quinta-feira, 13 de agosto de 2009

PALAVRA NECESSÁRIA

Nas visitas que faço a nossa blogosfera, percebo um certo desalento, seja na distância entre as postagens, seja na ausência temporária ou definitiva. Isso é triste.
O entusiasmo inicial parece ter arrefecido nalguns blogueiros, fenômeno que atribuo a não-correspondência interativa. Ainda que se trate de registros pessoais, razão inicial por que foi criada a ferramenta, ninguém escreve para não ser lido. Quando há um excesso de autocrítica, de incompetência (no sentido dado por Chomsky), de modéstia, seja lá o que for, o sujeito decide-se abandonar o diálogo que pensa ter proposto. Há casos de desistência que não se justificam pelos motivos acima, mas por problemas muito maiores. Aos menos assíduos, antes que se deixem dominar pela pusilanimidade, sugiro que mudem ou alternem os gêneros de suas postagens.
Já passei por um momento de autodepreciação, quando transcrevi o trecho de uma carta de Van Gogh ao seu irmão Theo: Pode ter-se um grande fogo na alma, mas ninguém vem nunca se aquecer nele, e os que passam só avistam um fumozinho no alto, a sair pela chaminé, e seguem seu caminho. Nesse período, pensei em parar, não contribuir para a grande babel em que corre o risco de se transformar o intertexto. Todo mundo escrevendo sobre tudo.
A saída foi racionalizar (esse processo que equivale à salvação pelo intelecto). Meu blog, doravante, passaria a ser como que um laboratório para meus poemas. Aos poucos, fui readquirindo o entusiasmo de antes. O laboratório se ampliou: as ideias exigiram um espaço outra vez.
As visitas diárias ao meu CONTRA., não posso ignorar, constituem um grande incentivo e uma exigência para que eu faça atualizações frequentes.

Um comentário:

Giovani Pasini disse...

Alguns humanos não fazem a distinção da diferença entre combater idéias e combater homens.
Tento, sempre (embora algumas vezes não consiga - somos imperfeitos) combater idéias que não concordo.
As pessoas que pretendo combater, busco deixar de lado, afinal o rancor não constrói.
O escritor Froilam de Oliveira, com seus textos, tem este leitor (eu) como visitante de seu blog.
Pelos seus textos andei por extremos - algumas vezes odiando, outras adorando.
Ele sabe que combati (e combato) algumas de suas idéias. A lutar perene dos diferentes...
Entretanto, concordando ou não, os seus textos me fazem pensar.
Acho que devemos ter a ética de visitar um blog e manifestar a opinião, quando aquiescemos ou não.
Afinal, só aprendemos contrapondo...não é?