terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

AUMENTO NUMÉRICO

Nas últimas três décadas, a universalização dos estudos experimenta uma evolução nunca observada anteriormente. A princípio, por uma questão de status, afinidade vocacional ou sonho. Em seguida, o curso superior passou a ser quase uma obrigatoriedade, requisito indispensável para a melhor formação profissional do indivíduo. As universidades vicejam em todos os recantos do país, algumas delas mantidas a preço de vaca e soja (como é o caso em Santiago). A maioria dos jovens sai de um fraquíssimo ensino básico, pensando (uma vez que the dream is over) em fazer Direito e, ato contínuo, montar seu escritório; pensando fazer Psicologia e, ato contínuo, montar seu consultório; pensando fazer uma das licenciaturas e, ato contínuo, transformar-se num(a) professor(a). Essa maioria (95%) não aprova no exame da Ordem, condição necessária para o exercício da advocacia. Percentagem equivalente, que conclui qualquer curso superior, não consegue exercer a profissão por duas incompetências: falta determinação (para a autonomia) ou falta capacidade intelectual para incluir-se entre os 5% que ganham vaga em concurso ou seleção. Apenas a minoria tem sucesso. Quem não estudar por fora, preparando-se para as diversas possibilidades no setor público ou privado, pouco irá adiantar o tempo e o dinheiro gastos na universidade. Os 95% continuarão em seus empregos anteriores, à espera de um cavalo encilhado, de uma estrela que corra na janela. A minoria exitosa, na realidade, não se satisfaz com uma mera graduação superior, parte para uma especialização, um mestrado, um doutorado... Infelizmente, as universidades contribuem cada vez menos para a melhor qualidade do ensino e, por conseguinte, do novo profissional. A evolução não passa de um número.
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(Há algum tempo, pensava numa forma de dizer mais ou menos o que consegui expressar acima. A primeira tentativa foi pela manhã, com uma continuação difícil à tarde e a conclusão à noite.)   

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro, Froilan! Concordo plenamente com teu artigo "Aumento numérico", prova inconteste é o dito Vestibular 2ª Edição, realizado no dia 12 corrente, onde a 'gana' financeira da instituição fecha os olhos e aceita os que não conseguiram passar na primeira tentativa e os aceita apenas com a realização de uma dissertação - que duvido tenha sido lida - devido a pressa em receber novos acadêmico$$$!

Há braços!
Silveira