segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

IDEIAS IMPRÓPRIAS

No meu primeiro caderno de ideias, compilado em 1989, portanto, há vinte anos, escrevi que um dos maiores problemas futuros seria o da superpopulação humana. Hoje, esse problema é evidente.
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Somos especistas incorrigíveis. Na mesma proporção que superestimamos a nossa família. Na mesma proporção que somos individualistas. Esse comportamento egoísta foi responsável pela nossa sobrevivência.
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Um deus que castiga nunca existiu, exceto no plano mítico (ou na cabeça daqueles o temem absurdamente).
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A natureza não tem uma personalidade, uma consciência, algo que possa arquitetar uma vingança contra o homem. Aliás, o homem seria seu natural representante, caso não tivesse se rebelado contra ela por meio do artifício.
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Terremotos, maremotos, furacões, enchentes, secas, glaciações, queda de meteoro, sempre existiram, existem e existirão (independentemente da frequência ou da intensidade). Ao homem foi necessário se agarrar aos intervalos, quando as condições ambientais eram mais favoráveis a sua sobrevivência.
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A civilização é o estágio que insuflou no homem o orgulho antropocêntrico.

Um comentário:

Al Reiffer disse...

Concordo contigo em partes, Froilam, mas há uma sabedoria sim na natureza, não como forma de buscar vingança, mas de buscar equilíbrio. O equilibrio sempre virá, a despeito do tempo e da forma que seja necessário para isso. Claro que a natureza não possui uma consciência similar a do homem, imaginar que somente a consciência humana ou a sabedoria humana (bem pouca diga-se de passagem) sejam as únicas existentes ou possíveis é mais um sintoma de antropocentrismo, da mesma forma que julgar que se existe um deus, ele deve possuir necessariamente caracteristicas antropomórficas. A sabedoria da natureza, ou do Cosmos como prefiro falar, se revela bem aos poucos e de forma que nós racionais não entendemos. Mas se púdessemos ter uma visão ampla do que está acontecendo, ou seja, de um ponto do universo que nos permitisse contemplar o Todo, veríamos que tudo voltará para seu devido lugar. E o equilíbrio jamais será desfeito, em todos os sentidos.