domingo, 16 de agosto de 2009

OPINATIVOS DO ZH

Os melhores textos do jornal Zero Hora são os editoriais e os artigos de opinião. O primeiro editorial, Troca de favores, trata de uma das contradições da esquerda, qual seja, José Dirceu defendendo a permanência de Sarney na presidência do Senado. A troca de favores precisa ser combatida, defende a opinião do jornal, porque "desmerece a política, provoca indignação e fragiliza a democarcia". O segundo editorial, A exploração da fé, elogia a denúncia do Ministério Público contra Edir Macedo, líder da Igreja Universal. Desde a década de oitenta, venho escrevendo contra a principal doutrina criada por Macedo: "A prosperidade (terrena) como uma das promessas de Deus". Ela vai de encontro aos ensinamentos básicos do cristianismo. Ninguém levava a sério meu discurso, sob suspeita porque formulado por um ateu. Em Curitiba, testemunhei o crescimento dos templos IURD. Mais de 20 anos depois, a Justiça, a mídia e a sociedade tomam conhecimento do grande pecado cometido por esses crentes em Deus. Flávio Tavares argumenta sobre os mesmos assuntos dos editores. Primeiro elogia a seriedade dos procuradores do Ministério Público (postei sobre isso, com elogio do Dr. Ruy Gessinger). Depois acusa: "Blasfêmia é pedir em nome de Deus e fazer-se deus do óbolo dos fiéis". Em Tema para debate, o psicanalista escreve sobre assunto que já cansei de dissertar: contrapor o mítico, religioso, ao científico, em especial, o criacionismo ao darwinismo. Na outra página, Percival Puggina escreve sobre a "espetacularização dos escândalos". Foi o que pensei ao ler a matéria "Como a juíza do caso lida com a pressão", mostrando-a pendurada num rapel. Marcos Rolin aposta na Marina Silva. Entre Puginna e Rolin, nesta edição, prefiro ao da esquerda na página, ideologicamente de direita. O Ivan que me desculpe. Do caderno DonnaZH, Veríssimo escreve uma crônica sem graça (via de regra). Moacyr Scliar retoma um velho tema: Euclides da Cunha e sua tragédia pessoal. A história da famosa cornice dá mais ibope que o imortal Os Sertões. O Brasil prefere que assim seja. Martha Medeiros, como seus colegas, está aquém da própria performance.

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