segunda-feira, 30 de abril de 2012

O QUE FAZER?

O homem quer ser especial, distinto dos demais seres vivos. Para isso, cria deus à sua imagem e semelhança. Para isso, denomina a espécie a que pertence de "humanidade", uma metáfora que esconde a condição animal. A consciência de que se orgulha tanto, mais do que lhe propiciar a certeza da própria morte, leva-o à loucura de fantasiar uma outra vida, transcendente, eterna. 
Ele parece ignorar que sua espécie soma sete bilhões de indivíduos. Caso o ritmo de crescimento se mantenha, em algumas décadas serão catorze bilhões. Vinte, trinta, cinquenta bilhões... O planeta não será suficiente para tantos indivíduos, que continuarão se organizando em estados cada vez mais ricos e cada vez mais pobres. Sim, depois da busca incontrolável pelas riquezas (cuja base são os recursos naturais), buscarão a sobrevivência.
O que fazer? 

domingo, 29 de abril de 2012

POR QUE PSEUDOAMBIENTALISTA?

Em postagem abaixo, usei o termo pseudoambientalista. A negação prefixal pressupõe a diferença que se estabelece entre a teoria e a prática, entre o ideal e a realidade. Todo o ambientalista constitui-se numa contradição em si mesmo. O simples fato de respirar o torna um emissor de dióxido de carbono, como as rochas aquecidas, os vulcões, os automóveis, as indústrias etc. A parcela insignificante que ele emite pode ser multiplicada por sete bilhões, os quais se somam aos demais seres que sobrevivem graças a essa transformação química. O oxigênio consumido pela biosfera não altera a taxa desse elemento existente na natureza, mas aumenta a de dióxido de carbono, cuja reciclagem diminui progressivamente com a menor capacidade fotossintética do planeta. Se o exemplo não é suficiente, cito outro: o indivíduo com ideias boas sobre o meio ambiente também se alimenta, caso contrário morreria de inanição. Pois bem, tudo o que ele põe na boca exige uma agressão ambiental para ser produzido. Excluo, por enquanto, o consumo da água (que merece uma consideração à parte). Independentemente se é vegetariano (qual o filósofo Peter Singer) ou comedor de carne (à maneira dos gaúchos), ele faz parte de um grande processo de agressão ambiental que existe há dez mil anos, desde que o homem começou a produzir grãos ou domesticar animais. A roça ainda não foi de todo abandonada, geralmente feita nas encostas, às margens de algum curso d'água. A engorda do gado inclui a prática de ampliação das pastagens, com a consequente diminuição dos bosques, matas e florestas. A condição vegetariana apenas não pactua com o sofrimento dos animais, mas exige que se redobre a produção de grãos, que ainda se utiliza de animais para trabalhos pesados, como arar a terra e transportar a colheita. Depois de milênios, a tecnologia automotora está substituindo espécies domesticadas para esse trabalho duríssimo (realizado, repito, há dez mil anos). A produção do arroz, por exemplo, prato de todo vegetariano (daqui e da China), continua causando males ainda não calculados, como a exaustão dos lençóis freáticos (agora incluindo a água). Os danos ambientais provocados pelos arrozeiros, de que somos testemunhas vivas, são evidentes. Assim como o arroz, todas as outras culturas requerem um processo de degradação, principalmente com o solo (erosão e salinização). Mas  o pseudoambientalista não necessita apenas de ar, água, carboidratos e proteínas para sobreviver. Ele necessita de roupas, de casa, de energia (incluindo a lenha para sua lareira), de automóvel e um milhão de coisas mais. Suas ideias vão de encontro ao próprio modus vivendi

COMENTÁRIOS DIVERSOS

Ontem mais uma festa em Santiago: o 19º Encontro da Família Machado. Muito frio, é verdade (coisa de que não me queixo), mas dentro dOs Tropeiros havia calor, propiciado pela bebida indispensável, pelo churrasco, pelo arrasta-pé, pela proximidade consanguínea, pela amizade.  
Por falar em frio, a previsão é de que terça-feira que vem, de madrugada (mais precisamente), a temperatura chegará a 0ºC. Dessa forma, o dia mais frio do ano é sempre superado pelo seguinte. Ao chegar o inverno, o frio passa a estável.
Na postagem abaixo, fiz uma referência ao número de policiais em nossa cidade como fator de inibição para os criminosos. Contra esse e outros fatores, o assalto a Relojoaria Fank demonstrava toda a ousadia daqueles que o executaram. Faltou acrescentar sobre a qualidade, ainda que parecesse uma redundância. Por outras prisões já realizadas, este blog enalteceu o trabalho sério e eficaz de nossos policiais. 
As imagens forjadas pelos oposicionistas santiaguenses (em tempo de pré-definição de candidatos) extrapolam o âmbito da política. Elas são mais comuns no cinema: encontro num terreno baldio, para um duelo que poderia ser de palavras ou de tijolos. 

