terça-feira, 11 de maio de 2010

ELEIÇÃO NA URI.

A democracia grega, embora coincidisse com uma época de esplendor, representou o começo do declínio da civilização que a engendrara historicamente. Platão foi seu maior crítico, com a razão filosófica que o transformou num dos maiores pensadores de todos os tempos.
Da Grécia para a URI, não querendo fazer comparações.
A iminente eleição para diretor, diferentemente de tudo o que ocorreu em 40 anos, revela uma crise na instituição. No mínimo, evidencia-se uma cisão em seu corpo docente, logo após a perda de relevantes profissionais que foram para outras universidades.
A fase de ouro da URI (Campus de Santiago) foi vivida por volta do ano 2000, dois a menos, dois a mais. Desde antes, a direção era exercida com poderes absolutos pela professora Ayda Boch Brum. Ao contrário de Atenas, não havia democracia na cidadela do saber que se ilumina ao ocaso. O poder passou de mãos uma única vez (dinasticamente).
Algumas vozes isoladas passam a clamar por mudanças. O curso de Direito, carro-chefe da universidade, não consegue aprovar na OAB. As licenciaturas se esvaziam, perdendo a clientela para as universidades a distância. Outras presenciais, como a pública Unipampa, fixam-se nas cidades vizinhas. Os novos cursos não mantêm a demanda necessária. Algumas vozes, agora unidas, ousam desafiar o establishment...
Finalmente, a democracia é instituída como tentativa de rechaçar a crise inexorável.
A Grécia não mais se levantou depois de Péricles. Platão estava certo: num mar agitado, nenhum ajudante de convés pode substituir o capitão na melhor condução do barco.

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