segunda-feira, 19 de março de 2012

NOVOS ICONOCLASTAS

A partir das pregações de Paulo de Tarso (no século I) e da oficialização do cristianismo pelo imperador Constantino (no século IV), a civilização ocidental seria marcada indelevelmente pela mito cristão. O que isso significa? Não há necessidade de ler Feuerbach, Nietzsche ou Freud para responder tal questionamento com acerto. Qual a essência da religião idealizada pelo tarsiota e imposta pelo romano? Um deus pessoal, o homem à sua imagem e semelhança (e não o inverso que acusa o antropomorfismo), outro mundo além da morte (um ideal tido como verdade), depreciação do mundo verdadeiro, alma eterna, pecado original...
A partir da Reforma Religiosa começada por Martinho Lutero, símbolos e imagens perderam a importância, de certa forma reveladores de idolatria (um pecado combatido desde Moisés). O crucifixo constitui um desses símbolos muito cultuado pelos católicos, que, a despeito de se reconhecerem não-praticantes, incomodaram-se com a decisão do Tribunal de Justiça contra a exposição de seu objeto de veneração. Não engoliram os autores do pedido, novos "iconoclastas". 
(Cont.) 

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