quarta-feira, 30 de junho de 2010

TESE ESTAPAFÚRDIA

Em conversa com meu irmão, elaboramos uma tese para a não conquista do hexa pela seleção brasileira. Seu arrazoado principal e óbvio: a próxima copa será no Brasil, onde nosso favoritismo é inquestionável. Duas conquistas mundiais consecutivas pelo mesmo selecionado nunca ocorreu e, convenhamos, é bom que não aconteça para a saúde do futebol no âmbito internacional. A toda poderosa Fifa cuidará para que o equilíbrio se mantenha, determinada por um poder ainda maior: o mercado. Infelizmente, o esporte virou um negócio milionário, perdendo muito de sua arte. O centro desse mercado situa-se na Europa, com ramificações que se estendem aos demais continentes.

A questão mais complicada é de saber como o Brasil não chegará ao hexa na África do Sul. Geralmente, a culpa recai sobre o técnico, quando o time joga mal. Mas o Dunga já demonstrou seu caráter insuspeito ao comprar briga com a Globo. O homem é pura seriedade. Não conseguiu contentar a todos com a convocação, abrindo mão de Ronaldinho e Ganso, por exemplo, dois jogadores que dariam mais criatividade. Kaká, o único que poderia desempenhar a função de criar, não vem jogando bem. O moço, tão comportado ao longo de sua carreira futebolística, inexplicavelmente recebe dois cartões amarelos durante um jogo e é expulso. Vamos observá-lo com muita atenção no jogo contra a Holanda. Qual será o esquema tático do nosso treinador? Certamente, repetirá o mesmo esquema que jogou até agora, inclusive contra a fraquíssima Coreia do Norte.

Na África do Sul, o Brasil não repetirá o feito (desfeito, malfeito) na França em 1998? Zagallo era tão sério quanto tem sido Dunga. Ronaldo acabou sendo o pivô da crise, redimido quatro anos depois. Técnicos e jogadores não seriam pequenos coadjuvantes numa encenação gigantesca, cujos atores principais continuam no poder? No caso de perdermos até a final, será muito fácil colocar a culpa no Dunga (Fátima Bernardes, à maneira da filha de Herodias, há de levar a cabeça do treinador numa bandeja para o Jornal Nacional). Os grandes da CBF, os controladores do mercado, sempre se salvam.

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