terça-feira, 30 de agosto de 2011

LER É ACORDAR PARA A VIDA

As palavras dizem mais do que dizem simplesmente, muito mais, correndo o risco de dizerem o contrário.
No lema da próxima feira do livro de Santiago, "acordar" e "vida" exigem conotações que se distanciam do referencial.
A prova disso é dada pela frase negativa: Não ler é... (o que para a vida?). 
Depois dos 50 anos, Kant lê David Hume e desperta do "sono dogmático". Esse sono, no entanto, não impedia de o filósofo viver em sua Könisbsberg.
O "acordar para a vida" tem ou não relação causal com a felicidade, por exemplo? Se a resposta é negativa, então, "vida" deve ser interpretada como um modo especial, mais consciente por certo.
O não leitor santiaguense há de se questionar: "Por acaso, durmo?". 
Para tirar essa dúvida, ele deve converter-se à leitura.

ERROS GRAMATICAIS (AINDA)

Escritos produzidos na Terra dos Poetas, notadamente os literários, apresentam erros gramaticais que comprometem a própria textualidade. Para ser mais exato, não passam de arremedos textuais (paráfrases de leituras realizadas pelo aspirante a escritor). 
Um blog do nosso meio, por exemplo, traz erro monstruoso no próprio cabeçalho, empregando uma interjeição no lugar de um verbo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ERROS GRAMATICAIS

O blog do Rafael Nemitz repercute o comentário de seu leitor, que critica o texto distribuído pela Secretaria de Educação e Cultura às escolas municipais. "Errar é humano", escreve o prof. Édison de Oliveira em seu todo o mundo tem dúvida, inclusive você, "mas ninguém gosta de comprovar sua natureza por esse caminho". 
Em Santiago,  poucos se preocupam com os erros que cometem na produção textual, seja no trabalho (na elaboração de anúncios, notícias, documentos etc.), seja no afã individual de tornar-se escritor. Na Terra dos poetas, poucos têm domínio do idioma, ao mesmo tempo instrumento linguístico e objeto estético do fazer literário. 
Na Comunicação Social da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, tenho recebido ofícios que são um atentado contra todas as normas, entre as quais o emprego correto do pronome de tratamento. No Quartel General, a documentação interna e externa é minuciosamente revisada por mais de uma pessoa. Os erros são inevitáveis, todavia, com uma ocorrência cada vez mais espaçada.
O texto distribuído às escolas municipais de Santiago, como apoio para um concurso de redação, antes de qualquer leitura, pareceu-me extenso demais. 
Eis o primeiro parágrafo: 
"Em 1986 um jovem idealista admirador do escotismo, e especial ao seu fundador Baden Powell, funcionário público estadual, que atuava na Corsan local, como técnico, chamado Nilton Oliveira Pereira, com apoio de seus familiares, em especial aos seus sobrinhos teve a felicidade de criar o Grupo Escoteiro Toutinegra, onde no dia 31 de agosto de 1986 ocorreu o chamado batismo do uniforme, antes mesmo da primeira promessa o que foi realizada nos dias seguintes".
Após uma das possíveis reescrituras: 
"O Grupo Escoteiro Toutinegra foi criado por Nilton Oliveira Pereira, funcionário da Corsan local e admirador de Baden Powel. O 'batismo do uniforme' ocorreu no dia 31 de agosto de 1986".
Mais uma vez, coloco-me à disposição para revisar ou produzir textos de todos os gêneros. 
Meu e-mail: froilamo@bol.com.br 

THOMÁS FORTES

O apagão de sexta-feira me pegou falando no imperativo categórico de Kant: "Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, por tua vontade, lei universal da natureza". Enquanto esperávamos o retorno da luz, uma jovem dos primeiros assentos me falou que estudava o filósofo no Colégio Thomás Fortes. Seu entusiasmo me chamou a atenção. Sentei-me a sua frente, e conversamos por alguns minutos. Perguntei-lhe o nome de sua professora de Filosofia e me coloquei à disposição para ir ao Thomás, falar sobre Kant ou qualquer outro pensador. Há 12 anos, convidado pela professora Jussara, palestrei sobre os pré-socráticos (os primeiros filósofos que olharam para o céu e perguntaram qual a substância primordial que constituía o Universo). 
Parabenizo esse colégio estadual, com destacada qualidade no ensino básico santiaguense. Parabéns, professora Vera Lúcia!

