segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MEU SEGUNDO LIVRO

Ainda estou em dúvida quanto ao título do meu próximo livro de poesia. Provisoriamente, havia escolhido Espiga de luz. Mas desconfio da relação que o leitor poderá fazer (antes de ler os poemas) com uma coisa religiosa. Semana passado, fiz duas escolhas: ilustrar a capa com um quadro da Didi (abstracionista santiaguense) e epigrafar cada um dos sete capítulos do livro com versos de Carlos Nejar.
Grande parte dos poemas já foi postada aqui desde 2007. Por exemplo,
.
ecce homo
.
as coisas inexistentes
ganham forma
provisória
durante o sono
.
as existentes
engendradas
na vigília
tornam-se autônomas
.
um demiurgo
enquanto dorme
um alienado
diurno
o homem
.
A propósito, a Didi é uma grande artista. Dificilmente, será reconhecida pela nossa sociedade, enquanto não sair de Santiago e fizer nome lá fora. Quem visitou suas últimas exposições? Pelo que me consta, com o Caio Abreu aconteceu exatamente isso. Na década de setenta ou oitenta, que santiaguense lia o escritor conterrâneo?

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