sábado, 28 de abril de 2012

ASSALTO À FANK

O assalto à joalheria Fank é quase inacreditável por vários fatores: 
1) SANTIAGO - nossa cidade é pequena, cercada de campo limpo, com apenas quatro saídas (ou entradas);
2) HORÁRIO - no meio da manhã;
3) LUGAR - centro;
4) POLICIAMENTO - poucas cidades no Estado contam com maior contingente de policiais (civis e militares). 
Mas o assalto aconteceu, apenas possível por um fator contrário: a ousadia dos assaltantes. 
Para não fugir à característica principal deste blog, a do contraponto, registro minha "teoria conspiratória": há santiaguense envolvido na execução desse crime. O senso comum não pensa assim. 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

NOVO CÓDIGO FLORESTAL

O Novo Código Florestal brasileiro gerou uma polarização, dois lados, uma controvérsia. A votação no Congresso Nacional constitui a prova científica dessa divisão: 274 x 174. Difícil de compreender nesses números é como a chamada "bancada ruralista" conseguiu tamanha adesão. Gente do governo (sempre a maioria pós-mensalão) e os (pseudo)ambientalistas perderam. Prefiro pensar de acordo com uma sentença plena de sabedoria: numa controvérsia há um lado, outro e o certo.  

quinta-feira, 26 de abril de 2012

PARA QUEM O DECIBELÍMETRO?

A música alta continuou noite adentro, madrugada afora. As janelas do edifício em frente vibravam com o som produzido na festa. De vez em quando, algumas mulheres, desequilibradas pelo álcool, deixavam o salão para imitar os homens com uns gritinhos debochados. 
Inicialmente, pensei que se tratava de mais um evento dançante no Central Baile (a despeito de ser quarta-feira). Mas me enganei. Daquele local, o som já não mais incomoda (bastante contido pelo isolamento). A festa ocorria no salão do Centro Empresarial.  
Em relação à emissão sonora em altos volumes, automóveis e casas particulares são policiados com rigor, sendo seus  proprietários notificados não raramente. Isso é correto, legal. 
Ao não dormir ontem, elucubrei filosoficamente: o grupo pode transgredir a dita "lei do silêncio", o indivíduo não. Noutras palavras: permite-se a transgressão, quando os atingidos pela poluição sonora são em menor número que os transgressores. 

DECIBELÍMETRO PARA QUEM

"Fico indignada com certas coisas que observo. Numa noite dessas, nossa turma de faculdade, celebrando a formatura, no salão do Grêmio, que é local apropriado para esse tipo de evento, em um sábado, que é dia convencionado para tal, teve a hora de término (meia-noite) e o volume do som moderados. A justificativa é a lei do silêncio, que começou a se fazer valer devido ao aumento expressivo das reclamações de vizinhos perturbados. A partir disso, também foram adquiridos decibelímetros e a polícia passou a exercer a fiscalização. Não obstante, meu sono e dos demais moradores da Pinheiro Machado é interrompido pelas festas realizadas no espaço ao lado do Centro Empresarial, locado pela entidade para a realização de festas. O que chama a atenção nesses encontros de música que estremece os vidros das residências em frente e de frequentadores embriagados e nada moderados no tom de voz, é o dia da semana em que acontecem (em plena quarta-feira) e o horário até o qual se estendem (quatro e meia da manhã). 
"Por que a lei do silêncio vale para uns e não para outros?"

Erilaine Perez

quarta-feira, 25 de abril de 2012

FUNÇÃO PARA A FILOSOFIA

Peter Singer é extraordinário: a Filosofia é indispensável "como mediadora dos debates sobre os problemas éticos contemporâneos".
Penso, digo, aposto muito nisso. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

ESTRELAS


As estrelas parecem um mistério. 
Em determinado tempo e lugar no cosmos, uma nuvem de elementos (caos) entra em colapso (ordem). A tamanha quantidade de massa, devido a força gravitacional, começa a gerar reações nucleares. A pressão da energia liberada por essas reações (fusão de átomos) desintegraria a estrela, não fosse a força gravitacional. Na ilustração acima, publicada na edição nº 3 da Enciclopédia Ilustrada do Universo, mostra o sentido contrário das duas forças, de cujo equilíbrio depende a estabilidade da estrela. O Sol, que contém 98% da massa de todos o sistema, é uma estrela que funde hidrogênio, formando hélio (que se acumula em seu núcleo).
Lembro da frase de Einstein: "Pode-se afirmar que o eterno mistério do mundo é sua compreensibilidade". 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

EIXOS PRINCIPAIS DOS CONTINENTES



Além dos eixos inscritos no planisfério, este blogueiro inclui um quarto, com uma extremidade na China e outra nas ilhas Chathan (que não aparece no mapa, a 800 km de Nova Zelândia). Segundo Jared Diamond, "as direções dos eixos afetaram o ritmo da expansão da agricultura e da pecuária, e, possivelmente, também da disseminação da escrita, da roda e de outras invenções". Uma olhadela na figura acima basta para concluir que o eixo eurasiano foi o mais propício à expansão da produção de alimentos: sudoeste da Ásia para a Europa, Ásia Central e Vale do Indo. Compreender esses eixos é compreender a genealogia da própria História. 