FILÉ DE BORBOLETA


O poeta e prosador Luiz Coronel soma mais uma obra em sua extensa produção literária: Filé de Borboleta - o Don Juan de Bagé. Como nos havia adiantado durante a visita à Feira do Livro de Santiago em 2008, esse livro de causos e anedotas é sobejamente ilustrado pelo nosso artista Otelo Ribeiro (que ilustrara a capa da Antologia II - ruadospoetas).



Eis dois exemplos dos traços inconfundíveis do meu amigo Otelo Ribeiro.

"Y" E "Z"


As gerações Y e Z vivenciam um problema de ordem social em nossa cidade. Não diferente de outros lugares, os jovens santiaguenses são notívagos. De sexta para sábado e de sábado para domingo, eles saem de casa ao encontro de uma balada. Os clubes que sobrevivem não atendem a demanda, destinados a acolher outras idades. Os bares são escassos, a maioria com dimensões reduzidíssimas. Em ambientes particulares, nenhum ruído musical é permitido (a partir da terceira queixa é registrado um Boletim de Ocorrência). Como opções, restam as conveniências dos postos de combustível e as ruas. Nesses espaços abertos, essa gente gaia enfrenta o policiamento rígido do Estado, da família ou da própria consciência, não lhes permitindo ouvir música num volume alto, bem como beber uma cervejinha e dirigir seus automóveis. Não podem fazer isso na mesma noite. A cidade amadureceu em idade apenas, tornando-se mais ranzinza e intolerente com a sua juventude. O começo desse tratamento ocorreu por volta do ano dois mil, pouco mais, pouco menos, quando chegava o Carnaval. Houve uma guerra declarada aos QGs, mobilizando autoridades, cidadãos civis, mídia e uma gana repressiva contra os "desordeiros". O resultado é conhecido de todos: os jovens se refugiaram em Jaguari. A partir de então, Santiago ganhou a tão desejada paz e tranquilidade (saúde para aqueles que envelhecem antes do tempo). Para preencher o vazio no Carnaval, o poder executivo municipal tem se empenhado em atrair de volta os foliões ausentes. Todavia, o Carnaval acontece uma única vez durante o ano. E nos demais fins de semana? O Center Hall é uma exceção (anexando ao clube a conveniência e a rua), de iniciativa privada. As gerações Y e Z merecem muito mais que espaço físico para sua mobilidade e convivência social.

domingo, 28 de agosto de 2011

CARTAS E BÚZIOS

A situação do Grêmio dentro do Brasileirão não me permite tocar flauta nos colorados ("campeões de tudo" de nada). Grenal é grenal. 
Desde ontem, passou a me interessar o clássico gaúcho. No último Globo Esporte (sábado), uma reportagem muito fraca entrevistava adivinhos que, a partir de cartas e búzios, davam o resultado do jogo. O dois entrevistados foram unânimes: o Internacional venceria o grenal. A cartomante precisou o placar: 3 a 2. 
Essa adivinhações, ligadas à astrologia, ou a uma religião afro-brasileira, revelam o atraso civilizacional por que passa nosso país. 
A mídia tira proveito desse atraso, quando não o reflete. Às vésperas de um novo ano, antes de um acontecimento qualquer, os primeiros consultados são os adivinhos, quase todos uns charlatães (segundo Padre Quevedo). 
Nunca vi na televisão, nunca li em revista ou jornal, a mais pequena reportagem sobre as previsões que não se realizaram. Nenhum trabalho pela desmistificação. 

sábado, 27 de agosto de 2011

TRÂNSITO



A charge do Iotti de hoje refere-se à BR 285, em razão das mortes causadas por acidente automobilístico. Pelo mesmo motivo, citei a BR 287, trecho entre São Borja e Santa Maria, no encerramento do I Seminário Regional de Instrutoria de Trânsito. 
O gato preto e o espectro da Morte são exteriorizações de um mal que está dentro do homem, no âmago de seu Eu inconsciente, onde pululam as paixões, os desejos, os medos e tudo mais. Ante esse gigante interior, a consciência quase nada pode fazer, como força contrária. 
A alta velocidade não constitui a busca do prazer, é a própria realização do prazer, cuja descrição não encontra palavras adequadas (uma vez que transcende a linguagem, a racionalidade). 


