quarta-feira, 31 de outubro de 2012

MANCHETE POÉTICA


Sandy ensandeceu Tio Sam.

(Ainda que Drummond recomendasse:
"Não faças versos sobre acontecimentos".)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

INDIRETAMENTE...


"Os figos caem das árvores, são bons e doces: ao caírem rasga-se-lhe a pele rosada. Sou para os figos maduros o vento Norte."
Assim falava Zaratustra - Nietzsche

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

FACA DE DOIS GUMES

Entre o desenvolvimentismo e a preservação ambiental, o discurso politicamente correto é o do "desenvolvimento sustentável".
Sem o progresso econômico e social, como escreve Roberto Amaral, "nada conseguiremos, a começar pela conservação do planeta".
O futuro é campo oportuno para as hipóteses. As provas que sustentam a realidade estão à disposição no presente. 
O meio ambiente hoje encontra-se mais degradado que ontem? Há mais desenvolvimento hoje que ontem?
Se a resposta é sim, então, estamos mal. 
Desenvolvimento sustentável não passa de uma idealização.
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Roberto Amaral foi ministro da Ciência e Tecnologia do governo Luís Inácio Lula da Silva, de janeiro de 2003 a janeiro de 2004. Foi o primeiro ministro a pedir demissão. Por que será?

domingo, 28 de outubro de 2012

BARRAGEM CHEIA

Numa hora destas, a nossa barragem deve estar derramando-se pelo vertedouro. Depois de um longo e angustioso inverno, a primavera volta a florir para os santiaguenses, especialmente para meu amigo Rubem Lima, gerente da Corsan local. (Ontem passou um filme futurista no canal Discovery. O mundo havia desabado em 2027. Uma das normas impostas à população era de economizar água - substância natural de que depende a sobrevivência humana.) Pergunto se alguém visitará a barragem agora, no próximo fim de semana com sol. Certamente, não haverá filas de carro até a rodovia. Afinal, a barragem cheia coincide com a ideia que fazemos dela. Tudo volta ao normal. O filósofo, todavia, pergunta por que as pessoas corriam para ver a barragem seca(ndo). Uma das respostas possíveis a essa questão não revela uma tendência, uma queda pela desgraça? Não seríamos catastrofistas, quando assistimos a um filme catastrofista, quando vemos os noticiários na tv, quando lemos jornais, quando acessamos os blogues que postam sobre crimes e acidentes?  Somos assim, e a mídia apenas se aproveita dessa nossa fraqueza, embora assumindo a culpa de ser mensageira enxerida, inconveniente? Apesar de provocar esse questionamento, de ter já descoberto o inconsciente (com Freud), ainda sou semelhante a todos que sofrem. No pior momento da crise, quando o nível da barragem esteve mais baixo, passei a escrever sobre o caos que representaria a falta de água em Santiago. Ao mesmo tempo em que expurgava minha angústia, apelava para o bom senso, para a solidariedade das pessoas. A seca chegou ao fim. Choveu, choveu. A barragem está cheia, situação que não justifica qualquer desperdício da água disponível para consumo. Penso que este ocorrerá de forma mais responsável. 

sábado, 27 de outubro de 2012

EVOLUÇÃO CULTURAL


Na falta de outra definição para meu sentimento em relação à Feira do Livro de Santiago, reconheço-o como orgulho simplesmente.
Luiz Coronel foi uma das melhores escolhas dos organizadores da nossa feira, no que se refere à presença de uma personalidade com destaque estadual/ nacional. O poeta veio a Santiago em 2008 e, em 2012, é patrono da 58ª Feira do Livro de Porto Alegre. 
Essa antecipação de 4 anos, guardadas as proporções, demonstra que a Terra dos Poetas estava certa em trazer Luiz Coronel.
Orgulho-me da evolução cultural por que passa nossa cidade.  
   

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

INTERESSEIRA E IGNORANTE

No âmago de uma sociedade absurdamente consumista, as relações entre os indivíduos são sustentadas por valores materiais. Toda afetividade é coisificada, totemizada na forma de um objeto em alta no mercado.
Há poucos dias, uma senhora procurou a Seção de Inativos e Pensionistas de uma determinada Organização Militar, para fazer uma reclamação. Era pensionista e procurou a SIP para reclamar que a medalha de ouro de seu marido, falecido no mês passado, não de ouro exatamente. 
A medalha de ouro é concedida a todo militar que completa 30 anos de efetivo serviços prestados à Força, ao longo dos quais manteve comportamento exemplar. A concessão dessa honraria é chancelada pelo Secretário-Geral do Exército. 
Após a morte de quem mereceu a medalha como símbolo de um valor afetivo, a digníssima esposa correu para ser desfazer dele, pensando no valor material. Não contente com a descoberta de que a medalha era feita de metais baratos, teve a petulância de reclamar no quartel. 
Interesseira e ignorante.