INTERFACE ANTIGA

Aos blogueiros que não gostaram da nova cara do blogger: clicar sobre uma catraca que aparece no canto superior direito, ao lado da janela "Português (Brasil)", e em "Interface antiga do blogger".

domingo, 22 de abril de 2012

AS 12 AMEAÇAS

No livro Colapso, Jared Diamond começa perguntando "como pode uma sociedade outrora tão pujante entrar em colapso". Entre as sociedades que tiveram esse destino trágico, o biólogo e fisiologista cita anasazi e cahohia (continente norte-americano), as cidades maias (América Central), mochica e Tiahuanaco (América do Sul), Grécia Miceniana e Creta Minoica (Europa), Grande Zimbábue (África), Angkor Wat (vale do Indo) e ilha de Páscoa (Pacífico). Algumas delas desapareceram em razão do esgotamento (ou destruição) dos recursos ambientais de que dependiam para sobreviver. Segundo Diamond, cometeram "suicídio ecológico não intencional". Ele divide em oito categorias os processos que levaram à tamanhas decadências: desmatamento e destruição do hábitat; problema com o solo (erosão, salinização e perda de fertilidade); problemas com o controle da água; sobrecaça; sobrepesca; efeitos da introdução de outras espécies sobre as espécies nativas e aumento per capita do impacto do crescimento demográfico. Colapsos atuais: Somália, Ruanda e outras nações do Terceiro Mundo. Quatro novas ameaças se somam as oito já citadas: mudanças climáticas, acúmulo de produtos químicos tóxicos no ambiente, carência de energia e utilização total da capacidade fotossintética do planeta. O cientista pensa que essas ameaças se tornarão críticas em âmbito mundial nas próximas décadas, cujos efeitos poderão minar inclusive as sociedades do Primeiro Mundo. Não basta mais conscientização, tecnologia poderosa, globalização, medicina moderna e maior conhecimento. Tudo o que nos difere de sociedades do passado, que nos poria em menor risco. Outros aspectos nos colocam em maior risco: tecnologia poderosa, globalização (de modo que um colapso na Somália afeta também os EUA e a Europa), dependência que milhões de indivíduos têm da medicina, população maior... A propósito, não consigo imaginar os EUA entrando em colapso (sem arrastar os demais países). 

LIÇÕES DE HISTÓRIA


Antes de explicar a ilustração acima (algo que o leitor não encontra no hipertexto), transcrevo outro dado do livro Armas, germes e aço, de Jared Diamond: "Até o fim da última Era Glacial, cerca de 11.000 anos antes de Cristo (prefiro dizer há 13.000 anos), TODOS OS POVOS DE TODOS OS CONTINENTES ERAM CAÇADORES-COLETORES DE ALIMENTOS". 
Para responder sobre as desigualdades verificadas entre os povos no mundo moderno, Diamond começa a analisar as áreas do planeta onde a produção de alimentos surgiu de forma independente. A produção de alimentos, primeira definição para o termo cultura, diz respeito à domesticação de plantas e de animais. As áreas marcadas no planisfério acima representam os centros em que ocorreram tal domesticação. A interrogação indica certa dúvida: se a produção sofreu ou não influências externas. 
As áreas de produção independente foram estas: Crescente Fértil, China, Mesoamérica, os Andes e o leste dos Estados Unidos. Trigo, ervilha e azeitona, por exemplo, foram domesticados há 10.500 anos, no Crescente Fértil. 
Embora o mundo narrado e descrito pela Bíblia não tenha dez mil anos, Caim e Abel são metáforas dos primeiros agricultores e pastores mais antigos da história humana. (Isso não está no livro de Diamond.)

sábado, 21 de abril de 2012

DA VERDADE

Hoje o Zero Hora publica (na página do Almanaque Gaúcho) um poema do Alessandro Reiffer. Num estilo que lembra Pessoa, o poeta santiaguense vence os últimos degraus do parnaso. Pós-moderno, romântico...

