domingo, 14 de novembro de 2010

COMENTÁRIOS ESPECÍFICOS

Lendo uma biografia de Anton Tchekhov, um dos maiores contistas universais, fiquei sabendo que, décadas antes da Revolução Russa de 1917, já existia campo de trabalhos forçados na Sibéria. Uma crítica apenas ao governo imperial bastava para justificar a condenação ao "inferno gelado". O gulag, criado pelos socialistas, aproveitou-se de uma estrutura preexistente (para onde foram mandados seus antigos "gerenciadores", ligados aos czares).
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Nesta manhã, li o conto A assassinato, de Tchekhov. Nesse conto, o autor desenvolve a técnica de alongar a narrativa depois de seu aparente desfecho (o assassinato do personagem principal, no caso). É como se Machado de Assis fosse além da morte de Camilo (provocada por Vilela) em A cartomante (sem diminuir o impacto desse ápice). 
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Com relação a esse gênero literário (o conto), cito três outros gigantes da literatura mais próxima de nós: João Guimarães Rosa, Jorge Luis Borges e Julio Cortázar. Se tivesse que escolher um entre os autores acima, considerando-o apenas como contista, na minha biblioteca não faltaria Cortázar. 
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A propósito, Cortázar, ao lado de Clarice Lispector, constitui uma das maiores influências de Caio Fernando Abreu. No livro O ovo apunhalado, o contista nascido em Santiago cita o argentino em epígrafe. 
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Um dos contos de Cortázar que não me sai da cabeça, depois de três ou quatro leituras, encontra-se no livro Todos os fogos O fogo: A saúde dos doentes

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