terça-feira, 25 de maio de 2010

HARRY POTTER (OU A NOVA ORIENTAÇÃO NA LITERATURA SANTIAGUENSE NO SÉC. XXI)

Convidado que fora para a 1ª Semana Literária de Santiago, dediquei-me a elaborar a palestra. Inicialmente, fiz algumas especulações sobre o próprio tema do evento: A Literatura Santiaguense no Século XXI. Em seguida, passei a falar de poesia. De Camões a Carlos Nejar, citei os grandes poetas na ilustração dos principais elementos que distinguem o texto literário. Na definição de verso livre, por exemplo, transcrevi um dos mais belos poemas de Whitman (o criador do verso livre). Para explicar sobre o ritmo, projetei na tela versos de Oswald de Andrade (mais modernista impossível). Na demonstração de aspectos fônico e gráficos, escolhi alguns de meus poemas (sem pretensão de estar entre os grandes). A despeito de meu esforço, de meu entusiasmo em falar sobre algo que é do meu domínio cognitivo, fui criticado no dia seguinte, debochado por um dos membros da Casa do Poeta Brasileiro de Santiago, organizadora do evento. Em síntese, alguém comentou entre os presentes que eu me equivocara em citar os clássicos, entre os quais incluí poetas vivos, como Nejar e Oracy Dornelles. Até aí, tudo bem. Mas deboche é diferente de crítica, porque nega a seriedade, a dedicação suprarreferida. Grosso modo, equivale ao desrespeito, à desmoralização. Para diminuir a importância dos clássicos, o distinto trocista (pra não dizer outra coisa) colocou-se como paradigma de uma orientação literária que deve prevalecer em Santiago, dizendo que já lera Harry Potter 1, 2, 3...

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