domingo, 1 de fevereiro de 2015

PLATÃO NOVAMENTE

Todas as vezes em que retornei à história da Filosofia, fui forçado a ler Platão. Os registro histórico sobre a Grécia Antiga, um dos berços da civilização ocidental, incluem-no entre seus nomes mais proeminentes. Will Durant faz uma apreciação tão elevada de A República em sua História da Filosofia, que acabei lendo a obra nos anos oitenta. Nos últimos anos, durante o curso de Filosofia (bacharelado), já estudei Platão em quase todas as disciplinas. Em Discurso Filosófico I, ele é exaustivamente analisado.
Na República idealizada por Platão, os poetas não teriam lugar, em razão de comporem versos e narrativas puramente imitativos. Ao discursar sobre as coisas do mundo sensível, os poetas o fariam como que por desdém ou desconhecimento (não necessariamente nessa ordem) do mundo inteligível. Os filósofos verdadeiros sim. Estes deveriam governar as cidades. No Livro VI, por intermédio do diálogo entre Sócrates e Glauco, Platão detalha como seria o caráter do filósofo verdadeiro. Uma perfeição de pessoa. Um ideal (à exceção talvez de Confúcio, que existiu realmente). 
Pois bem, não gosto de Platão. Não porque baniu a poesia de sua república, mas porque é um idealista. Mais do que o mais sonhador dos poetas. Sua filosofia, principalmente condenando o "mundo sensível", real, constituiu um dos substratos do cristianismo elaborado por Saulo de Tarso. (Agora me ocorre que a cegueira sofrida por Saulo e sua conversão ao deus de Israel demarcou a saída da Caverna, do mundo das sombras para a luz.) 
Ainda bem que logo ou outro filósofo floresce na Grécia para fazer o contraponto necessário a Platão: Aristóteles.

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