JULGAMENTO DO MENSALÃO

Independentemente se a revista VEJA publique a verdade que depõe contra o PT e seus eternos líderes (Lula e José Dirceu), não afrouxo a guarda em relação ao mensalão. O julgamento desse contribuirá para o futuro ético da política brasileira, positiva ou negativamente. 
Leiam o trecho abaixo da última VEJA:
"Josef Stalin, o ditador soviético ídolo de muitos petistas, considerava as ideias mais perigosas do que as armas e, por isso, suprimiu-as, matando  quem teimava em manifestá-las. O PT até que tenta se arejar, exercitar certo pluralismo, mostrar respeito às leis e conduzir as instituições do país que ele governa não como uma propriedade particular do partido, mas reconhecendo-as como conquistas da sociedade brasileira. Mas basta uma contrariedade maior para que o espírito de papai Stalin baixe e rasgue a fantasia democrática dos petistas parcialmente convertidos ao convívio civilizado. A contrariedade de agora é a proximidade do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da maior lambança promovida pelos petistas com dinheiro sujo, que produziu o escândalo entronizado no topo do panteão da corrupção oficial brasileira  com nome de mensalão. Sussurre esse nome aos ouvidos de um petista nos dias que correm e ele vai reagir como se uma buzina de ar comprimido tivesse sido acionada a centímetros de seus ouvidos. A  palavra de ordem emanada do comitê central sairá automaticamente: 'Isso é invenção da oposição e da imprensa!'.
"Como formigas guiadas por feromônios, os militantes de todos os escalões, de ministros de estado aos mais deploráveis capangas pagos com dinheiro público na internet, vão repetir disciplinarmente o mantra de que o mensalão 'foi uma farsa'. Ele vai ser martelado sobre os cinco sentidos dos brasileiros na tentativa de apagar os crimes cometidos pelos petistas e, seguindo a cartilha stalinista, fazer valer as versões sobre os fatos...". 
Destaquei do excerto a expressão "corrupção oficial brasileira", indagando se ela é possível. Corrupção oficial? 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

EDITORIAL DA FOLHA

Ao ler A Folha desta semana, chamou-me a atenção o editorial Sociedade podre, em que o jornalista responsável pela editoria acusa certos indivíduos do universo social santiaguense de serem inescrupulosos, corruptos, estelionatários, recalcados, chantagistas... 
"Pessoas que não enxergam nada em sua frente a não ser o ódio, a maldade e a calúnia. Esse tipo de gente encontramos em todos os segmentos, inclusive nos meios de comunicação... A sociedade dos homens corretos não podem caminhar lado a lado com esse tipo de gente, temos que banir do nosso meio esses vermes."
Forte demais! Pelo menos para os leitores mais sensíveis.
Não obstante declinar dos nomes dessas pessoas, afirmando que há em todos os segmentos, o editorialista reduz bastante o número delas quando inclui a área (mídia) em que se encontram envolvidas, "sem nunca ter sequer sonhado em constituir uma empresa séria". 
O jornalista empregou duas figuras de linguagem: a metonímia e a hipérbole. Ele toma o todo pela parte, exagera ao caracterizar a sociedade como podre (no lugar de alguns indivíduos). Aliás, o próprio texto serve de errata: "a sociedade dos homens corretos".
No fundo (até onde alcança a perspectiva das entrelinhas), o editorial trata de apenas um indivíduo podre. 
Não acho que convivam em nosso meio tantas pessoas com tantos defeitos éticos e morais denunciados pelo jornal, algumas bagaceiras sim. Uma vez bagaceira, sempre bagaceira. Independentemente dos bens materiais e intelectuais que porventura venha a adquirir. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

GRANDE CONFUSÃO

Já comparei o hipertexto com uma nova babel. Hoje retomo o assunto para reafirmar a grande confusão e, por conseguinte, o equívoco, a imprecisão, a não confiabilidade do conhecimento veiculado pela Internet. Os sites se contradizem, inclusive aqueles que tratam de ciência. Para dar um exemplo dessa babel, peço que o leitor digite ANÉIS DE SATURNO no Google, abrindo os primeiros sites. A Wikipédia, enciclopédia livre, ensina que a espessura dos anéis é de 1,5 km. Para ciencia. hsw.uol.br, 200 m. Segundo 1minutoastronomia.org, 20 km. E noveplanetas.astronomia.web.st, menos de um quilômetro. Um absurdo!  

PARADOXISMO (II)

Em post anterior, escrevi sobre um dos paradoxismos vividos pelos brasileiros: a superestimação da política (e dos políticos). O assunto é de uma amplitude tal que me desafia a retomá-lo. Dentro de vinte anos, provavelmente, talvez seja possível uma estimação terra a terra (para não dizer subestimação). Isso ocorrerá com a evolução (auto)crítica do senso comum. Desta vez, relaciono a superestimação a outro mal que lhe é correspondente, o paternalismo. O termo constitui a melhor síntese de todos os “ismos” que caracterizaram ou que caracterizam a política no Brasil, cada um em seu determinado tempo: patriarcalismo, coronelismo, clientelismo, populismo e, nos últimos anos, assistencialismo. Tal relação é do tipo ovo-galinha, em que não se sabe o que é causa e o que é consequência. Por três séculos e pouco, os filhos deste solo estiveram sem pai, ou com o pai além-mar. Após o arranjo da casa imperial que superestimamos como independência, o filho do pai instituiu-se pai absoluto. Logo ele abandonaria o país, deixando aqui o filho de cinco anos – na condição hereditária de novo pai. O magnânimo. Sua morte, representada 58 anos depois pela perda do trono e exílio, não libertou a população. Esta continuou superestimando quem quer que fosse o pai substituto. No lugar do monarca, pai único, uma classe econômica tomou o poder. Não demorou para que a figura do presidente passasse a representar o pai. A Revolução de Trinta mudou a designação de “velha” para “nova” a república fundada pelos oligarcas. Outra consequência: o advento do pai dos pobres, emblemático por evidenciar a relação entre paternalismo e superestimação popular. 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

