terça-feira, 26 de novembro de 2013

TRÊS EXEMPLOS

Os conceitos políticos "direita" e "esquerda" se originaram durante a Revolução Francesa para designar os que se sentavam à direita do presidente do parlamento, defensores do antigo regime, e os que se sentavam à esquerda, favoráveis à revolução.
Com a Guerra Fria, acentuou-se a dicotomia entre "direita" e "esquerda", polarizada pelos Estados Unidos (democráticos) e pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (socialista). 
Com a debacle da URSS (e do socialismo), "direita" e "esquerda" começaram a ruir como conceitos opostos, perfeitamente definíveis.
Dois exemplos históricos e um atual revelam contradições interessantes, que colocam em dúvida a estanquidade desses conceitos.
Para o argumento que defende que a "esquerda" apoia a existência de sindicatos (como caracterizam os esquerdistas norte-americanos), cito o exemplo que se segue: 
1) Lênin, que na Segunda Internacional, foi visto como de extrema esquerda, era contra os sindicatos (que, segundo o líder revolucionário, operavam no sistema capitalista).
Para o argumento que define programa da "esquerda" o controle cerrado do Estado na economia, cito o exemplo abaixo:
2) John Maynard Keynes, para produzir sua obra Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, francamente antiliberal, inspirou-se no New Deal, de Franklin Delano Roosevelt (presidente dos EUA).
Para o argumento que relaciona a "esquerda" com a doutrina da antiprivatização, cito um exemplo atual, conhecidos de todos os brasileiros:
3) Nos anos oitenta, a Partido do Trabalhadores levantava a bandeira esquerdista da antiprivatização. Hoje no governo, o PT privatiza no atacado, inclusive nossos aeroportos. 

(Os exemplos acima foram elaborados por mim, a partir de leituras bibliográficas, do Google à História concisa da Revolução Russa, de Richard Pipes, bem como da experiência pessoal.)

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