quinta-feira, 15 de outubro de 2009

SOBRE A DIFÍCIL ORIGINALIDADE

A leitura de Deus, um delírio já me causou uma pequena frustração e uma alegria ao mesmo tempo. Até hoje, considerava-me como autor exclusivo da ideia de que o universo não se limita a um único big bang, constituindo-se essa "grande explosão" a repetição de um fenômeno gerador de "universos".
Na página 197 do livro de Richard Dawkins, leio
"Nosso tempo e espaço realmente começaram no nosso big bang, mas foi apenas o mais recente numa longa série de big bangs, cada um iniciado pelo big crunch que encerrou o universo anterior da série".
Dawkins cita os físicos Martin Rees e Leonard Susskind, os quais sustentam a existência de um multiverso (ou megaverso).
Dessa forma, perco o status de originalidade que imaginava usufruir - o que me frustra um pouco. Em contrapartida, enche-me de orgulho saber que eminentes cientistas já haviam elaborado teoricamente o que julgava ser o produto excêntrico da minha imaginação.

2 comentários:

Al Reiffer disse...

Froilam: realmente a ideia sobre vários big bangs sucessivos não é nova, muito pelo contrário, é antiquissima. Não é nem mesmo de Richard Dawkins nem de qualquer outro pensador de nossa época. Eu mesmo já escrevi um conto em 2003onde isso é mencionado. Poe já havia escrito algo ligado a esse tema em seu ensaio "Eureka". Com outros nomes, que não big bang, o Ocultismo já tratava do assunto em obras milenares, principalmente dentro da filosofia oculta oriental. Para o Ocultismo o universo é formado por ciclos, como o dia e a noite. Cada ciclo se chama Mahavantara. E cada ciclo seria um universo totalmente diferente do outro, com características próprias, ainda que análogas. O início de cada ciclo com sua criação e expansão seria o que hoje chamamos de big bang. E, como todas as coisas, o universo envelhece e morre, ou deixa de se expandir e passa a se retrair, até que se retraia ao máximo e não possa mais se retrair. Então virá outra explosão, outro universo, outro Mahavantara. Assim são os ciclos universais. Tal como o dia e a noite. O dia chega ao auge e regride em favor da noite. A noite universal seria a retração do universo, quando todas as coisas deixam de existir. A noite chega ao auge e regride em favor do dia. Lembra da representação do Yin e Yang? Simboliza exatamente isso. Tais ciclos universais. Quando a noite universal acaba, surge outro dia. E são criadas todas as coisas novamente a partir de um novo big bang. E recomeça outro dia universal, ou Mahavantara. Isso é o que nos ensinava o Ocultismo há milênios. Porém, nossos pensadores atuais preferem desprezá-lo.

Al Reiffer disse...

Este é um trecho de um artigo que escrevi e publiquei em meu blog meses atrás:

"Agora a ciência quer provar a origem do universo com a construção do gigantesco acelerador de partículas. Condeno o projeto? Não. Condeno a arrogância da ciência, ao julgar que ela é o único caminho ao saber. Fico com a afirmação de Jung: “A ciência ocidental obscurece a visão quando apregoa que o único gênero de saber é o que está de acordo com ela.” Provavelmente, os senhores cientistas do referido projeto desconhecem que há milênios o Conhecimento Oculto, bem como algumas vetustas e esquecidas filosofias orientais, apregoa que houve um “big-bang” e uma expansão do universo. Einstein, no entanto, sabia disso. Preconiza tal Conhecimento que no início todas as coisas estavam unidas em um único conjunto, sem existirem. Então houve o que hoje chamaríamos de explosão, e que a expansão causada por ela seguirá até seu ponto máximo, quando então deverá regressar, o universo irá se encolher, até um ponto máximo de encolhimento, quando então voltará a “explodir” e se expandir novamente.
É o caráter cíclico de todo o universo, como o dia e a noite, como as estações, como todas as coisas, é o Eterno Retorno. Tudo volta e sempre voltará. Tudo. Isso já era de conhecimento dos antigos sábios. Mas é claro que a ciência jamais levaria um conhecimento não-mental, não-material a sério. Querem provas materiais, como se isso sempre fosse possível. Essa é a miséria da ciência: seu conhecimento alcança até onde alcançam suas máquinas. Até onde alcança o dinheiro. Por isso, é e será sempre pobre, tardio, limitado. Eu também já fui um fanático “científico”, mas percebi a esterilidade e impotência da ciência frente ao que eu mais queria saber.
E o Oculto dizia mais: dizia que durante o Dia Cósmico, ou na expansão do universo, tudo se separaria da energia original, e passaria a existir, inclusive materialmente. Segundo o próprio Einstein, energia não é igual à matéria? E na Noite Cósmica, no encolhimento do universo, tudo deixaria de existir e voltaria a se unir à energia original. Tudo voltaria ao “Seio de Deus”? Seria Deus essa energia original? E se todas as coisas provêm dessa energia, Deus não estaria em todas as coisas existentes? Enfim, seria Deus a união de todas as coisas que existem, muito além do Bem e do Mal? A esse período que abrange um Dia e uma Noite Cósmicos, os Antigos chamavam de Mahavantara, ou o Grande Dia. Quantos dias desses já vieram? E quantos virão?"