EXPANSÃO CHINESA

Ao postar sobre o iate abaixo, ocorreu-me que a China sempre foi expansionista. A primeira grande expansão, levado a cabo pelos austronésios, colonizou muitas ilhas do Pacífico e algumas do Índico (como Madagascar) há três/ quatro mil anos. Outra teve fins meramente comerciais no século XV. No século XX, com a revolução comunista de Mao Tsé-Tung, a expansão foi ideológica (contra o capitalismo). Nesse mesmo século, aceitando aquilo que negava, entrou no  mercado, exportando os produtos mais baratos do mundo, miudeza em geral. Neste século, o Estado capitalista chinês avança em todas as direções, em todos os negócios. O expansionismo está nos seus genes (ou memes), herança dos austronésios que avançaram pelo mar dentro de canoas com flutuadores. 

sábado, 14 de abril de 2012

IATE CHINÊS


O iate Adastra foi lançado na China esta semana (depois de cinco anos para ser planejado, desenhado e construído). Avaliado em 15 milhões de dólares, tem 42,5 metros de comprimento, pesa 52 toneladas, e comporta até nove passageiros, além de seis tripulantes. Pode ser controlado por meio de um iPad, a até 50 metros de distância. Puro luxo!
Ao ver as imagens acima (publicadas num site noticioso), lembrei-me de de um grande salto tecnológico responsável pela expansão dos austronésios (oriundos do sul da China) em direção à Nova Guiné há 3.500 anos. Esse salto foi propiciado pela invenção de canoas com flutuadores laterais, sem os quais os grandes colonizadores não teriam chegado a Bornéu, Célebes, Timor, Halmahera, Java, Sumatra, Arquipélago Bismarck, Ilhas Salomão etc. Naquela região do planeta, as canoas eram monóxilas, isto é, feitas de um único tronco de árvore escavado por um enxó. Com esse tipo de embarcação simples era difícil de manter o equilíbrio mesmo sobre as ondas pequenas. A solução foi fixar dois troncos menores nos flancos da canoa (flutuadores), distantes alguns centímetros, um de cada lado. O problema do equilíbrio assim foi resolvido. Obviamente, esse salto não ocorreu de um dia para outro. 
Penso que o iate Adastra nada tenha do princípio da canoa com flutuadores, pode ser uma mera semelhança.  Interessante é o paralelo da expansão entre o chinês quase pré-histórico e o chinês moderno.

TOCATA NO MEDIANEIRA


A Fanfarra da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada realizará uma tocata no auditório do Colégio Medianeira, neste sábado, às 20 horas. O evento faz parte das comemorações ao Dia do Exército, 19 de abril. (Essa data remonta ao distante ano de 1648, quando ocorreu a primeira batalha em Guararapes, ao sul de Recife, entre brasileiros e holandeses.) A Fanfarra, com a regência de Roger Daniel Hartwig e João Oliveira (ambos subtenentes e mestres de música), executará um repertório eclético, de Tchaikovsky a Tim Maia. 
Leitor, você está convidado a assistir essa apresentação musical.   

quarta-feira, 11 de abril de 2012

LIVROS, LEITURA

Encontrava-me na metade de Armas, germes e aço, de Jared Diamond,  quando passei a ler O caminho de volta, do professor Julio Rafael. Retomei Armas, germes e aço, até encontrar em Gramado o Tratado de ateologia, de Michel Onfray. Concluindo a leitura desse livro, voltei ao grande ensaio de Diamond. Não demorou para me surpreender com Xavier Rubert de Ventós, autor de Deus entre outros inconvenientes. Hoje concluí a leitura do filósofo catalão. Imediatamente,  reabro na página 340 de Armas, germes e aço, os destinos das sociedades humanas, para percorrer as oitenta e poucas páginas restantes. Farei uma apresentação desse livro, atendendo ao principal objetivo do Projeto de Leitura (desenvolvido pela 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada).

LUIS ARAGON

"Os gênios são seres que dão ideias aos cretinos que chegam vinte anos depois."

PARADOXISMO SOCIAL

Eis um dos paradoxismos vividos pela sociedade brasileira: superestima-se a política (a classe dos políticos) e desacredita-se dela ao mesmo tempo. Historicamente, alguns de nossos políticos são heroicizados, cultuados depois de mortos. Isso é possível, em princípio, porque somos tolerantes, condescendentes com a vilania (bem disfarçada em programas sociais). Ao invés do descrédito, da subestimação, a classe ganha maior destaque midiático por motivo de uma nova eleição, que ocorrerá em outubro. O país quase para em ocasiões bianuais, quando devemos votar pela permanência ou não dos integrantes dessa classe de arrivistas, mais ou menos organizados em partidos. Os políticos não fazem muito esforço para ocupar a berlinda, são conduzidos a ela de cabriolé pela grande mídia, que se vende com uma facilidade que faria corar o Fausto* da lenda alemã. Não apenas a grande mídia, mas a pequena, a rasteira, a ignóbil. Independentemente dessas categorias, quantitativas e qualitativas, fomentam a máxima consideração dos atores e atos políticos. Modelo Pedro Bial e seus brothers (por acaso chamados de “heróis”). A quebra de promessas, a traição ideológica (cabriola), a mentira, a corrupção, o enriquecimento com o dinheiro público, nada é suficiente para diminuir a superestimação. Eles continuam na berlinda. Não poderiam ser subestimados pela maioria que representam no poder – uma falácia da democracia. A representatividade mais evidente é de interesses pessoais – e partidários. Quando condenados pelo chamado crime do colarinho branco, o máximo que perdem por alguns anos é a própria inelegibilidade. O Estado (a união de todos os cidadãos que o compõem) nada recebe de volta. Eticamente, podemos reprová-los por receberem 18 salários polpudos ao ano, mais cem mil em verbas indenizatórias (um absurdo), todavia, tornamos a elegê-los no próximo pleito.

