sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

MENTIRAS RELIGIOSAS

Esta tarde me vi num dilema filosófico interessante: a opinião estaria mais próxima da verdade ou da mentira? O mito estaria mais próximo da realidade ou da fantasia? Os mitólogos insistem que há uma verdade transcendente no objeto de seus estudos. Uma verdade, penso, que eles jamais conseguem desvelar, ou não querem (para não esgotar a fonte de sua sabedoria).
Há pouco, folheei uma revista que trata de religião: 50 mentiras que contaram para você. Transcrevo algumas dessas mentiras:
CRISTIANISMO:
- Adão e Eva eram felizes no paraíso até que uma serpente maliciosa os induzir a morder a maçã proibida;
- Maria era virgem quando um anjo anunciou que esperava um filho; era virgem quando deu à luz; eternamente virgem;
- Judas, o apóstolo que vendeu Jesus por trinta dinheiros, tinha todos os vícios;
- Os romanos condenaram Cristo;
- O Santo Sepulcro é o túmulo de Jesus;
- Os Evangelhos são da época de Jesus.
JUDAÍSMO:
- Eles inventaram o monoteísmo;
- Abraão foi o primeiro judeu;
- Existem apenas dez mandamentos;
- Sinagoga é local consagrado;
- O Templo foi demolido pelos muçulmanos;
- O divórcio não é autorizado;
- Eva foi a primeira mulher.
ISLAMISMO:
- Maomé redigiu o Corão;
- Islão não reconhece Maria, Jesus e Moisés;
- Muçulmana não tem direito nenhum;
- Fatwa é sempre conclamação ao assassinato;
- Maomé jamais foi retratado;
- Jihad é guerra santa.
BUDISMO:
- O budismo é uma filosofia;
- O adepto busca o prazer e a felicidade;
- O budista é ateu;
- A reencarnação é uma "segunda chance";
- Tolerantes e não violentos;
- O dalai-lama tem o papel de papa.

OPINIÃO E VERDADE

Os gregos distinguiam doxa de aletheia, a simples opinião da verdade, o que é. No âmbito desta blogosfera, como de resto o que é dito em todos os meios de comunicação, quase tudo não passa de opinião, sempre limitada por um mínimo de subjetividade. Por mais imparcial que possa ser o julgamento que eu, você, ou nós fazemos de algo, geralmente uma pessoa, um fato... A opinião é pouco mais que palavras ao vento. Há quem, com ouvidos muito sensíveis, ouve essas palavras e as considera como verdade. Esta continua lá, imperceptível, velada, em estado puro.
Faço essa introdução para tocar no caso da Mega-Sena, Novo Hamburgo. São muitas as opiniões, às quais posso acrescentar a minha, mas a verdade quem sabe? O consenso é que a funcionária falhou ao não registrar o jogo do bolão. Isso diz o advogado do dono da lotérica, confirmado pela gravação a posteriori. A Caixa Federal defende-se com algo absolutamente novo, o bolão é proibido. Há diferença entre um cartão pago por um grupo de pessoas e outro pago por um só apostador? Como o jogo não foi feito, a Caixa não tem a obrigação de pagar o prêmio. Os apostadores tiveram a sorte de acertar os números sorteados e o azar de o jogo não ter sido registrado. O dono da lotérica, sim, pode ser cobrado pelos apostadores. Antes disso, deve ser investigado. O dito "esquecimento" não se repetira anteriormente? Tudo opinião. À exceção do dono da lotérica, por enquanto ninguém sabe a verdade. Penso que, para quem não é um dos infelizes apostadores, mais interessa mesmo as opiniões (e as mentiras).
A propósito, minha coluna do Expresso Ilustrado de hoje trata das mentiras que arquitetaram a 2ª Guerra Mundial. A pós a leitura do livro A farsa de Churchill, de Louis C. Kilzer, não me contive com a visão um pouco mais privilegiada da verdade sobre o grande conflito. Nesse caso, as opiniões viraram mito, consagrado pela própria História.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A POLÊMICA


