sábado, 6 de abril de 2013

COMO EVOLUIR?


Como evoluir da opinião para a verdade? 
Ao opinar, devo estar preparado para a objeção, o contraditório. 
A intenção do que expresso é a verdade. Também o é a intenção do outro. A intenção, todavia, não é a verdade. 
Uma coisa distante para o senso comum (que é opinativo por excelência) é a compreensão de que a verdade não surge da diferença entre o que conheço e o que conhece o outro, mas da soma (quando não a multiplicação de saberes). 
Isso quase responde o tema desta postagem, expresso na pergunta acima. 
Via de regra, a verdade se oculta, qual uma forma possível dentro do diamante ainda não lapidado. Em raras exceções, ela é inalcançável (conforme ensinava Górgias de Leontini, um dos sofistas gregos). 
Qual é a verdade em relação ao aborto? Nenhuma, na medida em que os argumentos, com fundamentação mítica ou racional, limitam-se ao âmbito do senso comum, da opinião. 
Qual a verdade em relação à união homoafetiva? ...
Se não existe verdade, pelo menos a expressão é livre (ou deveria ser). 
Essa liberdade é uma das maiores conquistas da nossa civilização. 
Quem opina a favor do aborto não o faz sem elencar justificativas mais ou menos plausíveis, qual a de suspender a gravidez resultante de estupro ou que coloca em risco a vida da gestante. Quem opina contra, também o faz em defesa da vida – do novo indivíduo. 
A posteriori, há uma lógica em dizer que todos somos resultantes de um aborto não realizado. Cada um dos lados se acha dono da verdade. 
No caso da homoafetividade, os argumentos são os mais diversos (e absurdos). Um renomado jornalista brasileiro, por exemplo, chegou a dizer que um casal formado por homossexuais tem melhores condições de cuidar de um filho. 
Uma coisa é inegável: estamos longe da verdade.  

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