domingo, 21 de junho de 2009

NOVA BABEL (II)

Em postagem anterior, escrevi que o risco de uma nova babel se deve à profusão de discursos, uma vez que a diferença entre as línguas deixou de ser um problema insolucionável. A Internet é a torre, a qual açambarca todos os demais meios preexistentes da (des)comunicação humana. Um exemplo caseiro da confusão discursiva que toma conta da mídia foi propiciado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (outra vez!) de legalizar a não-obrigatoriedade do diploma superior para o exercício do jornalismo. No Zero Hora deste domingo, página 13, há dois artigos de opinião diametralmente opostos sobre esse tema. A favor da decisão, escreve Ricardo Pedreira, diretor executivo da Associação Nacional de Jornais; contra, Ercy Pereira Torma, presidente da Associação Riograndense (sic) de Imprensa. O primeiro assegura que a decisão do STF não acaba com as escolas de Jornalismo. O segundo conclui que essa interferência do Supremo "liquidou com uma das mais valiosas conquistas do jornalismo: o diploma profissional". Cada um elabora seu enunciado de acordo com interesses individuais ou classistas, distanciando o entendimento no âmbito social, do todo.

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