segunda-feira, 9 de maio de 2011

UMA FINA PELÍCULA (PARA RELEITURA)

[...] Sou provocado ao ouvir alguém falando mal das ciências, posto que seus conhecimentos não respondem certas perguntas que faz o senso comum. Quando respondem, muitas vezes acabam indo de encontro às crenças e aos preconceitos que vicejam no mundo todo. A moda é a ecologia, ditada pela grande mídia. Entre as questões ecológicas, sem dúvida, o cuidado com a água se inclui como uma das mais pertinentes do momento. O mau trato com esse líquido fundamental para a vida se deve, em grande parte, pelo condicionamento de um equívoco defendido por todos os livros didáticos, por todos os professores e por muitos ecologistas de plantão. O que sempre foi ensinado acerca da existência da água? Existe mais água do que terra em todo o planeta, numa proporção de quase três partes por uma. Tamanha quantidade de água sempre funcionou como uma reserva para todo desperdício e sujidade, usando-se os rios, lagos, mares e oceanos como transporte ou depósito do pior lixo produzido pelo homem.  Esse enorme equívoco precisa ser corrigido. Não é uma visão superficial (para não chamá-la de ilusão óptica) que deve fundamentar o dado correto, mas um corte vertical, em profundidade. Toda a água existente não passa de uma finíssima camada que preenche as depressões do planeta, de onde sobressaem as terras continentais. Abaixo dessa película doce ou salgada, tudo o mais é sólido, constituinte da crosta (que, por sua vez, flutua sobre outro estado da matéria). Dito de uma forma diferente, a quantidade de água é mensurável, finita, capaz de ser afetada pelas ações poluidoras do “progresso” humano. Com isso, não me limito ao estado de potabilidade da água, viés que denuncia um antropocentrismo nefasto, mas ao meio ambiente que ela representa, ao habitat natural para um número ainda incalculável de espécies.
(Esse texto já foi publicado neste blog. Pela proximidade temática com a postagem anterior, achei oportuno re-editá-lo.)

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