* Fausto vendeu sua alma ao demônio em troca de sucesso pessoal. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

NÃO ENSINÁ-LOS A PESCAR*

"Como as leis e normas que regem a sociedade não são mais transcendentes nem reveladas, sua legitimidade exige que sejam, no mínimo, viáveis. Podem ser intranscendentes, mas não inconsistentes; podem não ser universais, mas sua aplicação em geral tem que ser, pelo menos, possível e desejável.
"Pois bem, é exatamente isso o que não são e não têm sido as muitas propostas que pretendiam transformar os países pobres em países ricos e que se anunciavam sob o gasto lema: 'Não lhes dê o peixe, mas os ensine a pescar'. Ou seja: 'Não os ajudem, mas providenciem caniços e confiança, modernize-os, estimule a produtividade e controle de natalidade, de modo que cheguem um dia a ser países desenvolvidos como os nossos'.
"De uma coisa esses novos postulantes do 'desenvolvimento' se esqueceram: no dia em que todos os países pudessem se comportar assim como países desenvolvidos, é pouco provável que algum deles pudesse continuar a sê-lo. A quantidade de recursos explorados e de resíduos gerados logo transformaria o mundo num deserto, e o esgotamento da biomassa seria uma questão de meses...
"[...] Trata-se de dar-lhes peixe para pedir que não pesquem; de comprar seu silêncio para não ter que comprar suas frutas; de mantê-los na dependência para evitar sua competição. 
"[...] É bem verdade que a superpopulação e a superexploração dos recursos nos países pobres também representam um perigo para a estabilidade global e para seu desenvolvimento sustentável. A extrema pobreza leva à desertificação 'haitiana', sem dúvida. Mas o fato é que a extrema riqueza conduz igualmente, embora por outros caminhos, ao desflorestamento 'canadense'. 
"[...]  Ou seja: alguns não podem respeitar seu ambiente, pois precisam comer hoje; os outros não têm interesse em respeitá-lo, pois precisam manter suas taxas de lucros até depois de amanhã."
* Título do capítulo 23, do livro Deus entre outros inconvenientes, de Xavier Rubert de Ventós.

sábado, 7 de abril de 2012

LAMENTÁVEL!!!

Estão emporcalhando nossa blogosfera. No início, foram os anônimos, ajudados pelos blogueiros que os publicavam. Depois a sanha mercadológica, com blogueiros forjando número de acessos para justificar patrocínios. Agora chegou ao extremo da sujeira, com blogueiros-fakes. Pela desenvoltura com que manejam a interface, a escrita,  o discurso injurioso, não passam de blogueiros disfarçados. Muita gente boa abandonou o ambiente, frustrando-se com as promessas de uma revolução digital. A babel ocorre não apenas no aspecto linguístico, mas na qualidade das relações pessoais engendradas pela blogosfera. 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ANEDOTA FILOSÓFICA

O índio de Zinacantán disse, todo preocupado, a seu amigo: "Sim, é verdade que esses antropólogos prestam muita atenção em tudo e passam o dia todo fazendo perguntas sobre nossos deuses. Mas na verdade eles são um pouco lentos e tapados, ainda não conseguiram aprender o que ensinamos e continuam a praticar suas superstições todos os domingos".
Extraordinária essa anedota, transcrita do livro Deus entre outros inconvenientes, de Xavier Rubert de Ventós.
(Zinacantán é um município do estado mexicano de Chiapas)