De tempo em tempo, nossa blogosfera se vê envolvida numa polêmica, sempre conservando os três lados que a caracterizam: o contra, o a favor e o certo. A discussão da vez gira em torno da "Cavalgada do Mar". De um lado, blogueiros que se posicionam contra esse evento, em defesa dos cavalos. De outro, blogueiros que são a favor, em defesa da tradição. A morte de seis cavalos este ano constitui a demonstração do arrazoado contrário, cuja réplica é de que se trata de uma fatalidade. Num âmbito maior, essa controvérsia envolve ONGs de proteção dos animais versus tradicionalistas gaúchos. O certo é que a tal cavalgada terá de ser modificada, ou diminuindo-se a distância, ou trocando-se os cavalos... Proponho um debate conciliador.

TEMPO BOM

Para tirar o peso da postagem anterior, falo da brisa desta manhã. Depois de dias suarentos, quentes barbaridade, esta temperatura agradabilíssima. Um regozijo para o corpo queimado de sol, um refresco em pleno verão. Carpe deam!

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2010

Por diversas vezes me reportei ao sexto capítulo de Mateus, uma vez que "ali está a quintessência moral e religiosa de todo o Novo Testamento". Se tivesse que escolher um único versículo para representar o capítulo, certamente exaltaria o 24: Ninguém pode servir a dois senhores (Deus e riqueza material). Entendo que não há na Bíblia mais sábia defesa da lógica não-paradoxal, a é a, b é b. A contradição é inadmissível. Desde os anos 80, cito o versículo acima como exortação contra a hipocrisia de meus interlocutores cristãos. Mesmo sendo um ateu, prefiro esse argumento de autoridade bíblico a Voltaire, Feuerbach, Nietzsche, Russel, entre outros. Justamente, nos anos 80, uma igreja (criada em 1977) tomou corpo no Brasil, pregando a doutrina da prosperidade, como se fosse possível uma síntese entre o terreno e o espiritual, entre Deus e Mamom.
Surpreendentemente, a Campanha da Fraternidade de 2010 traz como lema o versículo 24 de Mateus. A própria igreja católica sofre uma recaída, com o sucesso material das outras igrejas. Ela só não vende indulgência, como fazia na Idade Média. Agora entra num barco (ainda sem furo) com remos tíbios contra toda uma corrente irreversível do consumismo generalizado. Consome-se tudo, inclusive a vida. Qual cristão compreenderá a relação entre vida e economia (com o significado de parcimônia, consumir pouco)?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

GRANDE ARCO

grande arco
- o mar -
se verga
para a flecha
da minha imaginação
.
contra o infinito
disparo
um olhar

EXPLICAÇÕES

Meu aparente distanciamento da blogosfera ainda tem justificativas aceitáveis, como mudança de residência, férias, ociosidade intelectual (causada pelo calor, naturalmente)... Depois de uma semana sem internet, a Santiagonet instalou uma antena aqui no prédio, quase exclusiva. De férias, vou para o litoral. A propósito, estou quase desistindo da praia. Não vejo motivo para me expor tanto ao sol, quando é sensível sua maior radiação. Invejo meu amigo Ivan Zolin, que passeia pelo Uruguai e Argentina, capitais e interior. Talvez o imite nas próximas férias. No retorno da praia, recebo a notícia do acidente com o Cácio. Nossa amizade vinha num crescendo nos últimos dois anos. Nestes dias, iria a Frederico Wesphalen, para visitá-lo e acompanhar a edição do meu livro. Depois da perda da minha mãe, em 2006, fiquei muito sensível diante do falecimento de uma pessoa querida. Choro mesmo. Não tenho o consolo da crença na eternidade. Para mim, a morte é o fim de todos os milagres (que a vida nos propicia). Exagero meu! Fica a lembrança, este sentimento de falta... No caso do meu amigo, fica sua poesia impregnada de doçura.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

