terça-feira, 9 de outubro de 2012

ERIC HOBSBAWN

Há poucos dias, morreu Eric Hobsbawm, deixando viúvas confessas em toda parte (inclusive em nossa blogosfera). Não quis me manifestar, porque me sentia desacorçoado, assim "meio atirado às traças". 
Hoje abro a VEJA e na seção Ideias, leio "FOI-SE O MARTELO - Na visão particular do século XX, o historiador inglês Eric Hobsbawn martelou sem dó no leitor sua devoção religiosa ao comunismo, cujos crimes ele escamoteou".
A matéria de Eurípedes Alcântara é tão boa, que resolvi postar excertos extraordinários:
"Eric Hobsbawn, morto aos 95 anos na semana passada, não forma nesse time (dos grandes historiadores) por ter deixado sua devoção religiosa ao marxismo embaçar sua visão do século XX".
Por falar de historiadores, prefiro Arnold Toynbee.
"O escritor inglês H.G.Wells, autor de A Guerra dos Mundos, descreveu o alemão Karl Marx (1818-1883) como 'uma mente de terceira, postulador de uma tese de segunda, propagandeada por fanáticos de primeira'.
Em meu curso de Filosofia, estudo Sociologia nestes dias. A essência da teoria do materialismo histórico de Marx é um absurdo. Apenas para prová-lo, valerá a pena meu estudo.
"Hobsbawn", prossegue a matéria, "foi um comunista que fez coisas notáveis quando lúcido. Os filósofos Isaiah Berlin (que eu li) e Leszek Kolakowski demonstraram que o marxismo atua no mesmo nível mental da transcendência, área distante da que processa os pensamentos racionais. Isso explicaria por que, mesmo morto e enterrado como teoria e prática, o marxismo sobrevive como igreja - ou  igrejinha, quando instalado em círculos acadêmicos. Cardeal da seita, Hobsbawn tinha convicções impermeáveis aos fatos e á lógica.
"Karl Marx se acreditava um observador científico da realidade cujas afirmações sobre a superação do capitalismo pela revolução comunista não eram meras previsões. Eram profecias. A classe operária ficaria tão numerosa e miserável que tornaria inevitável o confronto vitorioso final com a burguesia. Algo deu errado. Em vez de empobrecerem, os operários foram ficando mais ricos - muito mais ricos  do que seus antepassados jamais sonharam. Os países europeus, alvo de Marx, aplacaram a radicalidade das massas com reformas e assistência social.
"Marx recebeu uma carta de Friedrich Engels, o amigo que o sustentava com a mesada do pai, rico industrial alemão. A carta era um lamento desesperado: 'Os proletários ingleses estão se tornando mais e mais burgueses, mais burgueses do que os de qualquer outra nação; nós temos agora uma burguesia proletária'".
Aos marxista que se acotovelam dentro do PT, todos burgueses, gostaria de perguntar qual a classe do Lula. Proletariado ou burguesia? Certamente, não pertence a nenhuma delas.
"A Igreja Católica encontrou uma saída para explicar um papa como Alexandre VI (1492-1503), nobre poderoso que comprou sua eleição e transformou o trono de Pedro em testemunha de esbórnias, bacanais e crimes. Os pensadores católicos argumentaram que ter sobrevivido a Alexandre VI é mais uma prova da origem divina da Igreja. Hobsbawn também sacralizou o comunismo para não enxergar seus erros. Seus livros que tratam da história contemporânea trazem uma coleção disciplinada, fervorosa e ardente de justificativas das atrocidades comunistas - missão a que ele se entregou valendo-se de omissões, evasões, contradições e circunavegações".
A Igreja Católica é outro alvo de meus estudos.
A matéria continua, relatando os crimes cometidos por Stalin. Hobsbawn faz vista grossa às atrocidades lideradas por Stalin, seu ídolo, como a morte pela fome de 20 milhões de ucranianos. Controle social.
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DEFINITIVAMENTE CIENTÍFICO É KARL POPPER: O MARXISMO NÃO É CIENTÍFICO (COMO A PSICANÁLISE). 
Alguns professores universitários deveriam saber isso.


Um comentário:

Marco Borgerth disse...

Muito boa mesmo esta matéria. Cheguei a este blog procurando o texto do Eurípedes para publicar em meu facebook!