domingo, 18 de março de 2012

CRUCIFIXO - IGREJA + ESTADO

A partir de um pedido da Liga Brasileira de Lésbicas, o crucifixo (símbolo do cristianismo)  foi retirado dos prédios do judiciário gaúcho. O Estado é laico, segundo a Constituição (que nega o costume, a tradição preponderantemente católica). A reação não demorou: Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, e a Associação dos Juristas Católicos querem a volta do crucifixo à sala da justiça. Paulo Brossard advoga que os crucifixos no Tribunal não infere reverência a uma pessoa da Santíssima Trindade, mas "representa valores morais, éticos, sociais e culturais". (Dom Dadeus, diga-se de passagem, andava às turras com o judiciário há pouco tempo.)
A união da Igreja com o Estado começou por volta do século IV, quando o imperador Constantino tomou conta do concílio de Niceia (o papa estava ausente). O movimento criado por Paulo de Tarso passou a ter um braço armado, o exército romano. De uma hora para outra, os cristão passaram de perseguidos a perseguidores. "A Igreja e o Estado formam então o que Henri-Irénée Marrou, historiador pouco suspeito de anticlericalismo, de ateísmo ou de esquerdismo, pois é cristão, chama de Estado totalitário." (Transcrito do Tratado  de ateologia, de Michel Onfray.)
A história conhecida de Constantino propaga que se trata de um imperador romano que se converteu ao cristianismo, instituindo-o como religião oficial. Só isso. 
O conhecimento desmistifica. O conhecimento de História, de Filosofia, de Psicanálise... 
Por favor, caros leitores, procurem ler sobre quem era de fato Constantino, um infanticida, homicida, uxoricida, que comprou sua salvação e o silêncio da Igreja. 
Nos séculos que seguiram à oficialização do cristianismo por Constantino, a Igreja passou a fazer coisas muito piores do que faz o islã na atualidade (Estados totalitários, jihad, execuções etc.). A propósito, há muita semelhança entre o Pentateuco e o Corão que sequer os cristãos podem imaginar.
A retirada dos crucifixos do Tribunal é resquício de uma separação lenta entre o Estado e a Igreja no Brasil, já decretada em 1890 (com a proclamação da República). Uma separação não desejada pela Igreja Católica,  desde Constantino, coalizada com o poder terreno, deste mundo.  
Indefiro Paulo Brossard (quanto a ser o crucifixo a representação de valores morais, éticos e o escambau). Indefiro Dom Dadeus (quanto a ser a volta do símbolo uma exigência da sociedade). 
Os católicos que tratem bem essa Associação Brasileira de Lésbicas, que, futuramente, poderá pedir um novo concílio no Vaticano, exigindo que sejam suprimidos os livros Levítico e Números da Bíblia. 

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