SURPRESA

A tal da morte
............................quando chega,
é violenta
e "mal-educada".
........................... Não se anuncia
e nem pede licença.
.
........................... A qualquer hora
............. consome
............................uma presença
e vai embora.
.
A tal da morte
............................quando chega,
esculhamba
..................... e estilhaça
...................................... todas as estruturas.
.
É atômica,
.................despedaça
..................................... o bloco mais sólido,
mais espesso,
............................ e desata qualquer nó.
.
A tal da morte
............................quando chega,
...........................................deixa,
em seu rastro,
...........................um buraco de saudades,
e..............................
..........................um pouco adiante
um punhado de pó.
.
Lá se vai
..........................mais uma alma.
.
A dita morte
.........................vagueia,
.....espreita,
..........................dia e noite
....e com muita calma e certeza,
apaga uma voz,
..........................acende a tristeza.
.
A tal da morte
não negocia,
.........................não tem preço,
e não erra de endereço.
.
O poema acima foi escrito por Cácio Machado, publicado na página 92 de seu primeiro livro, Dias de Sol e Vento, em julho de 2008.
Concordo com o poeta que a morte "não erra de endereço", todavia, erra o tempo da visita. Para o próprio Cácio, ela veio demasiadamente cedo.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

CÁCIO MACHADO

Há pouco, minha irmã ligou de Santiago, dando-me a triste notícia do falecimento do Cácio. No ano que passou, participei do lançamento de seu livro de poesia. Por sua sugestão, decidi-me pela editora de Frederico Wesphalen para meu Vozes e vertentes. Poeta que tinha um horizonte estelar para viver por muitos anos. Perdi um grande amigo, um verdadeira amigo. Estou muito triste.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A FARSA DE CHURCHILL

Tenho gosto pelos livros desmi(s)tificadores, que tratam a verdade de Sua Excelência, livre dos grilhões que a aprisionam por interesses escusos. Penso que as igrejas e os governos, desde o tempo dos reis às democracias mais recentes, não teriam como se perpetuar no poder com o inteiro desvelamento da verdade. A História constitui um registro manipulado para que o povo não perca sua crença e seu ufanismo patriótico. A Revolução Francesa só foi possível, porque algumas verdades foram expressas pelos iluministas, entre os quais Rousseau e Voltaire. O que se sabe, por exemplo, sobre a Segunda Guerra Mundial? À exceção de alguns relatos vivos de participantes do conflito, sabe-se o que é didaticamente ensinado nas escolas por intermédio dos livros, cuja referencialidade encontra-se distorcida pelo viés ideológico dos vencedores. Por isso, Hitler é o demônio que conta(va)m seus inimigos aliados. Um mito desenvolvido na Inglaterra, por Winston Churchill e seu serviço de inteligência, que continua sendo contado como a principal causa da Grande Guerra: Hitler pretendia dominar o mundo. O objetivo escuso de Churchill era convencer Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, que relutava a lançar seu país numa outra guerra. Toda a ambição de Hitler se restringia ao leste europeu, onde acabaria com bolchevismo soviético e se apossaria de terras agriculturáveis e de campos de petróleo. Churchill sabia que Hitler não invadiria a Inglaterra, que atacaria a União Soviética, mas ocultou isso dos ingleses, dos norte-americanos, dos soviéticos, do mundo... É o que torna público o livro A farsa de Churchill, de Louis C. Kilzer. Livro que recomendo, dos bons.

DERRADEIRO REFÚGIO

A vida teve origem no mar, em meio ao turbilhão de água que vem molhar os pés do homem à praia. Este sequer pode imaginar como o processo vital foi iniciado, tampouco que, num futuro distante, tudo o que é vivo acabará no mar, como único e derradeiro refúgio. As chamadas “terras descobertas” não oferecerão mais condições para que sobreviva alguma espécie (depois da nossa ter desaparecido há muito). Não há pessimismo nessas previsões, apenas um grande conhecimento do mundo, do Sol, que se levanta poeticamente todas as manhãs, ao espírito humano, que é capaz de, entre muitas coisas, ver transcendência no acaso existencial. A estrela, para não sucumbir à sua própria força gravitacional, acelerará a fusão de Hidrogênio. As conseqüências serão terríveis para a biodiversidade que se desenvolve no planeta, aproveitando-se de um momento denominado “cachinhos dourados”. No desespero de se manter vivo, como apoteose de toda a criação, o homem destruirá tudo o que estiver ao seu alcance, inclusive a si próprio. Sem a humanidade, a Terra girará por outros bilhões de anos em torno do Sol (então não mais poético). Mas o espécime que estende um olhar na direção do imenso oceano, tendo os pés molhados por uma fímbria de escuma, na percebe tais coisas, uma vez que seu espírito é dimensionado a partir do tempo presente, para o tempo presente, por um viés especista, antropocêntrico. Ele é ainda incapaz de pensar pelas outras criaturas, que, independentemente de quais forem seus meios de sobrevivência, correm risco de extinção desde agora.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

MENTIRAS...