terça-feira, 23 de agosto de 2011

SEMINÁRIO NA URI

Na próxima sexta-feira, acontecerá o I Seminário Regional de Instrutoria de Trânsito na URI. 
Jonas Bays e Sibele da Silva Batezini, técnicos em trânsito do DETRAN/RS, mediarão "Processo de Formação de Condutores: Compromisso Legal, institucional e Ético"; Sílvio Tusi Júnior, presidente do Conselho Municipal de Trânsito, e Pedro Lesina, diretor de Divisão de Trânsito, mediarão "Panorama Atual do Município de Santiago no Tocante à Mobilidade de Trânsito"; Fabiano Régis de Oliveira, Dilmar Fernando Lopes, Renato Aníbele Disconzi, Leandro Flores da Silva e Fernando Burg, todos instrutores de trânsito, mediarão "Relatos de Experiências em Educação no Trânsito"; Roselaine Lamberti, diretora da Escola de Educação Básica da URI, mediará "Relatos de Experiências em Educação no Trânsito"; Vânia Luiza Felli Kubiça, especialista em Psicologia do Trânsito, e Valéria Machado Pinto, especialista em Psicologia Clínica, mediarão "Mudança Cultural e a Formação da Consciência em Educação para o Trânsito"; e, por último, mediarei "Educação no Trânsito e Postura Ética e Consciente" (Postura Ética no Trânsito). 
O mote para a minha palestra veio do IV Fórum do Instituto Zero Acidente, que se realizou há duas semanas em Porto Alegre: "Se sabemos, por que não fazemos?". Da Filosofia assimilei o princípio da inquirição, isto é, a pergunta bem articulada não requer necessariamente uma resposta (que esgotaria o assunto conceitual ou dogmaticamente). Um dos painelistas do fórum esboçou uma resposta, simplificando que o condutor não faz o que sabe devido a uma questão interna, de livre-arbítrio. Na hora, pensei em interrompê-lo, para ampliar seu argumento. A vontade tem origem nas pulsões e estímulos (inconscientes), que determinam o temperamento do indivíduo. Na constituição de seu eu, a moral internalizada (que tanto encantava Kant) participa como uma força fraca, como uma impostora. 
Disso e muito mais falarei na próxima sexta-feira, durante o I Seminário Regional de Instrutoria de Trânsito.   

TEMPERAMENTO - CARÁTER - PERSONALIDADE

Ao pesquisar na Internet a diferença entre temperamento, caráter e personalidade, encontrei a ilustração acima no site http://www.kidleitura.com/temperamentos.htm 


domingo, 21 de agosto de 2011

O TREM DA LEGALIDADE

O Zero Hora deste domingo publica uma reportagem de cinco páginas sobre o Trem da Legalidade. Até quinta-feira, o jornal publicará outras reportagens sobre "um dos mais épicos capítulos da história gaúcha". Esse exagero, todavia, é negado sem intenção pelos autores da reportagem, Nilton Mariano e Dione Kuhn. O comboio militar, saindo de Santiago, nunca foi a Ourinhos, como defendia Brizola, não passando de Marcelino Ramos. Não houve combate, ao contrário do que é escrito na primeira frase do texto jornalístico - "Sete veteranos que combateram no Trem da Legalidade". Nenhum tiro foi dado. Três mortes ocorreram por acidente: duas na estação férrea de Santiago, em razão de uma colisão de trens, e uma em Marcelino Ramos, com a explosão de um fogão. O que há de épico nisso? Outra história de pescador é a do ex-ferroviário entrevistado em Ourinhos, que "a serviço, costumava percorrer o trecho entre Ourinhos e Marcelino Ramos". Ele saía do Estado de São Paulo, atravessava todo o Paraná e Santa Catarina? Justamente o trecho em que os repórteres buscavam confirmação da inexistência de um "trem da legalidade". Mentiroso ou herói? 
O bom da reportagem são os dados reais obtidos com o Dr. Valdir Pinto, bem como as fotos, entre as quais a dos "ex-combatentes" que viajaram de trem: Alceu Nicola, Constantino Zaboetzki, Wilmar Donini, Nilton Soares, João Sady Colpo, Alberto Guedes e Jorge Damian (clicar na imagem acima para ver melhor).

