segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DEPRECAÇÃO

Raros livros são tão completos no estudo das figuras e tropos quanto Teoria Literária de Hênio Tavares. O único exemplar existente na Biblioteca Pública de Santiago encontra-se sem várias páginas, arrancadas justamente no capítulo que me interessava. A solução foi comprar pelo http://www.submarino.com.br/
Entre as figuras de pensamento, a deprecação consiste numa súplica, num pedido comovente, ou num pedido. Como exemplo de deprecação, Tavares transcreve os dois primeiros versos do soneto Duas Almas, de Alceu Wamosy. Desde 1977, quando um alcoólatra me ditou o poema num bar da Venâncio Ayres, nunca deixei de recitá-lo como um dos mais belos da literatura brasileira. 
Desde muito, igualmente, encontrar erros nos livros passou a ser um de minhas especialidades. Excluo erros (digi)ortográficos, encontradiços em toda publicação neste país tirirical. Refiro-me a equívocos mais sérios, como o cometido por Hênio Tavares em sua 12ª edição, revista e atualizada: 
"Ó! tu que vens de longe, ó tu que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás abrigo"
Insignificante o fato de haver uma exclamação no primeiro "ó" e não no segundo, ou a falta de vírgula destacando o adjunto deslocado "sob este teto". Erro maior, que acaba com o soneto, ocorre na substituição da palavra "carinho" por "abrigo".
Obviamente, esse descuido não compromete o livro como um todo, (como já expressei acima) dos melhores no gênero.


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