Pelas postagens anteriores, infere-se que a História com H maiúsculo não escapa de ser um corolário de mentiras. O que resta para as histórias com h minúsculo? A ficção, que é a transposição poética da realidade (nas palavras de García Márquez), admitamos, constitui uma mentira plenamente justificada pelo seu objetivo. Tudo mais encontra-se impregnado da farsa em que se tornou a vida. Agora me lembrei do livro Autoengano, de Eduardo Giannetti, que esmiuça a generalização que faço na frase acima.

MENTIRAS, MENTIRAS...

Já estou cansado de ouvir o chavão que diz ser a história contada pelo vencedor. O vencedor sempre acaba colocando Deus de seu lado (e o diabo do outro). Se coloca Deus ao seu lado, o que custa colocar a "verdade"? O pior é que os pósteros, usufruindo da condição que lhes deu a vitória, acreditam na intervenção divina, na "verdade", em tudo mais. Dessa forma, a mentira, que, antes de narrar, precipitou muitos fatos, com o tempo, ganha o status de sua antítese.
Hoje Flávio Tavares, em seu artigo do Zero Hora, conta-nos uma das mentiras do partido nazista alemão para ascender ao poder: A simulação e a mentira são as armas prediletas dos tiranos. Hitler chegou ao poder pelo voto, legitimamente, mas, para aceder à vitória, as "tropas de assalto" do partido nazista incendiaram o Reichstag, o parlamento alemão, e na esquina próxima prenderam Marinus Van Den Lubbe, um comunista holandês de 24 anos e o apontaram como "o incendiário". Eram vésperas das eleições e Hitler acusou ferozmente toda a esquerda "pelo crime". [...] Os nazistas obtêm 44% dos votos, conseguem maioria no parlamento e Hitler para a chefiar o governo.
Uma das grandes mentiras que desencadeia a 2ª Grande Guerra foi elaborado por Churchill. A vítima que deveria acreditar era exatamente o então presidente dos Estados Unidos, Roosevelt, bem como todos os norte-americanos. A farsa era simples: Hitler pretendia dominar o mundo.
Mentira por mentira, Hitler jamais será perdoado pelos seus erros. Churchill sempre será o grande Primeiro-Ministro britânico. Assim contam os vencedores, nós acreditamos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

LIVRO DESMITIFICADOR

Gosto dos livros que desmistificam. Por isso li com bastante entusiasmo A Bíblia não tinha razão, dos arqueólogos e professores Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman. Da mesma forma, Deus, um delírio, de Richard Dawkins. Livros que diminuem as trevas da ignorância. Essa desmistificação ocorre não apenas no campo religioso. Em relação à História, por exemplo, muito do que nos ensinaram não passa de um viés, cheio de omissões, próximo da mentira. Hoje me caiu nas mãos um livro desconcertante: A farsa de Churchill, de Louis C. Kilzer. Tudo o que sabia sobre a Segunda Grande Guerra, lendo livros ou ouvindo professores, era muito pouco.

DEU NO CLIC RBS

Concurso escolhe a melhor carta de amor

Uma escritora cubana dedicada a escrever cartas de amor convocou um concurso internacional do gênero. Os interessados devem enviar seus trabalhos à chamada Escribanía Dollz, situada na cidade de Sancti Spíritus, cerca de 350 quilômetros a oeste da capital de Cuba.

Qualquer um pode participar, morando ou não na ilha, segundo o anúncio inserido em diversos sites na internet. As cartas serão recebidas até o dia 14 desde mês (o Valentine's Day, dia dos namorados no Hemisfério Norte) – as que chegarem depois dessa data estarão automaticamente inscritas para a próxima edição do concurso.

