terça-feira, 19 de abril de 2011

REFLEXÃO DE UM BLOGUEIRO

Em minha primeira coluna do Expresso Ilustrado (12 dez 03), escrevi o seguinte:
"O fluxo de informações nestes dias não permite ao seu receptor - seja leitor, ouvinte, telespectador ou internauta - um tempo necessário para refletir criticamente sobre o que lhe é informado. A velocidade, como herança do século XX, alcança seu auge nas comunicações. A palavra e a imagem, numa realização do desejo expresso por Einstein*, hoje viajam com a rapidez da luz. O impacto disso pode ser prejudicial à saúde psiquicamente frágil do homem (ainda um incorrigível sedentário). [...] Dentre os gêneros textuais mais empregados (para a comunicação), a notícia ocupa a maior parte do espaço visual e auditivo. [...] Não sobra tempo para se perguntar o porquê das coisas acontecerem desta, dessa ou daquela forma. Ao consumista não é dada outra alternativa senão aceitar tudo o que é apresentado, dito ou escrito como real, verdadeiro. [...] A partir da presente edição, este espaço oferece ao leitor uma possibilidade de contemplação, de reflexão, de (auto)crítica".
* Como se me apresentaria o mundo se eu pudesse viajar em um raio de luz.
A propósito, a coluna acima já foi até parafraseada por um outro colunista do jornal, mais precisamente deste período: "Muitos fatos noticiados, por suas causas e consequências, também suscitam uma leitura mais demorada - ao longo de toda a semana".
Em nossa blogosfera, está ocorrendo uma polarização da informação, com a criação do superblog novapauta. Esse fenômeno já é conhecido na Espanha, por exemplo, onde o jornalismo 3.0, participativo, com a colaboração dos leitores já toma conta da mídia. Os demais blogs informativos, esta é uma impressão inicial, são como que eclipsados, tornando-se meros links acessórios, disseminadores da informação e ponta da linha do diálogo com o público. 
Durante os dias agitados do desaparecimento e morte do Cléo Bonotto, professor da URI, a blogosfera santiaguense girou em torno do novapauta
Retorno ao que transcrevi acima, para defender que o âmbito eletrônico também necessita de questionamentos e reflexões (necessários para entender o mundo a nossa volta, política, sociológica, jurídica, filosófica ou esteticamente). Nesse aspecto, destaca-se o blog do Júlio Prates. 

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