A FALÁCIA OPOSICIONISTA


         A oposição em nosso município, para justificar sua derrota nas urnas, acaba de produzir uma falácia que repercute na grande mídia: “uma dinastia governa Santiago há 120 anos”. "Dinastia"? 120 anos?
         A classificação desse enunciado como falacioso superestima um equívoco semântico, impossível de se constituir numa hipérbole (figura de linguagem muito utilizada no meio político). A palavra dinastia significa uma série de soberanos pertencentes a uma mesma família.
         O sujeito do enunciado acima exagera ao ampliar polissemicamente o termo família para partido, classe, ou coisa que o valha. Ao invés de “dinastia”, empregasse “oligarquia”, ainda não haveria correspondência com a verdade.
         A história de Santiago, mais que essa tergiversação metalingüística, acusa a falácia desse sujeito desmemoriado ou sem leitura (não necessariamente nessa ordem). Antes de citar Rubem Lang e Vulmar Leite, que interromperam o governo do mesmo grupo político, este contraponto remonta à conturbada eleição de 1935/36, quando foi assassinado o juiz Moysés Vianna.
         Nesse pleito histórico, Sylvio Aquino concorria a prefeito pela Frente Única Gaúcha, uma coligação entre o Partido Libertador e dissidência do Partido Republicano. Seu adversário, José Ernesto Muller, candidatava-se a eleição (até então era prefeito nomeado pelo Partido Republicano. O poder administrativo do município, portanto, encontrava-se nas mãos de Muller, cujos correligionários tudo fizeram para impugnar a votação em Florida, com o intuito de evitar a virada em favor de Sylvio Aquino. Com a intervenção de Moysés Vianna, a democracia foi salva.
         O Partido Libertador, que apoiou Sylvio Aquino, contribuiu para a formação da União Democrática Nacional (UDN), em 1945, partido conservador que faria oposição a Getúlio Vargas. O grosso desse partido, em 1965, compôs a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), origem política do Partido Progressista (PP).
         José Ernesto Muller, de acordo com o exposto nos parágrafos anteriores, não era “dinástico”. Por que não se elegeu? A pergunta é válida para os partidos de oposição que assumiram a Prefeitura noutras oportunidades e tornaram a perdê-la democraticamente na eleição seguinte.
         ...
         O equívoco é também matemático.  

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O GOSTO PELA CONTEMPLAÇÃO


"O poder interior do homem pode-se comparar ao de um rio que, impedido por um dique, forme uma bacia artificial dando assim origem a uma fonte de energia. Mas há séculos que este dique tem uma falha, a bacia está quase vazia, a energia pouco menos que gasta e todas as regiões em volta estão na escuridão. Deve-se, portanto, reforçar o dique e permitir que o nível da água suba. Por outras palavras, para encontrar uma ideia de homem, isto é, uma fonte de  verdadeira energia, necessita-se que os homens reencontrem o gosto pela contemplação. A contemplação é o dique que alimenta de água a bacia. Ela permite aos homens acumular de novo a energia de que a ação os privou."
(Excerto do livro O homem como fim, de Alberto Moravia.)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

MENSALÃO

O MENSALÃO EXISTIU. José Dirceu o coordenava da Casa Civil no palácio do Planalto.
Eis o fato, eis a verdade agora desvelada (em parte). 
A sociedade brasileira continuará na dúvida: Lula sabia ou não sabia.
Certos petistas, depois de acusarem a imprensa de golpista, passam a atacar os juízes do Supremo Tribunal Federal.
Tudo isso precisa ser repercutido nos maiores meios de comunicação do mundo.
A maioria dos brasileiros logo perdoa (ou esquece) seus políticos mentirosos, corruptos, quadrilheiros. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

NÃO TENHO RAZÃO?

Dia 1º de outubro, postei aqui excerto do voto de Celso de Mello, como o que de melhor se produzira discursivamente contra o Mensalão. 
Ontem, Paulo Brossard  encerra seu artigo de opinião no Zero Hora com a citação, ipsis litteris, do discurso daquele decano do Supremo Tribunal Federal.
Transcrevo abaixo o excerto citado pelo grande jurista:
"... este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho do Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das instituições da República pudesse ser degredado a uma função de mera satisfação instrumental de interesses governamentais e de desígnios pessoais".
Achei essas palavras de Celso de Mello politicamente eufemísticas. Por isso, preferi citar outras mais contundentes.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

JG, PT, PV

Meu amigo Juarez Gireli deixa o Partido dos Trabalhadores e ajuda a organizar o Partido Verde em Santiago. 
O enunciado acima reúne dois dados que merecem destaque, ainda que possam suscitar o menosprezo daqueles que foram responsáveis  pelo novo fato social.
As queixas de JG precediam a última eleição, cujos resultados eram previsíveis. Mesmo assim, ele concorreu à Câmara, fiel às bandeiras que o partido empunhava nos anos oitenta. Tempos bons de militância!
Para alcançar o poder e mantê-lo sob sua sigla em âmbito nacional, o PT rasgou essas bandeiras, fez coligações espúrias e criou o mensalão (não necessariamente nessa ordem).
O declínio da organização partidária, todavia, não demora a ser evidente. Em Santiago, prova-o a chegada do Partido Verde, com perspectivas de um belo futuro, dependendo da resolução de algumas questões de ética.
Parabéns aos jovens organizadores do PV, especialmente ao Vanderlei de Almeida (meu colega de Filosofia). 

domingo, 21 de outubro de 2012

FEIRA DO LIVRO


Hoje se encerra a 14ª Feira do Livro de Santiago. Nas quatro vezes em fui visitá-la na Estação do Conhecimento, pude constatar a presença do público, nada que justificasse uma solução de continuidade pela mudança de local. O ponto forte desta edição é oferta de livros, especialmente de um gênero voltado para as novas gerações de leitores (como o prova o da ilustração acima, que agora compõe minha estante). Espero que tenha sido grande a procura. Uma impressão talvez equivocada é de que os visitantes passam, olham e não compram nada. Não bastasse o hábito de leitura ainda pouco desenvolvido, o dinheiro anda contado no bolso, para o qual o preço do livro continua muito alto. Penso que a Internet, ao contrário do que se diz por aí, está auxiliando no desenvolvimento da leitura, fazendo mais e mais leitores de livro impresso. 
Deve ser destacado da 14ª  Feira do Livro seu aspecto mais contencioso, não dando aos adversários da cultura em Santiago motivo para críticas.  

CAIO AZUL


"Ele já está meio azulado de tão próximo, 
não se vê mais as estrelas, nem a lua, nem o sol. 
A escuridão em que passamos o dia todo 
é meio azulada também"
O ovo - Caio Fernando Abreu

(Parabéns ao André Vieira, artista plástico que criou os novos monumentos da Rua dos Poetas.) 

sábado, 20 de outubro de 2012

IMAGENS DA RUA DOS POETAS

Monumento aos Três Poderes


Homenagem ao Caio Fernando Abreu


A pena - uma metáfora possível


Osvaldo Siqueira 

Impressões do Oracy Dornelles 
Calçada da Fama

Capa do livro Ruadospoetas
Antologia III


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A FILOSOFIA NÃO É APENAS UM EMPREENDIMENTO ESCRITO


"HENRY ODERA ORUKA nasceu no Quênia, em 1944, e se interessou por metafilosofia, ou filosofar sobre filosofia. Em sua obra Sage philosophya (Filosofia sábia, 1994), examinou por que a filosofia na África subsaariana muitas vezes foi esquecida e conclui que é porque se trata de uma tradição primordialmente oral, enquanto os filósofos em geral tendem a trabalhar com textos escritos. Algumas pessoas alegam que a filosofia está conectada com registros escritos, do que Oruka discordava. A fim de explorar a filosofia dentro das tradições orais da África, Oruka propôs uma abordagem que chamou de 'sagacidade filosófica'. Tomou emprestada a abordagem etnográfica da antropologia, em que as pessoas são observadas em seus ambientes cotidianos, com seus pensamentos e ações registrados no contexto. Oruka viajou para vilas e registrou conversas com pessoas consideradas sábias pela comunidade local. Seu objetivo era descobrir se elas tinham uma visão sistemática que sustentasse suas perspectivas. Aqueles sábios que haviam examinado de maneira crítica suas ideias sobre temas filosóficos tradicionais, como Deus ou liberdade e encontrado uma base racional para elas, podiam, acreditava Oruka, ser considerados sábios filosóficos."
(Texto extraído de O livro da Filosofia - As grandes ideias de todos os tempos.)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PROFESSOR EUGÊNIO

O falecimento do professor Eugênio Gastaldo me faz profundamente triste neste dia. Por intermédio da Erilaine, pude acompanhar o estado de saúde do professor no último semestre em que trabalhou na URI. 
Mais que aluno, passei a ser seu discípulo no que concerne à relevãncia da gramática da Língua Portuguesa. Ele sabia ensinar essa disciplina tão indispensável para o domínio técnico da escrita.
Gerações e gerações de alunos de Letras, insufladas pelas ideias licenciosas da sociolinguística, desenvolviam uma ojeriza pelas aulas do professor Eugênio e se formavam sem dominar a sintaxe (por exemplo). Em muitas ocasiões, defendi meu mestre e amigo.
Sua aposentadoria coincidiu com o declínio do curso de Letras da URI, cuja  origem (na FAFIS) e florescimento trazem a chancela desse professor.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

KAFKA UM POUCO MAIS



Chegou ao fim o que poderia ser enredo de mais uma história surrealista de Franz Kafka. A Justiça ordenou que escritos do autor, que permaneciam escondidos, sejam transferidos à Biblioteca Nacional 
de Israel. 
Pouco antes de falecer, Kafka confiou alguns de seus escritos a Max Brod, seu amigo próximo, com instruções para que tudo fosse queimado. Mas, para nossa alegria, Brod decidiu publicar boa parte do material e o restante entregou a sua secretária, Esther Hoffe, que ao falecer (2007) deixou os papéis de herança para suas duas filhas que tentavam manter o tesouro escondido.
(Do Facebook da Estante Virtual) 

14ª FEIRA DO LIVRO

Os santiaguenses estamos na expectativa de mais uma edição da Feira do Livro. Desta vez, na Estação do Conhecimento (a cinco quadras da Praça Moysés Vianna). A dimensão da feira cresceu, o espaço da praça diminuiu. Os organizadores apostam que a pequena distância da Estação não será obstáculo para a visitação pública.
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"Ler: embarque nesta estação!"
Gostei desse slogan (não apenas porque contribuí para sua produção). 
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Poético... espiritual... o título do livro da nossa patrona, Fátima Friedriczewski: Impressões do mundo denso. Não vejo a hora de tê-lo à mão. 
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Outros livros serão lançados. Milhares de obras serão expostas pelos livreiros, ótima oportunidade para os leitores da Terra dos Poetas. Meu amigo Rayson, da Inove, estará lá na Estação. Não deixem de falar com esse rapaz. 

CAPÍTULO ESPECIAL

Os livros compõem um dos capítulos mais interessantes do grande romance em que se pode comparar minha vida. Com o auxílio da memória, sou capaz de escrever uma história que começa na infância, no Rincão dos Machado, e que continua no presente, com pontos suspensivos. Certas passagens são dignas de registro, mais pelo inusitado das pessoas envolvidas. Os exemplos a seguir, fora de uma ordem cronológica, ilustram tais relações. Numa manhã clara de outubro, acima das páginas da Enciclopédia Conhecer, o olhar de Emília me despertou para um sentimento completamente novo. Todavia, livros e amores são de difícil convivência, com uma raríssima exceção (no meu caso). Dezoito anos depois de ter pedido As veias abertas da América Latina para o Ivan Zolin, devolvi-lhe essa obra de Eduardo Galeano. Dona Renita disse-me uma vez que só se emprestam livros para os bons amigos, e os bons amigos nunca pedem livros emprestados. Ao contrário do amor, a amizade é perfeitamente compatível com o livro, ambos apresentam um feedback positivo. Início dos anos oitenta, morava no Andaraí e estudava em Deodoro, Rio de Janeiro. Na estação de Engenho Novo, seis horas da manhã, entro no túnel sob os trilhos da linha férrea e encontro um senhor idoso atrás de um pequeno estrado com livros usados. Seus olhos da cor da noite amanheceram no momento em que apanhei os Contos Reunidos, de Machado de Assis. Não mais o esqueci. Com meu retorno para Santiago, distanciei-me das livrarias dos grandes centros, aproximando-me da minha biblioteca, do que não havia lido. O mercado on-line me salvou, retroalimentando meu único sonho de consumo. Esta história pessoal adquire novos dados a cada Feira do Livro de Santiago, que se acumulam no plano da minha memória.

domingo, 14 de outubro de 2012

FESTA NO INTERIOR

Hoje aconteceu a festa na localidade do Passo da Cruz. Mais uma vez o evento se realiza depois de uma eleição municipal. Em anos anteriores, o saudoso Chicão sempre comparecia (a cada quatro anos para agradecer pelos votos que lhe depositavam os moradores de lá). A expectativa dos organizadores da festa é que, na última hora, chegasse algum dos políticos que concorreram dia 7. À exceção do Décio Loureiro, ninguém mais compareceu à festa, ou porque estava frustrado com a votação que tivera naquela urna, ou porque tinha outro compromisso (a Vila Florida também fez festa), ou porque a eleição já passou simplesmente. Alguns candidatos subestimam o interior, em razão dos poucos votos disponíveis. A cidade é que elege, fala o consenso. Todavia, uma parcela significativa dos habitantes urbanos tem ligação a(e)fetiva com o campo e a serra. Pais, tios e avós continuam labutando no meio rural, onde sempre há necessidades. A estrada que leva ao Passo da Cruz nunca esteve tão boa (desde que me conheço por gente). Com todas as chuvas desses dias, a água deixou de ser um problema. A festa no interior é uma excelente oportunidade que tem o homem público de ouvir o agricultor e o pecuarista (aos quais representa).  

sábado, 13 de outubro de 2012

APENAS O VERMELHIDÃO


O Partido dos Trabalhadores cresceu na região, apesar de ter vencido apenas na prefeitura de Itacurubi. Na avaliação correta de Tide Lima, tal fenômeno eleitoral se deve às coligações inclusive. 
A rapidez com que ele publica sobre esse crescimento parece inferir o seguinte subentendido: o Mensalão não influenciou negativamente na escolha de petistas para as eleições municipais. Na região, diga-se de passagem. 
Minha análise, mais uma vez, constitui um contraponto. A primeira constatação que fiz do último pleito é de que já começou o ocaso do PT. Equívoco?
No Rio Grande do Sul, à exceção de Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul, cujo eleitorado é constituído preponderantemente por empregados da indústria, poucas cidades no interior serão administradas pelo PT. Em Porto Alegre, por exemplo, a diferença de votos entre Fortunati e Villaverde foi de 441.429 (acima de quatrocentos, quase o mesmo número que elegeu José Fogaça no segundo turno em 2008, contra Maria do Rosário, do PT). Em Itacurubi, a vantagem de José Grosso para Antônio Trilha foi de 348. Adão Villaverde fez um comentário diferente do pensamento de Tide, afirmando que o ciclo do PT se encerrou na Capital. Não foi erro de oposição a José Fortunati, como não é erro o que sói acontecer em Santiago. A oposição não é burra, os eleitores é que despertam de sua letargia política (em Porto Alegre). O Fortunati foi reeleito, o Júlio Ruivo foi reeleito (com quase três mil votos a mais da eleição anterior). Aqui são os acertos da situação.
Em âmbito nacional, à exceção do ninho de corruptos chamado Goiânia, o PT não fez nenhum prefeito nas capitais. Em São Paulo vai para o segundo turno, graças à participação da Presidente Dilma e ao desastre final na campanha de Celso Russomano. Obviamente, estou desconsiderando as coligações (que passaram a ocorrer nos últimos tempos com as lições de Lula a seus correligionários arrivistas). A propósito, a necessidade de coligação levou ao Mensalão. 
A condenação de petistas que formavam o governo federal, no Planalto e na Câmara, teve consequência, sim, mensurada pelas urnas dos grandes centros do país. A reação popular foi pequena demais, pouco significativa, talvez o primeiro vermelhidão que precede o ocaso.
  

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CRIANÇA


Recuerdo de mis cinco años.
Festa da Igreja Nossa Senhora do Monte Bérico do Bom Retiro (sobre a divisa dos município de Santiago e Jaguari). Século passado, mais exatamente no dia 1º de março de 1964.
Aos cinco anos, eu era magro (por isso os suspensórios), era branco (ante a parede branca da igreja, onde a câmera me emparedou, digo, fotografou), era bonito em preto-e-branco.
A mãe arrumava a mim, Maria e Tânia com gosto (ainda que faltasse com o quê, naqueles anos as coisas eram escassas). 

LEITURA E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO

Alexander Romanovich Luria, ao abordar o desenvolvimento histórico da linguagem, afirma que esta passou de uma "função de designação dos objetos na atividade prática entre os homens a uma função de acúmulo e transmissão de conhecimento". Antes de transmitir conhecimento, a linguagem tem a função, pode-se dizer essencialmente humana, de organizar o próprio psiquismo, base para o pensamento, para a consciência. 
A produção do parágrafo acima, por exemplo, não ocorreria sem a leitura do livro da Psicologia Social, produzido pela Universidade do Sul de Santa Catarina, que produziu, por sua vez, a partir de uma leitura do livro Pensamento e linguagem, de A.R.Luria. Certamente, esse autor russo leu Lev Vygotsky, do qual era contemporâneo, para produzir sua teoria. 
Parte do conhecimento científico é produzido desta forma nas universidades, com base na pesquisa bibliográfica. Nesse sentido, os trabalhos acadêmicos consistem num corolário de autores diversos. Num curso de pós-graduação na URI, Júlio Prates e eu concordávamos em criticar o excesso de citação, sem um feedback proporcionado por quem produz o artigo. Hoje me dou conta que tal feedback também é resultado de leituras anteriores, já internalizadas. 
Noventa e nove por cento do que sabemos acerca do passado, de um tempo e de um lugar que nos antecedem, advém de nossas leituras. As inferências de todas as leituras que realizamos causa a impressão de termos a posse do conhecimento, ao qual aplicamos uma chancela pessoal. Um exagero para um por cento que podemos  produzir efetivamente. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

NÃO À COMPRA DE VOTOS


A compra de votos é um fato político. Elege prefeito e vereador. A venda de votos também é um fato político, necessário para que a compra se realize. Não é mesmo?! A ética é minoria neste país. Inconformada, manifesta-se com cartazes que repetem a frase "Diga não à compra de votos". Digo "não à venda de votos". As raízes da gigantesca árvore da corrupção são bem maiores do que se imagina. A venda e compra de votos constituem suas mais finas ramificações.
(Foto do blog Nova Pauta.)

PECADOR AOS SETE ANOS?

Nojo. Não me ocorre outra palavra para definir minha reação (se é que posso chamar de sentimento) ao ler o livro O papa é culpado?, de Geoffrey Robertson. 
Do fragmento 4, destaco: "... essa religião em particular concede aos seus sacerdotes poderes divinos aos olhos das crianças, que são postas sob sua tutela espiritual assim que desenvolvem suas primeiras faculdades de raciocínio. Muitas vezes, aos sete anos as crianças católicas já comungam - uma experiência espetacular para elas, na qual o padre realiza diante de seus olhos o milagre da transubstanciação ao transformar pão e vinho no corpo e sangue de Cristo por meio da autoridade concedida a ele pelo sacramento da ordem sacerdotal. Na mesma idade, as crianças, influenciáveis e inseguras, também são forçadas a confessar seus pecados, e os padres, como deuses, concedem seu perdão".
Essa passagem me faz lembrar da minha Primeira Comunhão, quando tinha tão somente sete anos. Fui condicionado pela catequista a confessar um pecado qualquer para que o rito se completasse. 
Já escrevi sobre isso.
Gostaria que os doutos cristãos me convencessem de que uma criança de sete anos peca aos olhos de Deus. Para não concluir peremptoriamente que esse deus não existe, digo que a Igreja está errada. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

ERIC HOBSBAWN

Há poucos dias, morreu Eric Hobsbawm, deixando viúvas confessas em toda parte (inclusive em nossa blogosfera). Não quis me manifestar, porque me sentia desacorçoado, assim "meio atirado às traças". 
Hoje abro a VEJA e na seção Ideias, leio "FOI-SE O MARTELO - Na visão particular do século XX, o historiador inglês Eric Hobsbawn martelou sem dó no leitor sua devoção religiosa ao comunismo, cujos crimes ele escamoteou".
A matéria de Eurípedes Alcântara é tão boa, que resolvi postar excertos extraordinários:
"Eric Hobsbawn, morto aos 95 anos na semana passada, não forma nesse time (dos grandes historiadores) por ter deixado sua devoção religiosa ao marxismo embaçar sua visão do século XX".
Por falar de historiadores, prefiro Arnold Toynbee.
"O escritor inglês H.G.Wells, autor de A Guerra dos Mundos, descreveu o alemão Karl Marx (1818-1883) como 'uma mente de terceira, postulador de uma tese de segunda, propagandeada por fanáticos de primeira'.
Em meu curso de Filosofia, estudo Sociologia nestes dias. A essência da teoria do materialismo histórico de Marx é um absurdo. Apenas para prová-lo, valerá a pena meu estudo.
"Hobsbawn", prossegue a matéria, "foi um comunista que fez coisas notáveis quando lúcido. Os filósofos Isaiah Berlin (que eu li) e Leszek Kolakowski demonstraram que o marxismo atua no mesmo nível mental da transcendência, área distante da que processa os pensamentos racionais. Isso explicaria por que, mesmo morto e enterrado como teoria e prática, o marxismo sobrevive como igreja - ou  igrejinha, quando instalado em círculos acadêmicos. Cardeal da seita, Hobsbawn tinha convicções impermeáveis aos fatos e á lógica.
"Karl Marx se acreditava um observador científico da realidade cujas afirmações sobre a superação do capitalismo pela revolução comunista não eram meras previsões. Eram profecias. A classe operária ficaria tão numerosa e miserável que tornaria inevitável o confronto vitorioso final com a burguesia. Algo deu errado. Em vez de empobrecerem, os operários foram ficando mais ricos - muito mais ricos  do que seus antepassados jamais sonharam. Os países europeus, alvo de Marx, aplacaram a radicalidade das massas com reformas e assistência social.
"Marx recebeu uma carta de Friedrich Engels, o amigo que o sustentava com a mesada do pai, rico industrial alemão. A carta era um lamento desesperado: 'Os proletários ingleses estão se tornando mais e mais burgueses, mais burgueses do que os de qualquer outra nação; nós temos agora uma burguesia proletária'".
Aos marxista que se acotovelam dentro do PT, todos burgueses, gostaria de perguntar qual a classe do Lula. Proletariado ou burguesia? Certamente, não pertence a nenhuma delas.
"A Igreja Católica encontrou uma saída para explicar um papa como Alexandre VI (1492-1503), nobre poderoso que comprou sua eleição e transformou o trono de Pedro em testemunha de esbórnias, bacanais e crimes. Os pensadores católicos argumentaram que ter sobrevivido a Alexandre VI é mais uma prova da origem divina da Igreja. Hobsbawn também sacralizou o comunismo para não enxergar seus erros. Seus livros que tratam da história contemporânea trazem uma coleção disciplinada, fervorosa e ardente de justificativas das atrocidades comunistas - missão a que ele se entregou valendo-se de omissões, evasões, contradições e circunavegações".
A Igreja Católica é outro alvo de meus estudos.
A matéria continua, relatando os crimes cometidos por Stalin. Hobsbawn faz vista grossa às atrocidades lideradas por Stalin, seu ídolo, como a morte pela fome de 20 milhões de ucranianos. Controle social.
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DEFINITIVAMENTE CIENTÍFICO É KARL POPPER: O MARXISMO NÃO É CIENTÍFICO (COMO A PSICANÁLISE). 
Alguns professores universitários deveriam saber isso.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

MUDANÇA DE DISCURSO

A morte de uma pessoa jovem provoca-nos um sentimento de pesar.. e uma reflexão mais pungente sobre a vida. Nos últimos anos, quantos parentes, amigos, conhecidos nossos partiram em definitivo? Algumas vezes, levados de uma forma inexorável, por uma doença terminal. Muitas vezes, por acidentes, como os ocorridos no trânsito. Para amenizar a dor, dizemos que foi uma fatalidade, no sentido de fugir ao nosso controle. Na mesma linha, para nos redimirmos da culpa, dizemos que o trânsito mata. O automóvel é uma arma, a rodovia é perigosa... atribuindo-se ao homem o papel de vítima. Não é hora de mudarmos o discurso: o automóvel é um meio de transporte; a rodovia, o local mais ou menos organizado para a rodagem do automóvel; e o homem, usuário do trânsito, sempre o sujeito da ação de conduzir o automóvel? Essa mudança discursiva pode ser a única coisa que falta para nos conscientizarmos de vez. 

PREVISÕES & SURPRESAS

Essa eleição confirmou alguns resultados previstos e causou surpresas agradáveis e desagradáveis, respectivamente, para uns e para outros. A vitória de Júlio Viero Ruivo (PP) é um fato político anunciado, mesmo que enfrentasse as oposições unidas (algo quase irrealizável). Surpresa agradável foi a votação expressiva de Nelson Abreu, superando a de Cláudio Cardoso - a quem previam três mil votos. Outra surpresa ficou por conta dos novos eleitos: Cleusa Canterle, Maci Ribeiro, Sérgio Marion e Iara Castiel. Apesar de estreante, Piru Gorski colocava-se entre os favoritos, em vista do apoio dado como certo da juventude pepista. Sobre o retorno de Gildo Fortes e Sandro Palma, é correto classificá-lo como previsível. Da mesma forma, não seria surpreendente a composição com Itacir Flores, Décio Loureiro, Éden de Paula, Binho Gomes, Geraldo Gavioli, Pedro Bassin, entre outros. Por isso a surpresa - desagradável para cada um desses candidatos, que viviam a expectativa de. Aquém do Cláudio Cardoso, também era prevista a reeleição de Bianchini, Pelé, Davi e Arlindo Alves. Extremo contrário ao fenômeno Nequinho, houve quem fizesse apenas um voto, número que também surpreende (pelo potencial cômico). Uma bela surpresa constitui a presença de duas mulheres na Câmara de Vereadores, ambiente exclusivamente do gênero oposto (pela legislatura atual). Iara Castiel e Cleusa Canterle: inteligência e doçura, razão e coração. Certamente, os debates na casa do povo serão muito interessantes a partir de janeiro próximo. Não só o discurso nos surpreenderá, mas o trabalho individual e coletivo dos edis. Os representados na Câmara ficaremos na expectativa.

LAVADA

O que Ricardo Lewandowski não faz no STF, o povo passa a fazer nas urnas.

domingo, 7 de outubro de 2012

A GRANDE PAIXÃO

Dia de eleição para prefeito e vereador é dos mais felizes em Santiago (para não dizer em todas as cidades brasileiras). A política alimenta paixões mais fortes que o futebol, que o carnaval, que o tradicionalismo, que a arte... O término da votação dá lugar à grande expectativa (dos candidatos e de todos os eleitores), o grande momento em que ocorre a apuração dos votos. 
Vivemos agora esta expectativa, este momento que só se repetirá daqui a quatro anos. 