IMPOSSIBILIDADE ÉTICA

A descoberta do inconsciente por Freud causou a terceira grande frustração do homem. O eu racional a que ele se apegava depois da segunda frustração (causada por Charles Darwin), o eu consciente que ainda o preservava como uma criatura especial, de uma hora para outra, perde sua hegemonia, reduzindo-se à quase insignificância. 
Repito o que escrevi nas últimas linhas de uma postagem abaixo: "Esperar ou pedir que o eu se comporte eticamente no trânsito ou em qualquer outro lugar é subestimá-lo por suas paixões, pulsões, medos, todo o que escapa do domínio consciente".
O que aconteceu na madrugada de sexta para sábado em Santiago demonstra essa impossibilidade ética.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

SUGESTÃO AOS CITADORES DE FREUD


Na minha última estada em Porto Alegre, fui à Livraria Saraiva no Praia de Belas. Não tive tempo para visitar os sebos da Riachuelo e da Rua da Ladeira. Entre os livros que comprei, dois se justificam pela releitura que faço de Sigmund Freud. O da imagem acima reúne El porvenir de una ilusión, El malestar en la cultura e outras obras (produzidas no período de 1927 a 1931). São os artigos mais inclinados à Filosofia do criador da Psicanálise. 
Sugiro a leitura de Freud para alguns de seus citadores (que não o leem).

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PARA PREENCHER LACUNAS

O texto abaixo, produzido para o Expresso Ilustrado, apresenta algumas lacunas demasiado grandes para serem preenchidas pelo leitor. Peço desculpas, com uma única justificativa: o espaço da coluna, como um "leito de Procusto", obrigou-me a reduzir o argumento, incorrendo na quase disjunção entre as ideias. Com mais tempo, re-edito EU ÉTICO(?), aproveitando-me desta ferramenta de tão fácil emprego.
Ao pensar sobre trânsito, chego à ética. Ao pensar sobre ética, perpasso um longo caminho para me deter no jogo de forças nietzschiano e, mais adiante, na dicotomia inconsciente - consciente de Freud. O problema no trânsito, já se diz nestes dias, decorre de uma crise ética. O eu ético, todavia, constitui uma idealização, em que se atribui a ele a capacidade de internalizar a lei moral (ou de subordiná-la à sua chancela). Neste aspecto, Essa alta conta atribuída ao eu, como senhor absoluto da razão, subsiste no século XXI, a despeito da crise supracitada. A tão propalada consciência Nietzsche desmistificara antes de Freud descobrir o inconsciente como instância superior, não passa de “um sintoma, não mais do que o sintoma de uma transformação mais profunda e da atividade de forças”. Para o filósofo, as forças dominantes são ditas ativas, as forças dominadas são ditas reativas. A atividade principal é inconsciente, sendo a consciência reativa. A questão levantada pelo IV Fórum do Instituto Zero Acidente ficou sem resposta. Perguntava-se sobre a disjunção entre saber e fazer. O sujeito (eu) sabe, por exemplo, o significado da placa que regulamenta a velocidade máxima permitida, mas continua a correr muito acima do limite expresso signicamente. A volúpia proporcionada pela velocidade é força ativa que domina as demais forças de reação (internas, como a própria consciência, e externas, como os sinais ao longo das vias). A causa dessa volúpia é inconsciente, estreitamente relacionada à felicidade, à vida (não obstante o ônus contrário). Esperar ou pedir que o eu se comporte eticamente no trânsito ou em qualquer outro lugar é subestimá-lo por suas paixões, pulsões, medos, tudo o que escapa do domínio consciente.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

QUATRO RODAS

No trânsito
não me chame
a atenção:
estou em transe
Breno Serafini

terça-feira, 16 de agosto de 2011

VEJA(M)

A VEJA é frequentemente difamada por sua coragem em mostrar as falcatruas no governo. Acusam-na de ser tendenciosa (como sempre). Pois bem, na última edição, a revista publica o seguinte em sua Página ao Leitor
Toda a força à presidente
Desde junho, a presidente Dilma Rousseff vem enfrentando com determinação a série de denúncias sobre esquemas de corrupção no ministério que se viu obrigada a montar sob os auspícios de seu antecessor e aliados políticos. [...] Que Dilma Rousseff continue a fazer sua faxina e que seu exemplo se espalhe por todos os níveis da administração pública".
Minha fezinha primitiva no PT (anos oitenta) justificava-se pela perspectiva  da moralidade administrativa. Mas a corrupção potencializou-se  durante a presidência daqueles que prometiam o contrário, traindo-se a confiança dos militantes mais convictos. 
A dureza da nossa presidente nos últimos meses revela toda a lama que inundava o Planalto. Apenas por isso, Dilma já supera Lula.

FOGO SIMBÓLICO DA PÁTRIA



O Fogo Simbólico da Pátria, mais uma vez, arde na Praça Franklin Frota de nossa cidade. Para recebê-lo, foi realizada uma solenidade nessa manhã, com a participação de autoridades, estudantes, escoteiros, militares, público civil. A chama permanecerá ali até o dia 1º de setembro, quando mudará para a Prefeitura de Santiago. Sua extinção ocorrerá no dia 7 de setembro, logo após o Desfile da Pátria.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

IMAGENS


Um dos palestrantes no IV Fórum do Instituto Zero Acidente foi o Prof JOSÉ LELES DE SOUZA, doutor em Engenharia de Transporte e Trânsito. Ele projetou as imagens acima para ilustrar, respectivamente, os tópicos sobre a VELOCIDADE e a VIOLÊNCIA. 

sábado, 13 de agosto de 2011

FARQUIZAÇÃO*

Há algum tempo, venho dizendo que não demoraria para os juízes se tornarem alvos do crime organizado no Brasil. Não acredito no dom da profecia, como algo inexplicável, mas em projeções, em perspectivas traçadas pela análise racional da realidade. A Colômbia era o exemplo vivo desse estágio avançado da violência. A execução da juíza do Rio de Janeiro, Patrícia Acioli, constitui um marco inicial da "farquização" brasileira. Obviamente, às avessas (ainda sem objetivos políticos).
* Neologismo que remete às FARCs. 

ARLETE GUDOLLE LOPES

Leitura obrigatória todos os sábados (pela manhã), abro o Zero Hora na página 17, dos artigos de opinião, e encontro o nome da professora Arlete. Nossa blogueira transforma-se, pela frequência  com que são publicados seus textos nesse jornal, em  articulista freelancer. A  escritora santiaguense produz Pais heróis, em que expressa a ótima relação com o pai a partir de frase cantada por Fábio Júnior: Pai, você foi meu herói, meu bandido. Para entender esse aparente paradoxo, escreve "Somente percebi a força do seu lado 'bandido' ao não aceitar minhas falhas". 
Parabéns, Arlete!

OLHARES NA VENTANIA


Ontem foi lançado o terceiro livro do meu amigo Cácio Machado, Olhares na ventania, reunindo poemas já publicados em outras obras impressas e no ambiente eletrônico. O evento, coordenado pela Academia de Letras do Brasil, realizou-se, cerimonialmente, para a diplomação e posse dos vencedores do Concurso Literário Brasileiro Memorial Cácio Machado. Os três vencedores, de Frederico Westphalen, e o Dr. Valdir Amaral Pinto prestaram o Juramento Acadêmico da Ordem de Platão*. 
(O filósofo grego que dá nome ao juramento excluiu os poetas de sua República.)  

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

UMA PROVA


O certificado acima é uma prova de que estou, como nunca antes, empenhado em analisar o trânsito como fenômeno social. 

IV FÓRUM INSTITUTO ZERO ACIDENTE

Ontem fui a Porto Alegre, para participar do IV Fórum Instituto Zero Acidente no auditório da Assembleia Legislativa. O Instituto Zero Acidente existe há dez anos, atualmente coordenado por Carlos Tatsch. Há a Lei Zero Acidente, de autoria do deputado Paulo Azeredo, e o Dia do Zero Acidente, 21 de agosto.
O evento reuniu algumas das maiores autoridades do trânsito no Estado, como  Alessandro Barcellos (diretor do Detran), Edson Cunha (presidente  do SINDICFC), Vanderlei Cappellari (Secretário Municipal de Mobilidade Urbana/ Diretor da EPTC), Miki Breier (Dep. Estadual, Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro),Cel BM Edgar Borges (especialista em segurança no trânsito), Jaqueline Filgueiras Chapadense Pacheco (inspetora da PRF), J. P. Corrêa (consultor da Volvo), Ildo Mário Szinvelski  (diretor técnico do Detran), Karina Salamoni (coordenadora pedagógica do SEST/SENAT).
A mesa redonda, mediada pela jornalista Maria do Carmo Bueno Garcia, trazia como tema "Segurança no trânsito: se sabemos, por que não fazemos?'. O primeiro painel: "Análise do comportamento dos usuários no trânsito brasileiro". O segundo: "Formação de condutores e motoristas profissionais - Quais os caminhos da mudança?".
Eu, Dilmar Fernando Lopes e Fernando Burg (estes são instrutores de trânsito). Ninguém andou tanto quanto nós três para participar como assistência do fórum.
Preenchi um pequeno bloco com anotações. Ideias que devo apresentar no seminário sobre trânsito da URI, que se realizará dia 26 de agosto.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

ACIDENTE DE TRÂNSITO

Acidente rodoviário encerra a vida de militar que serviu muitos anos em Santiago: ALEXANDRE MAGNO DE ANDRADE SANTIAGO, 28 anos. Aprovado para o Quadro Complementar de Oficiais, o tenente-aluno Santiago deixou a família aqui para fazer o curso na Bahia. Ainda como sargento, Santiago serviu no 9º B Log. 

O ônibus de turismo, que levava 40 militares, entre alunos e oficiais da Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), estava em alta velocidade e três passageiros morreram em razão da não utilização do cinto de segurança, segundo a PRF. 
O acidente ocorreu no sul da Bahia, às 5 horas de hoje.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ÉTICA = CARÁTER

Nunca estudei grego, a língua. Se me aprofundei na filosofia grega, de Tales a Plotino, foi confiando nas traduções. Mesmo que soubesse o grego, não seria suficiente para me comparar aos tradutores. (Requeiro a autoria dessa ideia.)  A palavra acima, ethos, significa ética, que origina semanticamente o que entendemos como caráter

POEMA DE AMOR

Um poeta, certa vez, escreveu um poema de amor, e este era belo. E ele tirou muitas cópias e as enviou aos seus amigos e conhecidos, homens e mulheres, e até a uma jovem com quem só se havia encontrado uma vez, e que vivia além das montanhas.
E, em um dia ou dois, veio um mensageiro da jovem trazendo uma carta. E a carta dizia: 'Deixa-me dizer-te, estou profundamente comovida pelo poema de amor que escreveste para mim. Vem logo, fala com meu pai e minha mãe, e tratemos dos preparativos para as bodas'.
E o poeta respondeu à carta, dizendo à moça: 'Minha amiga, isso não era senão um poema de amor saído do coração de um poeta, dito por qualquer homem para qualquer mulher'.
E ela escreveu-lhe novamente, dizendo: 'Hipócrita e mentiroso em palavras. De hoje até o dia do meu enterro, odiarei todos os poetas por tua causa'.
(Extraído do livro Parábolas, de Gibran Khalil Gibran.)
Às vezes, vejo a mim como o poeta de Gibran (em relação à própria poesia, não ao amor). Santiago é uma moça romântica.

domingo, 7 de agosto de 2011

A TRANSVALORAÇÃO DOS VALORES

Todos os dias, ou quase todos os dias, procuro dar uma chegada na banca do Juarez, na praça em frente ao QG. Na semana que passou, meu amigo aumentou o número e a qualidade dos livros disponíveis. Ontem, sábado azul, fui até lá conversar sobre livro, cultura e política. Dois livrinhos me chamaram a atenção: Maquiavel - a lógica da força, de Maria Lúcia de Arruda Aranha, e Nietzsche - a transvaloração dos valores, de Scarlett Marton (certamente uma das maiores conhecedoras do filósofo no Brasil).Trouxe os dois livros para casa. 

SAGU

A única sobremesa que me apetece de vez em quando é o sagu. Bem preparado, diga-se de passagem (uma vez que há mil e uma formas de fazer o doce).
Ontem, depois de pegar a receita com a minha irmã, resolvi me aventurar na preparação dessa delícia gastronômica. Disse a Erilaine, que me ajudava a mexer a panela, que só colocaria a receita em meu blog depois da degustação, confirmado o acerto com a fórmula e maneira do preparo. Na cozinha, não abro mão do empirismo. Havia uma dúvida sobre que vinho utilizar com ingrediente.
O resultado não poderia ser melhor. Por isso, brindo aos meus visitantes com a receita de um excelente sagu.
Inicialmente, ferva água (8 copos). Desligue o fogo e, ato contínuo, misture o sagu à água (um copo). Durante os primeiros cinco minutos, mexa a mistura (para evitar que as bolinhas se grudem entre si). Depois, continue mexendo esporadicamente de duas a três horas. Coloque o vinho (2 copos) a ferver com uma casca de canela. O vinho deve ser tinto e seco (serve o Jaguari). Separe com um coador o sagu da água. Antes de borbulhar o vinho, misture as bolinhas coadas ao vinho e ferva por cinco minutos. Nesse tempo, sempre mexendo, acrescente o açúcar a gosto (fiz com quase um copo). Desligue o fogo, coloque o doce num vidro para esfriar. Pronto. Até louco come.

sábado, 6 de agosto de 2011

EDGAR MORIN


Segunda-feira, Edgar Morin estará em Porto Alegre, como conferencista do Fronteira do Pensamento (seminário anual que ocorre na capital gaúcha, patrocinado pela Unimed, Natura, Gerdau e Grupo RBS). Ícone da cultura contemporânea, Morin ficou conhecido como o propositor de um novo paradigma, o da Complexidade,  que consistiria na religação das ciências da natureza e ciências da cultura. No Fronteira, ele falará sobre a Terra-Pátria, ideia para civilizar o mundo.

POBRES ANIMAIS


Leio no UOL:
"Um urso e três ursas siberianas que viviam fazendo espetáculos circenses pela América do Sul foram resgatados e doados a zoológicos do Nordeste nesta quinta e sexta-feira. Os animais, de espécie que corre risco de extinção, foram apreendidos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) em um circo no município de Quatipuru (PA), na quarta-feira (3).
"Os ursos viviam em uma jaula dentro de um caminhão, sob condições precárias. Os animais estavam doentes e foram apreendidos pelos fiscais do Ibama. O macho e duas das três fêmeas foram encaminhads nesta quinta para o parque Zoobotânico de Teresina (PI). Já a ursa Kátia chegou nesta madrugada ao Zoológico Santuário de Canindé (CE).
"Os ursos siberianos têm entre 18 e 20 anos e estavam com peso bem abaixo do ideal e apresentando quadro de desidratação. Os animais eram explorados pelo Circo d'Itália e obrigados a fazerem acrobacias, como dançar, andar de bicicleta, skate e até equilibrar em cima de bolas gigantes".
Transcrevo parte da reportagem para me mostrar solidário aos blogueiros que se posicionam contra a realização de um rodeio em Santiago. Já editei muitas postagens sobre o maltrato com animais, como a última delas, sobre o elefante preso no Zoo do Rio de Janeiro. Certa vez, em Curitiba, escrevi uma crônica de indignação com o tratamento dado a um tigre (alimentado apenas com carcaças de frango pelo circo que o explorava). 
Recomendo a leitura de dois livros extraordinários: O contrato animal, de Desmond Morris, e Vida ética, de Peter Singer.
Na relação homem - animal, podemos ver claramente, sem especismo, o quanto o primeiro é cruel, gratuitamente cruel. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

NOTÍCIA DO DIA (DE ONTEM)

Celso Roth no Grêmio e Celso Amorim na Defesa.  Discurso duro, discurso mole. Um técnico retranqueiro. Um diplomata aberto. Os gremistas na defesa, os militares no ataque. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

CRAS

Nessa tarde, conheci o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Localizado entre os bairros Monsenhor Assis e Ana Bonato, o CRAS atende esses dois bairros, Gaspar Dutra e São Jorge. No dia 20 de agosto, a 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada fará uma Ação Cívico-Social (ACISO) nas dependências dessa entidade assistencial. Desde já, a comunidade do entorno está convidada a participar do evento (cujas atrações serão divulgadas nos próximos dias). 
O endereço do CRAS: Rua Benigna de Oliveira Garcia, nº 1171, Bairro Ana Bonato. Fone: (55)3251-0814. E-mail: crasva@gmail.com. Blog: www.crasvoangela.blogspot.com

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

BAS-FONDS

Ao ler uma antologia de Mário Quintana, edição da L&PM(1997), estranhei um termo empregado em Dedicatória
Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?
Quem foi que disse que eu escrevo para o bas-fond?
...
O poeta inseria termos do inglês e do francês em seus poemas. Dessas línguas, traduziu grandes romancistas, como Virgínia Woolf e Marcel Proust. 
O uso de estrangeirismos (galicismo, no caso acima) foi considerado um vício de linguagem pelos puristas (uma contradição se tomarmos a formação étnica brasileira como referência).
Meu estranhamento se refere ao significado. Nunca estudei francês.
Digitei bas-fond no Google:
- parte do fundo do mar ou de um rio onde a água é pouco profunda;
- terreno baixo;
- vão, fundo, ravina;
- bas-fonds pl. fig. camadas miseráveis e moralmente degradadas da sociedade.
Fui ao Dicionário Houaiss:
- parte da população que vive à margem da sociedade;
- ralé;
- área de uma cidade marcada pela prostituição.
Houaiss não distingue o termo entre singular e plural, entre referencial e figurativo. A língua é dinâmica - já me dizia um professor curitibano nos anos oitenta. 
Mário Quintana empregou bas-found (no singular), como oposto de elites. Não se trata, portanto, de um erro cometido pela pessoa que organizou a antologia. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

IMPOTÊNCIA

o mundo me pareceu colorido
na juventude
quis pintá-lo
mas não pude

logo me pareceu sonoro
quis cantá-lo
mais não pude

depois me pareceu problema
quis pensá-lo
mas não pude

hoje o mundo
me parece
o que é
quero transformá-lo
mas não posso

ATENÇÃO, LADRÕES DE CARRO!

