sexta-feira, 9 de novembro de 2012

FEIRA DO PRODUTOR

Hoje fui à Feira do Produtor. O mel acabara, precisava comprá-lo outra vez. A oferta é diversificada, de primeira qualidade. O mel produzido aqui (eixo Betânia - Cerca de Pedras - Vila Branca) é muito mais delicioso que o mel de Pinhal (a capital desse produto). Para aproveitar a viagem, comprei pão caseiro. Nada que se compara ao pão que a mãe fazia no Rincão dos Machado. Mel, pão... Ovos crioulos, queijo, queijo-de-porco, rúcula. Rúcula para sábado e domingo. Duvido que alguém goste mais de Eruca sativa, da família das crucíferas. Ordem necessária para temperá-la: sal, gotas de vinagre ou limão e azeite de oliva. Antes de colocar o azeite, convém escorrer o excesso de líquido. Não encontrei peixe e figada na feira. Em compensação, reencontrei muitas pessoas conhecidas, entre as quais seu Otelo Ribeiro, dr Disconzi, dr Cogo, os próprios feirantes. Na feira, não há distinção de classes (no sentido marxista). Fazendeiros e pequenos agricultores, doutores e enfermeiros, coronéis e soldados, professores e alunos, industriais e empregados, como sujeitos numa relação de unidade social. Todos a comprar os mesmos produtos. Outra reflexão de cunho sociológico que a feira pode suscitar: algumas pessoas que residem na cidade, mas oriundas do campo, vão ali em busca de um cadinho terrunho que pertence ao passado, seu sítio na serra, seu minifúndio. O gosto da terra está presente naqueles produtos (que um dia também cultivaram). A lembrança de um modo de vida que marcou profundamente corpo e alma. Reflexão que beira a poesia. O conhecimento beira a poesia. Por isso leio Nietzsche.   

Nenhum comentário: