quarta-feira, 4 de abril de 2012

VERDADEIRO, LITERAL...

Na transcrição que fiz da matéria publicada na revista Literatura (abaixo), a autora escreve "Odete aparece em uma cena cantando 'Nada Além', antigo sucesso de Orlando Silva, canção que no romance de Caio desempenhará o papel de um verdadeiro fio de Ariadne". 
Não posso omitir o seguinte comentário: 
O texto ficaria semanticamente correto sem "verdadeiro". O termo não se refere ao fio dado por Ariadne a Teseu antes de entrar no labirinto, o verdadeiro "fio de Ariadne". O significado de "fio de Ariadne" no enunciado acima é metafórico. 
À semelhança desse "verdadeiro" (que não é o verdadeiro), ocorre com os  termos "literal", "literalmente". Exemplo: "Joãozinho viveu literalmente um sonho", referindo-se a uma viagem muito desejada, muito sonhada. Sonhada, sim, mas não literalmente. Para o verbete literal, Houaiss é claro: "conforme ao próprio e genuíno significado das palavras, por oposição ao seu sentido figurado". 
A frase corrigida: "Joãozinho viveu um sonho".  

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