segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

COOPERATIVA TRITÍCOLA

O principal assunto no interior, entre agropecuaristas, continua sendo a situação financeira da Cooperativa Tritícola Santiaguense. A maioria dos meus parentes são agricultores, filhos e netos dos sócios fundadores da Cooperativa (1956). Eles se dividem na hora de opinar sobre os destinos da entidade. Para uns (mais otimistas), a presidência de Irmo Sagrillo seria a salvação. Para outros, não. O Sagrillo, dizem estes, não seria tão ingênuo de querer levantar uma vaca moribunda, já na vasca da morte. A propósito, o Expresso Ilustrado publicou uma das melhores charges já elaboradas pelo jornal
(O chargista poderia ter desenhado a vaca já esticada no chão, sem prejuízo do texto verbal, um insight extraordinário do João Lemes.)
Um dos argumentos decisivos, expostos por um advogado presente ao meu aniversário, foi o de que nenhum produto agrícola deverá ser entregue na Tritícola, onde seria comercializado prioritariamente para pagar dívidas com os credores. Dessa forma, a melhor opção é negociar com outras cooperativas da região, preferencialmente à vista.
Uma das tetas que mais leite deu ainda continua alimentando, quiçá, os próprios devedores que contribuíram (e contribuem) para a derrocada financeira da cooperativa: os supermercados. Duvido que todos os clientes, entre os quais aqueles que continuam a dever, paguem à vista seus carrinhos cheios ao passar pelo caixa. Muita gente boa comeu por longos anos às custas do trabalho diuturno dos sócios que produziam arduamente, para serem descontados em até 18% de umidade e impureza na soja que entregavam em sua cooperativa.

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