terça-feira, 10 de agosto de 2010

FOGO INEVITÁVEL

A ciência me ensina didaticamente (como 2 + 2 = 4) que o Sol queimará a Terra, potencializado pela fusão do Hélio que se acumula em seu núcleo. A Bíblia me profetiza que “os céus, incendiando-se, serão desfeitos, e os elementos se fundirão ao serem queimados”. A arte cinematográfica me mostra um cenário apocalíptico, resultado de uma guerra que “abriu um buraco no céu (por onde) vieram os raios do Sol e queimaram tudo”, forçando os sobreviventes a viverem certo tempo na sombra de ruínas ou dentro de cavernas. Ninguém me fala de uma nova glaciação futura, com o planeta coberto de gelo. Caso isso venha a acontecer, poucos sobreviveriam de nossa espécie. Todavia, a probabilidade do gelo parece não nos assombrar tanto quanto a do fogo. Já sofremos hoje com os primeiros indícios (e provas) do aquecimento global. O fenômeno que começou a ser questionado pelos cientistas, passa a ser referido pela produção estética (literatura e cinema) e acabará como confirmação da vinda do “dia do Senhor” para os cristãos. A inconfessável alegria de quem crê na palavra revelada (de realização das profecias), para mim, vai de encontro ao instinto especista, de amor à humanidade. Independentemente do comportamento moral dos homens, de suas crenças religiosas e da nefasta interferência no meio ambiente, a Terra será queimada pelo Sol que lhe propiciara a vida. Aqui me ocorre uma imagem que associa avanço tecnológico, mito bíblico e imaginação literária: um Noé espacial, no comando de gigantesca nave, conduzirá belos espécimes humanos para um exoplaneta que se encontra, em relação à sua estrela, na zona conhecida como “cachinhos dourados”.

* O Livro de Eli

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