O júri será formado por "personalidades da cultura cubana" ainda não definidas, e serão concedidos quatro prêmios de até 500 pesos cubanos (cerca de US$ 23), além de diplomas e obras de arte.

Os vencedores serão revelados na abertura da 19ª Feira Internacional do Livro de Cuba 2010, da qual a cidade de Sancti Spíritus será subsede.

A Escribanía Dollz começou em meados dos anos 1990 como uma ideia da jornalista Liudmila Quincose, que diante do constrangimento de seus vizinhos colocou um cartaz na porta de sua casa onde se lia: "Escreve-se cartas de amor a qualquer hora. Cartas de negócios e cartas de suicidas das 8h30min às 15h". Até hoje, ela afirma já ter escrito centenas de cartas, que chegaram até a salvar casamentos, e a função com o tempo acabou se transformando em um projeto cultural.

Para saber mais clica aqui

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

VERÕES QUENTES(?)

O inverno foi longo; a primavera, chuvosa; e o verão... Finalmente, o verão chegou. Os termômetros começam a subir, superando as marcas anteriores, estabelecendo recordes sucessivos. Se isso ainda é questionável, não será futuramente. A grande prova do aquescimento global está no derretimento das geleiras. Contra esse dado não há evasiva. O calor aumenta por motivos naturais ou artificiais (humanos). O Sol funde Hidrogênio em Hélio, num estágio chamado de "sequência principal". Para manter-se em equilíbrio, a estrela acelera o processo de fusão (que libera energia contra a força gravitacional que a comprime em direção ao próprio núcleo). Nesse embate solar, sobra para nós, figurinhas vivas que se agarram aos "cachinhos dourados". Num próximo estágio, a fusão de Hélio será decisiva para transformar a Terra em fogo. Antes disso, os oceanos ferverão até a evaporação completa. Pensando bem, estes verões quentes são até aprazíveis.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ANA CRISTINA DAMIAN (DIDI)

Desde que conheci essa artista santiaguense, tornei-me grande apreciador de seus quadros, de sua arte. Ela faz cultura individualmente, através da pintura (tão extraordinária quanto à poesia). O quadro acima, principalmente pelos traços e respingos, remete-nos a dois dos maiores pintores norte-americanos: De Kooning e Pollock.
Detalhes de suas telas comporão a capa do meu próximo livro, Vozes e vertentes. Com a criatividade do Beto Menegat, tenho certeza que o trabalho ficará de primeira.



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

LÍTERO-CULTURAL


Entre os múltiplos significados para o termo cultura, Houaiss coloca o seguinte: "complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins". Em Santiago, já fixado o epíteto Terra dos Poetas, há uma manifesta preponderância da literatura, que apresenta e requer (ao mesmo tempo) um número cada vez maior de partícipes em torno de uma aculturação social ainda não experimentada anteriormente. Nesse sentido, a obra mais destacada continua sendo a Rua dos Poetas, panteão dos ilustres santiaguenses (de nascimento ou por adoção) que produziram com a matéria-prima verbal. A grandiosidade do projeto exigiu (e exige) a participação de muitos, razão que me levou a cooperar voluntariamente. Nunca trabalhei com igual entusiasmo e dedicação, mal-interpretado por alguns opositores dessa obra pública. Fator de inegável embelezamento urbano, a Rua dos Poetas resgata e expõe a história lítero-cultural de nossa cidade. O resultado positivo das críticas recebidas injustamente foi uma reflexão que me deu mais tranquilidade de continuar no papel de um agente de cultura, ou auxiliando pessoas e instituições, ou em minha casa. Isso mesmo! Ao produzir prosa ou poesia, como fizeram Manuel do Carmo, Antônio Carlos Machado, Sílvio Duncan, Caio Fernando Abreu, entre outros, contribuo de maneira expressiva para a cultura. Falo na primeira pessoa, mas é uma regra a que se submetem todos os escritores, poetas ou prosadores, por mais isolados da (ou pela) sociedade. A maior ou menor contribuição de cada um vai depender da qualidade do que é produzido individualmente (com a outorga de criticidade emitida pelo tempo).