domingo, 27 de fevereiro de 2011

O EXÉRCITO DE UM HOMEM SÓ

Escrevi para o Expresso Ilustrado há sete anos: A história começa em 1916. Ainda menino, Mayer Guinzburg vem com a família para o Brasil, fugindo da pobreza na Rússia, mais exatamente de Birobidjan, Sibéria Oriental. São judeus e se fixam em Porto Alegre. Mayer cresce arredio, pensando na revolução de 1917. Sua obsessão é construir uma nova sociedade. Tenta fundá-la no Beco do Salso com grupo de amigos. Casa-se com Léia, filha do dono da loja em que trabalha. Esquizofrênico, Mayer sempre vê uns homenzinhos aplaudirem seus discursos socialistas. Uma crise financeira o leva a fugir outra vez para a Nova Birobidjan, onde vive com uma cabra, um porco e uma galinha, aos quais chama de "companheiros". Depois de apanhar de uns trapeiros, retorna para casa. No bairro do Bom Fim, chamam-no pejorativamente de Capitão Birobidjan. Ele e Leib Kirschblum fundam uma empresa de construção que os faz ricos. Transforma a secretária em amante. Entra em falência. Separa-se de Léia. Acaba numa pensão para idosos. Outro acesso de esquizofrenia: quer transformar a casa no Palácio da Cultura de uma nova sociedade. Sofre uma parada cardíaca. "A saga de Birobidjan", segundo os editores de Moacyr Scliar, "o solitário pregador de um mundo melhor, seu louco humanismo, seus sonhos mágicos, fazem de O exército de um homem só uma leitura emocionante e inesquecível"

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