segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BEM UNIVERSAL

Tales de Mileto, o primeiro filósofo ocidental, defendia que a água era o princípio de todas as coisas. (Nietzsche tirou dessa afirmação estranha algumas conclusões sérias, principalmente sobre a origem e unicidade do universo.) Se substituirmos "todas as coisas" por "vida", o absurdo se desfaz, e a sentença adquire status de verdade. 
Nesse fim de semana, fui ao Rincão dos Machado. A grande novidade de lá, impossível de ser ignorada, consiste na água distribuída a todas as casas, a partir de um poço semiartesiano aberto no rincão. Ainda me lembro de verões distantes, quando carregava água em baldes e latões de uma vertente inesgotável e de difícil acesso. Minha mãe ficaria muito feliz com esse conforto.
Quase trinta famílias são beneficiadas, do Rincão dos Machado ao Passo da Cruz. Em cada casa há um hidrômetro, o qual passa a ser controlado com a precisão que exige a necessidade coletiva. Não é o caso de pagar mais pelo excedente consumido, isso deve ser evitado.  
Não acho corretamente ecológico explorar os lençóis freáticos. Essas reservas de água devem ser destinadas ao futuro, quando o homem não tiver outra opção para purificar a água que ele mesmo poluiu. Pequenas represas nos rios da região, avizinhadas por microestações de tratamento d'água, farão parte de um processo necessário que evitará o esgotamento e (pior que isso) a poluição dos depósitos subterrâneos. 

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