terça-feira, 31 de maio de 2011

EXCESSO SEM ACESSO

Há um excesso de eventos na praça Moisés Vianna. Um excesso que se justifica indiretamente pela falta de público. O esforço dos organizadores, por esse motivo, não é recompensado. Independentemente do que é apresentado, a praça e seu entorno permanecem vazios nas tardes de sábado e domingo. Para alguns eventos, a Fanfarra do Exército e artistas locais são convidados a participar, apresentando-se diante de um público quase sempre reduzido. Depois das mateadas institucionais, na boca da noite, o centro então se transforma com pessoas e automóveis circulando pelo chamado "bobódromo". Bobos e espertos tomam a praça de graça e o calçadão de roldão. A juventude santiaguense é notívaga e sem compromisso. Se a leitura é uma obrigatoriedade, os jovens não leem. Dessa forma, tampouco a Feira do Livro, o maior evento a se realizar na praça, consegue chamar a atenção deles. Na última edição, por exemplo, foram mais frequentes as crianças e os leitores veteranos (levados pelas escolas ou por interesses pessoais). A propósito, há uma dúvida sobre o local da próxima feira, se continua na Moisés Viana ou muda para a Estação do Conhecimento. Da parte que me cabe opinar, sugiro às autoridades municipais que descartem a segunda alternativa. A Estação poderá abrigar uma biblioteca em caráter permanente, como matriz do saber que se pretende difundir na cidade educadora. O deslocamento de cinco quarteirões da praça central é muito por razões óbvias. (Santa Maria, por exemplo, não desceu até o final da  avenida Rio Branco,  até a velha gare, fincando pé na praça Saldanha Marinho.) Todo evento pode constituir um excesso, menos a Feira do Livro.

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