiado hoje pela mídia santiaguense me remeteu a Sigmund Freud, o criador da Psicanálise.  Uma mulher sexagenária quase fora estuprada em sua casa pelo próprio filho (de 38 anos de idade). Antes de se efetivar a tentativa, um neto da senhora flagrara o quase estuprador espiando a mãe tomar banho pelo buraco da fechadura. Mais tarde, no momento em que a tentativa se efetivava, o homem foi impedido de ir adiante pela pronta reação da vítima, que lhe pôs em fuga com um cabo de vassoura. Esse detalhe é indispensável para a compreensão da análise que farei abaixo.
Ao reler sobre o Complexo de Édipo, que ocorre durante o estágio fálico da evolução psicossexual da criança (entre os 3 e 6 anos de idade), arrisco dizer que o desejo incestuoso, desenvolvido pelo quase estuprador na infância, não foi normalmente reprimido. Isso pode ocorrer por dois motivos necessariamente opostos: 1) o pai violento, provocando o medo de castração ainda muito precoce no filho; 2) a frouxidão ou inexistência do pai, fazendo  retardar o desenvolvimento do (super)ego no menino.
O primeiro objeto de desejo da criança é o seio materno, o qual pode atender satisfatoriamente sua imensa expectativa, ou frustrá-la repetidas vezes. Ainda no âmbito do inconsciente, tal disponibilidade, ou não, associa-se à ausência do pai, ou à sua presença. Da mesma forma, todo carinho dispensado durante o banho, o vestir, o pentear etc. Mais tarde, o adolescente irá experimentar uma reaproximação libidinal com a mãe, que será mais ou menos intensa conforme seu grau de amadurecimento psicossexual. 
O quase estuprador, personagem real da notícia veiculada, certamente não teve um amadurecimento normal. A repressão ao conteúdo libidinal (ou a falta dela) causou um desajuste na personalidade desse indivíduo, suscetível de se deixar dominar por um cabo de vassoura - algo que não intimidaria um estranho, não familiar.
(Devo desculpas ao leitor pela minha forma lacunar de abordagem. Mais tarde, pensarei melhor nessas reflexões. Minha intenção é também alertar e prevenir o leitor contra o preconceito que ignora a sexualidade infantil - uma das maiores descobertas de Freud - bem como contra o preconceito que incrimina o quase estuprador  antes de considerá-lo um desajustado, um doente.)

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