O governo boliviano, digo, Evo Morales, acaba de conceder "anistia" aos carros ilegais que circulam no país. A partir de agora, serão legalizados. Isso amplia o "negócio" das quadrilhas que roubam automóveis no Brasil para trocar por cocaína. Atenção, proprietários de carro! 

EXAME DA ORDEM

Em razão da baixa aprovação no Exame da Ordem, a melhor coisa a ser feita é acabar com o dito exame. Outra alternativa seria elevar a qualidade do ensino dos cursos de Direito, exigindo, paralelamente, maior empenho dos universitários. Como a dificuldade para tal evolução é inconcebivelmente grande, faz-se uma campanha para eliminar o único indicador que quantifica a incompetência. Excluído o exame, estarão salvas as universidades que vicejam no país.  

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

FAIXA DE SEGURANÇA

Diante da mesa em que trabalho, abre-se um enorme janela, através da qual posso ver o azul das manhãs e o movimento na Júlio de Castilhos. Há mais de um ano, observo o tráfego de veículos e pedestres que ocorre em frente, exatamente sobre uma faixa de segurança. A via é de mão dupla, com um dos fluxos mais intensos no centro da cidade. À exceção de um Corsa vermelho, que quase atropelou duas senhoras idosas, nunca testemunhei algo que condenasse o comportamento dos motoristas. O mesmo depoimento não posso dar em relação aos pedestres, que atravessam a rua fora do local regulamentado ou, para fazê-lo, não esperam diminuir o fluxo veicular. O direito não é unilateral, há condições para reivindicá-lo e para usufruí-lo (além das regras instituídas pelo Código de Trânsito). A ética convertida em atitude, certamente, deixa de ocorrer à noite, principalmente depois da balada. No que concerne à velocidade máxima permitida, não há dúvida de que aquela faixa de segurança tão tranquila se transforma numa armadilha. Chego à conclusão que os condutores noturnos têm um outro perfil, mais jovens e, por conseguinte, mais propensos a infringir as normas de circulação. Não obstante o maior número de aulas que tiveram nas escolas e nos centros de condutores, alvos preferenciais das campanhas de conscientização veiculadas na mídia. Esse paradoxo é facilmente comprovado pela estatística, pelo número de acidentes trágicos. Penso com otimismo que vivemos uma transição para melhor. Há pouco tempo, as faixas de segurança em Santiago não cumpriam sua finalidade, uma vez que eram simplesmente ignoradas pelos motoristas. Hoje é perceptível a evolução. Isso é o que tenho observado no trânsito da Júlio de Castilhos. 

POBREZA CULTURAL (E POLÍTICA)

O salário oferecido pela prefeitura de São Borja aos futuros professores concursados é reflexo de uma pobreza que extrapola o âmbito econômico, para interferir na educação. Isso vem ocorrendo há muito no país, não com a evidência propiciada pela cidade vizinha. No momento em que um melhor salário é também colocado como condição para elevar a qualidade educacional, atraindo pessoas mais capacitadas para a docência, eis que é apresentado um contraponto que beira o absurdo: R$ 372,60. Mesmo que o professor venha a dobrar o número de horas (com a preparação e execução das aulas), ainda é um salário indigno desse trabalho indispensável para a evolução intelectual do indivíduo.
Um comentarista anônimo, que não passa de uma criança, ousou comentar que eu não deveria ter ido a São Borja na semana que passou, depois que "falei mal" de Brizola, Jango e Getúlio Vargas. Exceto que discordava do Juremir Machado da Silva, quanto ao heroísmo dos dois primeiros, nunca escrevi depreciativamente sobre Vargas, Jango e Brizola. Todos trabalhistas.
A propósito, lendo o blog do Júlio Prates, fico sabendo que a prefeitura de São Borja está nas mãos de pedetistas. O prefeito é economista. Mas isso não é nada comparado com os "heróis" de Juremir, grandes fazendeiros que defendiam reforma agrária diante de operários urbanos na Central do Brasil (apenas para ganhar o apoio do Partido Comunista Brasileiro).