terça-feira, 6 de janeiro de 2009

EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE

Hoje de manhã, fui ao velório de Sérgio Prates. Conheci melhor o ex-vereador no ano que passou, ao longo do qual frequentei as sessões legislativas. Ninguém pode negar o trabalho humanitário que ele realizou, adiantando-se a um dos grandes problemas sociais do futuro (próximo): a assistência aos idosos. Atualmente, esse problema ainda é pequeno. Neste aspecto, Prates foi um iniciador, um exemplo de homem público cada vez mais necessário em nossa sociedade.

Não conhecia os parentes do Prates, o que me fez passar por uma situação delicada. Para superá-la, cumprimentei as pessoas que cercavam o esquife com olhos congestionados pela dor da perda.

Saí da Câmara matutando sobre a morte. As palavras que me faltam numa hora dessas, por não acreditar noutra vida, internalizam-se em forma de reflexão. Quem morre deixa de perceber, de sentir, de ser. Não há diferença em ir ao seu velório ou não. Toda minha atenção era para ser dada durante sua vida. Por que, então, vou ao seu velório? Para mostrar aos parentes e amigos que o parente e amigo falecido era alguém respeitado, admirado. Isso conforta realmente.

A imortalidade, em sua dimensão existencial, sensível, existe na memória dos que continuam a viver e, principalmente, nas obras realizadas.

Sérgio Prates, a despeito de sua admirável humildade, começou uma obra grandiosa demais para ser concluída um dia.
O nome do ex-vereador e cidadão santiaguense será sempre lembrado como exemplo de solidariedade humana.

Um comentário:

Márcio Brasil disse...

Bela reflexão. Vez por outra também sou tomado de questionamentos desta natureza.

A diferença é que acredito em outros planos de existência, mesmo sem pertencer a nenhum segmento religioso.

Acredito que a vida vibra nas mais diferentes dimensões concebidas por uma inteligência infinitamente superior e, como disse Lavoisier, nada se perde tudo se transforma. Assim, acredito que alguma parte de nós se preserva. Não o corpo físico, que é filho do tempo, uma veste, um veículo. Acredito que nossa essência e o aprendizado, sentimentos e ensinamentos são levados a outro patamar, seja qual for.

Mas também confronto essas idéias com esse pensamento que tu abordou. No fim de tudo, a vida se encerra: as cadeiras são colocadas em cima das mesas, as luzes se apagam e a porta se fecha para sempre. Nada mais.

Para os que seguimos na vida, a lembrança dos que partiram. De fato, acredito que nada melhor do que reconhecer o valor das pessoas enquanto elas estão junto de nós.

Um forte abraço, Froilan