terça-feira, 23 de março de 2010

VÍTIMAS DA DROGA

Na Benjamin Constant, entre a Rua dos Poetas e a Pinheiro Machado, há vários estabelecimentos comerciais. Não mais que 50 metros separam Fazendo Arte e Engenharia da Moda. Do outro lado da rua, localiza-se a Bom Appetito Padaria e Confeitaria. Por que essas três lojas? Elas foram roubadas, ultrajadas física e moralmente. Isso mesmo! No momento em que uma vitrina é quebrada por um paralelepípedo, nega-se o direito constitucional de inviolabilidade aos seus proprietários. Não bastasse o prejuízo financeiro, o roubo atinge emocionalmente as pessoas. O sentimento de insegurança, que, desde muito, caracteriza as cidades grandes, passa a constituir um problema que afeta a sociedade santiaguense. A perspectiva pessimista (para não dizer realista) é de que a criminalidade evolua do uso da pedra para a arma de fogo. Ao invés de vidraças serem atingidas, gente cidadã. No embate entre a ordem pública e a desordem, desde o final do século passado, vem num crescendo a ineficácia da organização legal e o êxito da bandidagem. Enquanto o Estado se degenera a olhos vistos, o crime se organiza. Em razão disso, ocorre uma aproximação entre ambos, com o inevitável bandeamento e imiscuição. Deputados, juízes, advogados, funcionários públicos e outros são frequentemente surpreendidos na ilegalidade, entre os ladrões. Corruptos, falsificadores, traficantes, assassinos e outros se confundem entre as autoridades (para melhor controlá-las). Numa das maiores capitais brasileiras, policiais vendem armas aos criminosos, e criminosos controlam o trânsito. Tal situação é inconcebível para Santiago, onde poucos duvidam do trabalho sério das polícias militar e civil. Infelizmente, a droga chegou aqui.

(Ao sair, pela manhã, encontrei meu primo em frente da loja de sua esposa - Engenharia da Moda. A vitrina em pedaços e várias peças de roupa roubadas. Ele é advogado, falou-me da organização que existe em Santiago, independentemente das prisões já realizadas.)

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