sábado, 6 de outubro de 2012

PRELÚDIO DE OUTUBRO

Amanhã todo cidadão irá exercer um de seus direitos mais importantes: a escolha de quem o representará no governo municipal. (É preferível direito a dever.) 
Como a ágora* utilizada pelos gregos ficou pequena para a prática da democracia, foi necessário descentralizá-la para vários pontos do município, denominados de seção. O antigo sistema político de Atenas evoluiu pari passu com a civilização ocidental, hoje sendo a condição essencial para a liberdade (valor indispensável para a felicidade humana). 
Na democracia indireta, o amplo direito da escolha tem seu contraponto nas alternativas reduzidíssimas de candidatos, os quais são indicados pelos partidos. No âmago dessas organizações, a democracia funciona diretamente. 
Em Santiago, três candidatos foram eleitos previamente para o grande escrutínio que ocorrerá depois de amanhã. Felizmente, nada deprecia os três prefeituráveis, pessoas de caráter ilibado, fichas limpíssimas. 
Para legislar, o número de candidatos é de setenta e cinco, oriundos de todos os setores da sociedade santiaguense. 
O processo democrático não se encerra com a eleição e posse de prefeito e vereadores, continua exigindo a participação dos cidadãos, como clientes e como fiscais ao mesmo tempo. Essa fiscalização precisa ser mais efetiva, até para preservar o respeito e a superestimação que os políticos ainda fazem por merecer. Pelo menos em Santiago.
* Ágora. [Do gr. agorá.] S. f. Praça das antigas cidades gregas, na qual se fazia o mercado e onde se reuniam, muitas vezes, as assembleias do povo.
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Desejo aos meus concidadãos um pleito tranqüilo, sem os excessos provocados pelo sucesso ou insucesso de suas escolhas. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ABUSO SEXUAL


"O abuso sexual de menores é um absurdo - um crime já vil o suficiente em casos comuns de pedófilos, e pior ainda quando professores, chefes escoteiros, babás ou pais abusam da confiança a eles delegada e molestam crianças sob sua tutela. Mas pior ainda é o caso dos padres que atacam suas vítimas em confessionários e retiros usando o poder espiritual neles investido (muitas vezes absolvendo a criança após terem saciado seus desejos). As vítimas descrevem esses ataques como eventos que literalmente destruíram suas alma - prejudicando a capacidade que tinham  de ter fé, assim como seu equilíbrio mental para a vida no futuro. Certas provas sugerem que as vítimas de abuso clerical demoram mais tempo para se recuperar e são mais propensas até mesmo a jamais se recuperar em relação a outras pessoas sujeitas a abusos quando crianças, e os danos são agravados quando elas são forçadas pela Igreja a fazer um juramento de 'segredo pontifical', mesmo sabendo que seu agressor foi perdoado e está livre para atacar de novo. É por isso que as respostas do Vaticano aos escândalos na mídia pelo Boston Globe, em 2022, têm sido lamentáveis, primeiro tentando fingir que esse é um problema unicamente 'americano', depois alegando que a incidência desses crimes na Igreja não é maior do que em outras organizações, e por fim culpando a 'cultura gay' ou a malícia da mídia, sem nunca - até hoje - ter enfrentado o fato central de que a Igreja, por muitos anos sob o comando do cardeal Ratzinger na CDF (Congregação para a Doutrina da Fé), vem assumindo o papel da própria lei, oferecendo um sistema paralelo de procedimentos secretos sob o qual padres transgressores são perdoados, suas vítimas são silenciadas e a devida execução das leis nacionais é impedida."
(Fragmento nº 3, do livro O papa é culpado?, de Geoffrey Robertson.)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

NADA COMO O SILÊNCIO

Muitos assuntos. Nenhum assunto. Nos últimos dias, tenho pensado que é indiferente postar ou não neste espaço. Não sei qual a ordem causal entre meu sentimento de impotência (discursiva) e a queda inevitável da blogosfera a que pertenço. 
Entre os assuntos imediatos, gostaria de produzir uma crônica sobre o vazio e a tristeza do Rincão dos Machado, após o falecimento do tio Heitor. Gostaria de comentar sobre a escolha do "maior brasileiro de todos os tempos". O pesar daria lugar ao contraponto. A ilusão de um mundo depois da morte ganha o acréscimo de um contato entre vivos e mortos. Ilusão é eufemismo, assemelha-se a uma esquizofrenia. Gostaria de postar sobre o livro que comprei hoje: O papa é culpado?, de Geoffrey Robertson. Subtítulo: A responsabilidade do Vaticano por violação de direitos humanos. Gostaria de escrever sobre o Mensalão, que alguns petistas colocam entre aspas. Enquetes mentirosas é uma prova caseira da antiética que grassa no país. 
Gostaria...
Nada como o silêncio.   

ÚLTIMO POEMA

a coisa
torna-se feia
de uma hora
para outra

a palavra
(que a significa)
torna-se feia
na mesma hora

emudeço
na feiura
de tudo

- fui!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

VOTO DE (EM) CELSO DE MELLO


"Esses vergonhosos atos de corrupção parlamentar, profundamente lesivos à dignidade do ofício legislativo e à respeitabilidade do Congresso, alimentados por transações obscuras, idealizadas e implementadas em altas esferas, devem ser condenados e punidos com peso e o rigor da lei. Esse quadro de anomalia revela as gravíssimas consequências que derivam dessa aliança profana entre corruptos e corruptores, desse gesto infiel e indigno de agentes corruptores e corruptos, verdadeiros marginais do Poder."
O melhor discurso até agora. Mais verdadeiro.