OUTONO EM FLOR

Transcrevo abaixo a crônica de Erilaine Perez, publicada no Expresso Ilustrado nesta  sexta-feira. 
É outono outra vez. Os passarinhos cantam a alegria das goiabas. O verde das folhas se prepara para dormir junto à terra e acordar mais vivo na próxima primavera. A existência amadurece os tons, para enfrentar o frio que logo chegará. Meus ouvidos e olhos contemplam o milagre se repetir pela trigésima terceira vez.
Inversamente ao ciclo representado pelas estações, fui rebento outonal. Nasci sobre a fecunda jazida dos plátanos: um céu diferente, crispado de estrelas amarelas! Sobre esse berço etéreo, assim como as folhas, estive adormecida até a chegada da primeira primavera. Experimentei  a consciência de ser junto com a chegada das flores. O gozo do movimento sobre as próprias pernas, já era verão. E nunca mais deixei de caminhar!
Porém, percebo que algo funciona diferente em relação a mim: estação a estação, sinto que passo, mas não me repito. Àquele sono inicial (necessário  a minha  plena formação), jamais poderei retornar. Nem às pernas, sobre as quais me ergui da vez primeira, poderei. Elas já não são as mesmas. E, a cada ano transcorrido, também eu não sou. Em frente ou atrás das retinas, a novidade de cada dia continuará a fazer de meu espelho o porto de suas andanças.
Diferente disso (e indiferente a isso), porém, o clima retornará a sua primitiva sazão, em jovialidade, temperatura e cor. Tudo o que é vivo e reflete espargirá pelos ares as luzes de uma história que se repete desde o tempo em que eu não era. A incerteza sobre o benefício ou malefício dessa constatação é a grande questão que vai me acompanhando a caminhada... Longe de chegar à resposta, alegro-me hoje, junto aos pássaros da goiabeira, mantendo a esperança verde-amarela dos plátanos que sonham, a cada outono, com novas primaveras.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

MODÉSTIA À PARTE

Não se espante o leitor com os saltos que dou da gramática à gastronomia, da literatura à astronomia, da filosofia à história natural, da crítica à autocrítica. Sou assim mesmo. Um espécime que relata, por sua experiência pessoal, a travessia para um novo paradigma. O paradigma da complexidade antevisto por Edgar Morin. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

VERDADEIRO, LITERAL...

Na transcrição que fiz da matéria publicada na revista Literatura (abaixo), a autora escreve "Odete aparece em uma cena cantando 'Nada Além', antigo sucesso de Orlando Silva, canção que no romance de Caio desempenhará o papel de um verdadeiro fio de Ariadne". 
Não posso omitir o seguinte comentário: 
O texto ficaria semanticamente correto sem "verdadeiro". O termo não se refere ao fio dado por Ariadne a Teseu antes de entrar no labirinto, o verdadeiro "fio de Ariadne". O significado de "fio de Ariadne" no enunciado acima é metafórico. 
À semelhança desse "verdadeiro" (que não é o verdadeiro), ocorre com os  termos "literal", "literalmente". Exemplo: "Joãozinho viveu literalmente um sonho", referindo-se a uma viagem muito desejada, muito sonhada. Sonhada, sim, mas não literalmente. Para o verbete literal, Houaiss é claro: "conforme ao próprio e genuíno significado das palavras, por oposição ao seu sentido figurado". 
A frase corrigida: "Joãozinho viveu um sonho".  

LITERATURA

Uma das matérias da revista Literatura, nº 41, com oito páginas, refere-se ao romance Onde Andará Dulce Veiga?, de Caio Fernando Abreu. Lígia Savio, professora de Literatura da UFRGS, disserta:
"Buscando dados sobre a gênese de Onde Andará Dulce Veiga?, chegamos ao cinema, grande paixão do autor. O filme A Ilha instiga-o a escrever uma crônica sobre uma das atrizes (Onde Andará Lirys Castellani?), desaparecida após as filmagens. Surgiu, então, um primeiro roteiro cinematográfico, escrito com o cineasta Guilherme de Almeida Prado. A personagem Dulce Veiga nasce, entre outras coisas, da admiração de Caio por Odete Lara, que interpretara uma cantora com esse nome em A Estrela Sobe, filme de Bruno Barreto, baseado na obra homônima de Marques Rebelo. Odete aparece em uma cena cantando 'Nada Além', antigo sucesso de Orlando Silva, canção que no romance de Caio desempenhará o papel de um verdadeiro fio de Ariadne. Outro dado que sensibilizou o autor: a própria Odete, no final da década de 60, abandonou uma sólida carreira de atriz para dedicar-se à vida espiritual. A intenção primeira era fazer um noir tropical, um filme policial com alguns ingredientes especiais. Guilherme de Almeida Prado, porém, envolveu-se com outro roteiro, e Caio levou adiante a ideia, transformando-a num livro". 
Numa próxima postagem, transcreverei outros excertos da matéria (que analisa o romance sob uma perspectiva da crítica do imaginário). 
Esta é a terceira postagem que faço sobre Onde Andará Dulce Veiga?. A primeira foi em 18 de junho de 2011, e a segunda, dia 21 de junho de 2011 (que pode ser lida a partir do link abaixo)
http://froilamoliveira.blogspot.com.br/2011/06/fim-do-romance.html

MÁ CONSCIÊNCIA

Nossa blogosfera repercute a influência da moral cristã, cuja genealogia remonta mais apelativamente a Paulo de Tarso do que a Jesus Cristo. Nietzsche já denunciava a má consciência há século e pico, antes que Freud o fizesse. Até mesmo aqueles que professam a doutrina marxista (reconhecidamente ateia), blogueiros nossos, não negam o condicionamento acaçapante da religião tradicional. Depois da briga, a má consciência, o sentimento de culpa. Sim, vivemos a Semana Santa.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O ARGUMENTO


As  leis da Física são válida em todo o universo (ou em todo universo). Observem a órbita imaginada para o planeta Nibiru, que Zecharia Sitchin descobriu na mitologia suméria. A qual corpo celeste esse planeta se subordinaria graviticamente? Certamente, não é o Sol. Pelo desenho acima, esse corpo se localizaria no extremo do Cinturão de Kuiper, numa região chamada de "Falésia de Kuiper" (onde não há nada). A estrela mais próxima, Alfa Centauro C, fica a 40 trilhões de quilômetros. Um corpo capaz de manter Nibiru nessa órbita bastante interseccional em relação ao Sistema Solar, obviamente, teria que atrair os KBOs pelo menos. Os KBOs constituem o Cinturão de Kuiper.   
Apenas esse argumento desmonta a teoria dO décimo segundo planeta.

domingo, 1 de abril de 2012

NIBIRU???

Durante um churrasco neste domingo, conversei longamente com o meu cunhado sobre um livro que fez sua cabeça: O décimo segundo planeta, de Zecharia Sitchin. Ouvi as ideias principais desse catastrofista (ou, como o superestimam, "profeta do Apocalipse"). Para Zecharia, Nibiru (planeta da mitologia dos sumérios) seria o Planeta X (planeta apenas imaginado por alguns estudiosos, orbitando além do Cinturão de Kuiper). 
Quem estuda História, diga-se de passagem, sabe que a mitologia suméria é tão ou mais rica que a judaico-cristã. 
A teoria de Zecharia é de que a humanidade teria origem extraterrestre, criada pelos anunnakis, habitantes de Nibiru. Outro autor, Erich von Daniken, insinua uma teoria semelhante em Eram os deuses astronautas? (Esse já li duas vezes.) 
Ao pesquisar sobre o assunto na Internet, abri um site que apresenta a órbita do planeta Nibiru, a qual passaria muito próxima da Terra e se afastaria do Sistema Solar por aproximadamente 30 milhões de anos-luz. Isso mesmo: 30 milhões de anos-luz. Um absurdo! O Sol está distante 26 mil anos-luz do centro da nossa galáxia. Obviamente, o autor do site de "antropologia ufológica" não tem noção das distâncias astronômicas. Essa limitação para compreender as distâncias de espaço e de tempo é digna de pena, reveladora do relativismo do senso comum, tendo a ignorância como referencial da medida de todas as coisas.
O planeta Nibiru demoraria 3.600 anos terrestres para completas sua órbita. A cada 3.600 anos, ele se aproximaria da Terra. A próxima passagem pela "zona dos cachinhos dourados" ocorreria em dezembro deste ano, causando muito terror e destruição em Gaia, nosso belo planeta. Objeção: terror e destruição?  Terror e destruição causados pelo planeta em si, ou pela ação dos anunnakis? Nas outras vezes, os anunnakis fizeram o bem de criar o homem, tão inteligente e distinto dos demais seres vivos (como o chimpanzé, que tem apenas um par de cromossomas a mais). O que realmente ocorre durante a passagem de Nibiru? Algumas vezes, o efeito é devastador, como fazer a Terra parar por um dia (transcrito na Bíblia), ou destruindo o planeta que existia entre Marte e Júpiter. Outras vezes, os habitantes de Nibiru viriam ao nosso planeta para brincar de deuses. Por que em 2012 será nefasta a passagem? Por que assim profetiza o calendário maia? 
Outra coisa: os anunnakis devem ser tão poderosos quanto os deuses de todas as mitologias havidas. Principalmente para resistir variações tão grandes de temperatura (fugindo à regra dos "cachinhos dourados", região do sistema solar em que a vida é possível). Por mais estabilidade térmica que tenha o planeta, a aproximação com o Sol (segundo o desenho imaginado para sua órbita) não deixaria de sofrer terríveis consequências. 
Outra coisa mais: a órbita regular de todo corpo celeste ocorre em torno de um corpo muito maior, que a determina gravitacionalmente. Nibiru teria uma órbita perpendicular ao sistema solar, ao qual não se subordina. Além do Cinturão de Kuiper, o Sol não exerce mais atração sobre corpo algum, conquanto seja atraído por forças infinitamente maiores da própria galáxia. Lá estaria uma estrela hipotética que manteria Nibiru. Mas a estrela mais próxima, Alpha Centauri C, está a 4,2 anos-luz de distância, aproximadamente 40 trilhões de quilômetros. Esse corpo gigantesco que manteria Nibiru continua invisível, embora sua localização tão próxima do Sistema Solar. Mistério! 
Mais outra coisa: Caso estivessem certas as previsões da passagem desse planeta para dezembro de 2012, por que ele ainda não é observado entrando no Sistema Solar? Já era para estar causando algum dano a um dos nossos pacíficos planetas mais distantes. Por que a Terra seria a mais afetada? 
Certamente, lerei O décimo segundo planeta.
Para desmistificá-lo.